Não me dê rosas no mês de março

Não me dê rosas no mês de março

No mês em que, felizmente, jornais, revistas e redes sociais nos inundam com reflexões sobre a equidade de gênero e os enormes desafios para chegarmos lá, quero dividir um pouco sobre o que li, ouvi e tenho aprendido nesse longo caminho como mulher empreendedora, líder e incentivadora de futuras líderes, seja nas minhas empresas, no conselho da FBN Brazil ou do Instituto LideraJovem. Contribuir com temas que inspiram e encorajam mulheres e que nos fazem repensar a sociedade é uma de minhas missões e paixões.  

Há tantos passos a serem dados na questão da equidade de gênero que oferecer uma rosa à sua funcionária, à sua colega ou à sua esposa no Dia das Mulheres mostra que você, talvez, ainda não entendeu o PROPÓSITO deste dia. A diversidade não é apenas bem vinda nos ambientes corporativos, ela é imperativa de operações bem sucedidas, ela melhora resultados. E contra bons resultados há poucos argumentos. Mas os empecilhos para que isso aconteça são culturais, organizacionais e pessoais e, por isso, acho que o melhor presente que um homem pode dar a uma mulher nesse mês tão simbólico é pensar sobre a forma com que como está contribuindo para fazer essa agenda avançar.

A pandemia escancarou as desigualdades. Quem abriu mão do trabalho para lidar com o cuidar da casa, dos filhos, da nova rotina foram as mulheres. A pergunta é: por quê? Por que são elas que precisam abrir mão de conquistas na carreira? Por que são sempre elas que se voluntariam para as outras milhares de tarefas que envolvem a família? Por que são sempre elas que se sentem responsáveis? São mesmo só as mulheres as capacitadas para lavar louça, fazer compras online e cuidar dos filhos?

Meu presente é saber que você parou para pensar. Já pensou em como os ambientes de trabalho precisam mudar para serem bons para TODOS? Já fez sua parte? Já pensou em como os ambientes familiares precisam mudar para serem bons para TODOS? Já fez sua parte? Como mulher, já pensou em incentivar e capacitar mais mulheres para novas missões e contribuir para mudar o mindset de tantas que ainda se acham incapazes e por isso nem tentam? Meu presente para o mês de março seria saber que, como sociedade, nós, homens e mulheres, estamos pensando em como podemos avançar nos ainda desafiadores caminhos da inclusão e da diversidade em todas as dimensões da vida. 

Que fique claro: gosto de flores e até de rosas! Gosto de um agradecimento por um trabalho bem feito e uma palavra valorizando minhas contribuições. Adoro que as pessoas valorizem e apreciem as mulheres do jeito que cada uma quer ser. Mulher, solteira, casada, mãe ou não, trabalhando em casa ou fora, gostando de batom ou não, vaidosa ou simples, guerreira ou conciliadora, as possibilidades são infinitas.  

 Nesse mês somente quero repensar nossa sociedade e uma flor parece um prêmio de consolação. Que o mês de março ajude a nos transformar.



Juve Moya

Impulsiono carreiras com apoio da IA no aprendizado de idiomas | Crio soluções personalizadas para desenvolvimento linguístico rápido | MBA em IA para Negócios | Cofundador da MPI 💡

9 m

Uau, belo artigo Sara Hughes 👏 👏 👏

Nabor Nogueira

Gerente de Pessoas & Organização na Zilor | Executivo de RH

10 m

Obrigado por compartilhar suas reflexões sobre equidade de gênero e seus desafios. O artigo que você escreveu é provocador e ao mesmo tempo inspirador. É importante que continuemos a ter essas discussões e a trabalhar em direção de mudanças mais estruturantes e assim promover um futuro mais justo e igualitário para todos.

Parabéns pelo artigo e pela oportunidade de todos refletirmos sobre o tema!!

Celso Figueiredo Batista

Cuidar de Pessoas e Processos | Engenheiro de Segurança de Processos | Eng. de Segurança do Trabalho | Eng. de Produção | Administrador | Técnico de Segurança do Trabalho | ISO 45001 | Segurança Viária | Radioproteção

10 m

Excelente conteúdo Sara! Um chacalhão necessário para fitar o que realmente deve ser fundamental! Em paralelo, acrescento que as flores, especialmente as rosas, continuam a ser respeitosamente e gentilmente utilizadas para representar nosso carinho/ amor a qualquer um. Um abraço!

Antonia Campos

Mestre e Doutoranda em Ciências da Educação

10 m

Parabéns! Excelente reflexão!

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