Naturalizando a Qualidade

Vejo muitas pessoas tratando a Qualidade como se fosse apenas um setor em uma empresa. Pessoas que vêem ferramentas da qualidade como uma chata obrigação e profissionais da área como apenas mais um número no quadro de funcionários. Essa forma de enxergar a qualidade é ainda mais nociva quando vinda de um gestor.

A qualidade é muito mais que apenas um setor: ela é uma ideia, uma filosofia e deve ser aplicada ao negócio como um todo, desde suas entradas às suas saídas.

Para evitar que os processos da qualidade sejam mecânicos e engessados, deve-se torná-los fluidos e naturais. Uma empresa que pratica qualidade apenas dentro de um setor não entendeu o que qualidade significa.

Não me entendam mal, o profissional da qualidade é imprescindível para que o sistema rode de forma coesa (sendo eu mesma uma profissional da área, não poderia pensar diferente); entretanto, todos os colaboradores da empresa devem ser capazes de enxergar como o sistema funciona.

Ou seja: um sistema de gestão da qualidade não é apenas um monte de procedimentos e uma lista mestra que ninguém conhece ou usa, muito menos uma certificação ISO 9001 que só o profissional da qualidade conhece. Um SGQ funcional é aquele com o qual todos os colaboradores são familiarizados; e para que isso seja possível, duas coisas são extremamente importantes: comprometimento da Alta Direção e comunicação.

Um colaborador deve conhecer a política de qualidade da sua empresa, sua missão, visão e valores e deve conhecer os caminhos necessários para acessar a informação documentada necessária para realização das suas atividades. Deve, principalmente, ter o compromisso de seguir os procedimentos da forma correta, pensando sempre em melhoria, tanto do próprio processo, quanto a pessoal.

Uma vez que isso ocorre, temos qualidade.