Não pense na equipe, antes de pensar em você mesmo

Não pense na equipe, antes de pensar em você mesmo

Não pense na equipe antes de pensar em você mesmo

Um desafio básico de qualquer líder ou gestor é tirar o máximo de sua equipe. Não importa todas as teorias de liderança do mundo, se um líder não for capaz disso, então ele não é líder.

Se pudesse existir uma fórmula, ou forma de simplificarmos a capacidade máxima de um líder, é justamente a de atingir resultados extraordinários com a equipe que tem.

Mas a coisa não é tão simples assim. Fato é que não para de crescer o número de livros, publicações e toda uma poluição incrível no mercado sobre liderança, o que é ser líder, como um bom líder faria isso e aquilo e mais e mais citações de personalidades como Steve Jobs, Jach Welch, Peter Druker, entre outras centenas.

E todos são unânimes em aceitar que essa gente soube de verdade como conduzir negócios e se destacarem através de seu estilo próprio e cheio de experiências incríveis refletidas no mundo dos negócios.

Contudo, será mesmo assim tão simples adotar estes estilos aí na sua vida, no dia-a-dia prático e na segunda-feira de manhã cheia de gente que parece já amanhecer cansada depois de algumas horas no ônibus, metrô ou no trânsito caótico das grandes cidades?

Certa vez o escritor Augusto Cury disse que motivação por motivação não leva equipes muito longe. A motivação em si não dura muito, por isso as empresas estão inventando o tempo todo, bônus, congressos de final de ano, festas pra quem bater metas, e os seminários com algum guru estrangeiro importante, ou seja lá o que for para que as equipes permaneçam motivadas, pois as empresas melhor do que ninguém sabem que esta palavrinha medonha chamada motivação não dura muito.

O fato é que no mundo dos negócios, gastamos muito tempo discutindo como motivar equipes, sem abordar de forma mais séria, como nos motivar a nós mesmos. 

Sem trabalhar nossa própria motivação e felicidade, é impossível sermos líderes eficazes. Líderes com L maiúsculo. 

Daniel Pink em seu livro "DRIVE - The surprising truth about what motivates us - A surpreendente verdade sobre o que nos motiva, ele fala sobre o que todo gestor de RH júnior adora ficar repetindo pra todo mundo: dinheiro não motiva ninguém, ou não motiva por muito tempo, e pasmem, ele consegue provar isto a partir de um experimento sério.

Então antes de pensar em sair por aí repetindo feito um autômato o que os outros dizem, que tal olhar um pouco mais pra dentro e pensar sobre: 

Como eu mesmo posso cuidar da minha motivação, da minha própria energia empenhada em realizar coisas?

Em todos os lugares por onde faço palestras ou consultorias para desenvolver equipes de alto-desempenho, nada me parece funcionar melhor do que as experiências do Daniel Pink e a forma como ele aborda o tema, primeiramente, quebrando vários paradigmas e segundo, dando um caminho muito peculiar para olhar primeiro para si e depois para todo o resto.

Primeiramente cada tipo de tarefa deve ter um tipo diferente de “motivador”, por exemplo:

  • Para atividades operacionais e mais simples, recompensa gera resultado.
  • Para tarefas mais complicadas que envolvem criatividade, raciocínio e conceitos, recompensas não motivam.
  • Fato: dinheiro é importante, mas como um requisito. As pessoas NUNCA ficarão motivadas se ganharem pouco.
  • Pague o suficiente para que a pessoa pense em trabalho, não em dinheiro. Entre ganhar mal e ganhar muito existe um abismo.
Uma vez que o “fator dinheiro” é superado, então o caminho está aberto para a verdadeira motivação.

Agora, veja abaixo o que realmente pode fazer de você um ser auto-motivado e contagiar todo mundo a sua volta:

AUTONOMIA - o poder de decidir a melhor forma de fazer as coisas. 

