Na mesa do bar

Eu estava, na Domingos Ferreira em Copacabana, tomando cerveja com amigos. Pedro um engenheiro com muita experiência na área industrial, Simone uma profissional de RH de muito sucesso, Carlos um empreendedor no segmento do varejo, Felipe surfava com desenvoltura nas pranchas da tecnologia da informação, Débora uma Designer de interiores e Cláudia uma advogada do meio corporativo.

Na alternância de assuntos, alguém começou a falar de problemas, insatisfações e ineficiências na organização onde trabalhava. Começamos, então, mesmo na alegria de um bar, a debater assuntos organizacionais.


Às vezes, nossas idiossincrasias nos empurravam em direções distintas, e colocavam sobre a mesa um cardápio de variadas receitas. Mas houve um momento em que Felipe digitou a senha do consenso e disse “a comunicação é a principal causa disso tudo”. Ufa! Agora sim, todos concordaram. Com a ajuda da cerveja, as coisas ficavam mais fáceis, e com um pouco mais de humildade, cada um de nós já assumia o quanto negligenciara essa função. A partir daí, começamos a lembrar de reveses organizacionais causados pelo mesmo motivo.


Pedro falou do caso de uma das unidades de negócios de um grande grupo multinacional relatado no livro Controle Seu Destino Antes Que Alguém o Faça. Dizia ele: “o negócio, forçado por uma acentuada redução do mercado, caminhava para o fim. E depois de levar as mãos à cabeça, dentre outras iniciativas, o CEO resolveu estabelecer uma comunicação direta e franca com todos os empregados, o que resultou em muitas melhorias com destaque para uma redução de 45% dos custos operacionais.”


Não faltavam histórias, e Simone disse que na área de compensação, matéria de interesse de todos, não são raros os casos de plano cargos e salários com baixo grau de aceitação. Ressaltou que, na maior parte desses casos, os planos eram bons, e o processo de comunicação contava com apresentações para gestores e divulgação na intranet. O que faltou? Perguntou Carlos.


Simone, que preferia suco, continuava: precisamos avaliar a dimensão das transformações implantadas por um novo plano. Se há grandes mudanças de práticas, de propósitos e de conceitos, será difícil vender o plano apostando apenas na reunião com gestores e na intranet. Ademais, o assunto envolve questões sensíveis, de interesse amplo e muita carga de expectativas.


Cláudia acrescentou: nessas situações é recomendável pensar comunicação como estratégia e não como acessório. O processo de comunicação escolhido tem que nos dar a certeza de que sua finalidade foi alcançada. A pior coisa que pode acontecer é a gente, só porque disponibilizou as informações e independentemente da percepção das pessoas, achar que fez a nossa parte. O objetivo é conseguir que as pessoas compreendam e comprem o nosso trabalho.

Olha pessoal, eu não saberia, a princípio, o que fazer. Mas, com certeza descruzaria os braços e sairia na busca de uma solução. Agora, no entanto, quero saber o que vamos fazer neste fim de semana. Completou Carlos – o empreendedor.

Tá na hora de pedir a conta.


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