Não temos um plano
Na última semana, o Brasil testemunhou mais um capítulo preocupante na gestão das finanças públicas. Após o fracasso do "arcabouço fiscal" lançado em 2023, o Ministro da Fazenda apresentou um aguardado pacote de corte de gastos, na tentativa de melhorar o cenário fiscal do país.
O anúncio, no entanto, foi marcado por uma comunicação deficiente. Ao incluir medidas como a isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5.000 — uma promessa de campanha — o governo sinalizou a ampliação do déficit em um momento que exigia contenção de despesas e aumento de receitas. Essa abordagem gerou desconfiança no mercado, resultando em alta de juros, rebaixamento da nota de crédito do país e a cotação do dólar ultrapassou R$ 6,00 pela primeira vez.
Essa tentativa de agradar a todos, sem um plano econômico coerente, evidencia a falta de uma estratégia clara após dois anos de governo. O governo ora quer cortar gastos, ora quer aumentar despesas para fazer política. Lula fica dividido entre governar para o país, governar só para seus eleitores e governar só para o PT e, com isso, não avança com coragem em nenhuma direção.
A promessa de pacificar o país não se concretiza, pois Brasília permanece paralisada pelo temor de um retorno ao passado político. Incidentes menores são amplificados, e o país não avança em direção à estabilidade; ao contrário, as divisões se aprofundam.
A confusão institucional agrava os impasses: o legislativo, ao invés de legislar, quer mais emendas para se tornar uma espécie de segundo Poder Executivo. O Poder Judiciário, diante da omissão do legislativo, acaba legislando. E o Executivo, que deveria executar, acaba gastando tempo e energia fazendo costuras políticas que o engessam cada vez mais e terceirizam suas ações.
No campo econômico, a ausência de um plano estruturado impede o avanço de setores promissores, como a bioeconomia. O governo continua a sustentar indústrias obsoletas, dividindo recursos entre empresas emergentes e setores tradicionais que já não competem em nível global.
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O crescimento econômico robusto permanece uma promessa vazia. Em vez de reduzir o tamanho da máquina pública, atrair investimentos estrangeiros e requalificar a força de trabalho, o país está preso ao corporativismo, ideologia e clientelismo.
Poderíamos detalhar inúmeros problemas em diversas áreas, mas como o objetivo não é cansar o leitor, vamos logo à conclusão que é clara: não temos um plano. Seguimos à deriva, esperando por ventos favoráveis que dificilmente soprarão antes do final de 2026.
Olá
Sou Gustavo de Oliveira, um entusiasta dos temas relacionados à economia, negócios e inovação.
Atuo como comentarista de economia e negócios na RMC - Rede Matogrossense de Comunicação (filiada à Globo em Mato Grosso) e escrevo artigos de opinião para sites e jornais de Mato Grosso. Também faço palestras com o objetivo de compartilhar conhecimentos e trocar experiências com aqueles que desejam aprofundar-se em tendências econômicas, negócios e futuro do trabalho.
Tenho mais de 25 anos de experiência como empresário no setor de mineração em Mato Grosso e na liderança em instituições públicas e do terceiro setor, com foco na indústria, que me permitiram aprimorar minhas habilidades de comunicação, negociação e relacionamento interpessoal.
Sou conselheiro em duas empresas privadas e tenho disponibilidade para compor Conselhos Consultivos ou de Administração Empresarial.
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3 mGustavo de Oliveira O PT nunca teve um ano de governo, mas sim um ano de ocupação de poder. Nenhuma novidade. Como sempre o que me preocupa é o que vem depois deste governo, estamos sem luz e sem túnel
Ouvidor/Ombudsman na AGER Sorriso, Assessor de Comunicação e Relações Públicas em Saúde, Coordenador de Comunicação, Assessoria em Comunicação Ambiental, Repórter TV/Rádio
3 m"... pra fazer politica" Quer dizer pra fazer politicagem, pois politica é ferramenta de construção social e não regalias para viagens e luxos.
Consultor Especialista Comercial e Marketing B2B, B2C e B2G - Empreendedor - Mentoria 50+
3 mPara governos sem planos, surgem inúmeras oportunidades para mostrarmos o caminho. Tenho consciência que sem essa direção, na maioria das vezes podemos voar às cegas e nos espatifarmos Gustavo de Oliveira, mas qual alternativa temos aqui no Brasil nos últimos tempos, senão nos apropriarmos dos nossos negócios com muita criatividade e seguindo em frente?