Não tenho medo da idade, tenho medo de não viver o que posso! (PARTE 1)
Valeria Nakamura
Empresária | Especialista em abertura e gestão de negócios | Treinamento, Consultoria e Mentoria | Ajudo as empresas a buscarem soluções para seus problemas na gestão de pessoas, processos e finanças
Nunca me liguei no lance da idade. Sendo que quando passei dos 40 falei em um treinamento a minha idade e na hora, lembrei do meu compadre Leo que dizia: “Cuidado com uma mulher que depois dos 40 fala a idade porque ela é capaz de tudo!”
E, sinceramente, acredito que cada vez mais sou capaz de realizar coisas que antes não teria coragem, é claro, com as devidas proporções, por exemplo, não pulo de bungee jump e nem vou sair sem roupa por aí. De resto, estou cada dia mais deixando de ligar para o que os outros pensam, afinal cada um tem seu pensamento. Se não posso fazer nada para mudá-las, feito está e é vida que segue. Fui buscar na memória fatos que marcaram minhas décadas para verificar se houve algum acontecimento recorrente e o que percebi que foram ciclos que se encerraram para início de outros com muitos aprendizados. Nos meus 10 anos foi o encerramento do que chamávamos de primário para o início do ginásio. Lembro que era um momento de definição de permanência na escola ou mudança para outra. Tive a oportunidade de mudar de escola, um amigo de meu pai cujas filhas estudavam comigo havia conseguido meia bolsa para eu ir para a mesma escola das meninas para não nos separarmos. Porém, meus pais agradeceram, mas recusaram a bolsa, pois era uma escola de elite e nós sabíamos que mesmo com a meia bolsa não era algo que poderíamos arcar, apesar de eu estudar em um colégio particular, mas esse era compatível com nossa possibilidade financeira. Fiquei triste sim, afinal as minhas melhores amigas (Renata, Carla, Carol e Márcia) estavam partindo, porém a vida nos mostra que nunca partiram... de uma forma ou outra, sempre estivemos conectadas por nossas famílias e lembranças. E eu não fiquei sozinha, pois acabei me enturmando rapidamente com os novos alunos e com os que continuaram comigo. E assim, mesmo pequena entendi que as mudanças são necessárias, mesmo que sejam doloridas, mas tudo tem seu tempo e possibilidades. Amanhã continuo com a Parte 2.