O mundo dos negócios, o meio corporativo impediu a autonomia quando instituiu a figura do chefe.  A coisa piorou um pouco com o passar dos anos, então precisou criar um outro nome para chefe, o líder. Ambos precisam de resultados, mas a forma que utilizam são diferentes. O chefe usa a obediência, o líder usa engajamento. Em resumo, se você quer atuar como um líder melhor, tenha autonomia para contratar, demitir, mudar a forma como as coisas são feitas e encontrar outros caminhos para motivar as pessoas.

Por exemplo, Pink fez um experimento que permitia que as pessoas pudessem trabalhar um dia em projetos pessoais se resolvessem defeitos em um software que estava cheio de bugs.

DESAFIO - o poder de dominar algo e alcançar resultados superiores. 

O próprio Daniel cita uma ideia meio maluca que ele teve em 1983, ele chamou sua professora de economia e disse que tinha algo lhe incomodando, era um modelo de negócios completamente inovador para a época mas que ele acreditava muito: fazer um monte de pessoas altamente qualificadas, ao redor do mundo, trabalharem cerca de 20 a 30 horas por semana em um projeto sem receber 1 centavo. E o resultado do projeto não seria comercializado, mas distribuído também de graça. A professora quase enfartou e o xingou de maluco pra baixo.

Resultado: 20 anos depois, temos: Linux, Apache, Wikipedia (Wikigroup) e  vários outros.

Como é possível fazer com que pessoas “trabalhem” para sua empresa de graça?Essas pessoas têm empregos, são altamente capacitadas e usam seu pouco tempo ocioso para ajudarem organizações que nem mesmo pagam um cafezinho!

As pessoas fazem isso porque contribuir ajudam a dominar o que fazem. Elas sabem que são boas, mas sabem também que podem se tornar ainda melhores a partir de desafios que realmente mexam com elas.

PROPÓSITO - uma energia superior que move as pessoas a serem melhores do que são e a partir disso deixar um legado que realmente vale a pena

Para nós aqui da Thinkers, nada é mais importante do que ter um propósito e segui-lo como se fosse um mantra, uma coisa incontrolável, um comichão que não nos deixa em paz.

A cada dia as empresas e organizações por todo o mundo tentam ter um propósito. Já escrevemos várias vezes sobre isto e podemos dizer que realmente é algo que nos incomoda de fato.

Para nós, este é o ponto mais importante de tudo o que foi falado aqui. Empresas sem um propósito claro, são copiáveis, tem como “driver” apenas o dinheiro e não farão muita falta se fecharem suas portas amanhã mesmo.

Da mesma forma são as pessoas. Quem tem um propósito claro, é mais feliz, mais motivado e consegue ser um evangelizador da marca de qualquer organização, em qualquer lugar e em qualquer tempo.

Produtos fracos, atendimentos que são uma vergonha e funções tediosas, são geralmente encontradas em organizações sem propósito. Quando a força pelo lucro não anda alinhada com o propósito, quando a empresa só pensa em dinheiro, então coisas ruins acontecem o tempo todo. 

Pessoas que estão com energia extra, mesmo em uma segunda-feira de manhã chatonilda e cheia de reuniões com gente mais chata ainda, são as que se destacarão de todas as demais.

Veja neste vídeo incrível produzido pela RSA Animate o próprio Daniel Pink falando sobre sua maneira surpreendente de ver o tema motivação.

Para quem quer ver a palestra do Daniel no TED, basta clicar neste link. Vale cada minuto.

por André Medeiros que acredita que motivação serve apenas para o mundo corporativo e que engajamento é algo apenas para empresas maduras e gestores realmente sérios.

Parabéns Andre! Ótimo artigo!

Jose Antonio Borges

Administration and Finance Manager Director

9 a

É uma abordagem diferente.....Muito BOM !!

Juarez de Oliveira

Head of Legal Deparment at Amgen

9 a

Matéria bem interessante. Vale a pena refletir sobre o tema.

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