Necessidades Educacionais Especiais – O que são? Quais são?
Um dia desses publiquei aqui um texto sobre educação inclusiva e me surpreendi com a quantidade de visualizações que teve. Me parece que o povo está precisando e interessado no assunto. Bem, então vamos lá. Coloco aqui outro sobre esse mesmo assunto, para ajudar na discussão sempre difícil da educação inclusiva:
Necessidades Educacionais Especiais – O que são? Quais são?
De acordo com a Resolução do CNE\CEB nº2 de 2001 consideram-se educandos com necessidades educacionais especiais os que, durante o processo educacional, apresentarem:
I - dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares, compreendidas em dois grupos:
a) aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica;
b) aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências;
II – dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais alunos, demandando a utilização de linguagens e códigos aplicáveis;
III - altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes.
Assim a expressão aluno com necessidades educacionais especiais refere-se a crianças e jovens que apresentam necessidades especiais em função de sua alta capacidade ou de sua “pequena” capacidade para aprender. Portanto, as necessidades especiais de aprendizagem, não necessariamente vinculadas à deficiência(s). Na verdade configura-se como um grande e diversificado grupo manifestações, físicas, intelectuais, sociais ou emocionais, temporárias ou permanentes. Assim, as necessidades especiais se apresentam como manifestações de dificuldades de aprendizagem, de dificuldades de comunicação e interação, de altas habilidades ou superdotação. Essa denominação é muito ampla a ponte de tornar-se difícil uma delimitação mais específica do conceito.
Em geral se tem classificado as necessidades educacionais especiais da seguinte forma: Cognitiva, linguística, afetiva,psicomotora, práxica e social.
Nesse contexto então, consideramos que indivíduos cegos apresentam necessidades especiais, pois a maioria das pessoas não usa os recursos e ferramentas por eles utilizados para trabalho, deslocamento e atividades rotineiras. Por exemplo, o sistema braille, livros sonoros, softwares com síntese de voz, de bengalas, cães-guia, etc. A mesma lógica é aplicada para as pessoas que usam muletas, cadeiras de rodas ou andadores.
Há também indivíduos que precisam de cuidados especiais na alimentação, no vestuário, na higiene pessoal, etc. Nesses casos, necessitam desenvolver habilidades, funções e aprendizados específicos.
Bem para se inserir no ambiente inclusivo é preciso estar aberto ao diferente, ao novo. É necessário perceber que seus alunos não são iguais, aliás, são muito diferentes. A partir daí é necessário perceber que essas diferentes precisam de estratégias também diferentes. Assim, a prática pedagógica será voltada para o atendimento específico que seus alunos apresentam.
Nesse contexto é importante que o professor esteja atento para as dificuldades e potencialidades do aluno, a fim de trabalhar orientado por essas características. Isso inclusive deve ser feito sempre que possível com todos os alunos, pois todos são diferentes e apresentam dificuldades e potencialidades diferenciadas.
Os problemas estão ligados à falta de conhecimentos de como atuar com esses tipos de alunos, a falta de preparo dos professores, a falta de estrutura das escolas e o próprio preconceito dos profissionais que fazem parte dessas escolas. Portanto, são grandes as dificuldades a serem enfrentadas e superadas.
As soluções passam pelo enfrentamento das dificuldades apontadas acima. Deve-se buscar conhecimento, deve-se cobrar estrutura para o atendimento de alunos com necessidades especiais e buscar-se uma solução coletiva, ou seja, que sirva para todos. Somente estudando, refletindo e buscando preparo é que vamos conseguir atuar metodologicamente de forma adequada e combater ao preconceito que ainda permanece em nossas escolas. Somente em grupo poderemos crescer mais e obter avanços na metodologia, na estrutura e no sistema de ensino de modo que se passe de um sistema de massa, onde o aluno é apenas um cliente padrão de um serviço padrão, para um atendimento mais humano e pessoal.