Networking É Coisa de Mulher! - 27 de abril de 2022
Workshop sobre rede de relacionamentos profissionais
Núcleo de Cultura e Eventos da OAB/SP
Coord. Dra. Juliana Maggi Lima
27/04/2022 – Módulo 1: Simplificando o Networking
O que é e para que serve? Networking é para mim? Networking como um processo contínuo. Mapeamento e expansão de redes de contato; redes sociais e profissionais e parcerias com colegas. Networking em diferentes contextos (advogada contratada, advogada autônoma, advogada de empresa, estagiária, entre outros). Importância para a carreira em diferentes cenários, mudança de área, reposicionamento, dentro do próprio escritório / empresa.
Palestrantes
Dra. Maria Clara Carmo: graduada em Direito pela USP e Master in Business Administration pela FGV e pela ESADE Business School.
Dra. Juliana Maggi Lima: Advogada, mestre em Direito Civil pela USP e especialista em Direito de Família e Sucessões pela EPD.
As palestrantes trouxeram ricas experiências profissionais.
De início, Maria Carmo explica que, atualmente, trabalha como Headhunter na área jurídica. Diz que vive de networking, que isso é muito importante para ela. Afirma também que passou por transição de carreira.
A seguir, Juliana Lima cita a atual presidente da OAB/SP, Patrícia Vanzolini, que propõe uma nova proposta, uma mudança de paradigma, em um mundo desigual, onde se deve romper com as dificuldades das mulheres no mercado de trabalho. Para isso, os homens devem ter papel de aliados.
Lima afirma que gosta de relações pessoais, de conhecer pessoas, fazer networking. Diz que devemos nos beneficiar dos métodos de networking. Pergunta: “Networking é para mim?” – E responde que networking é para todo mundo, não é só para contratação, para venda, mas para todos: advogadas, promotoras etc.
A advogada esclarece que faz networking, naturalmente, no dia-a-dia. E reflete: “Isto é networking!”, “faço networking!”.
Durante a apresentação, traz uma definição de networking:
“ato contínuo ao longo do tempo de estabelecer e manter (cultivar) relações profissionais (seja conhecendo pessoas novas ou incluindo pessoas do seu círculo social nesse contexto), com trocas recíprocas”.
Ou ainda...
“ato ou processo de desenvolver relações pessoais voltadas a trocas profissionais”.
Como palavras-chave, elenca: “cultivo, reputação, construção, trocas, rede de relações, colaborativo, parcerias”.
Juliana, assim, afirma a necessidade de autenticidade. Em uma rede recíproca, com sinergia, profunda, com trocas e empatia. Diz que gosta de conhecer pessoas, de falar, ressaltando as boas maneiras, a cordialidade.
Porém, informa que networking não é necessariamente amizades. Pelo contrário, tem caráter profissional, que, eventualmente, pode se tornar amigos.
Destaca, então, a relevância de se fortalecer as relações profissionais, seja clientes ou fornecedores, ou ainda outros.
Diz que conhecer novas pessoas, pode possibilitar novas propostas e soluções melhores para clientes.
Ressalta também a importância da reputação, da imagem, da visibilidade, no processo de networking, o que permite avançar na carreira, gerar oportunidades de trabalho, ou ainda, ajudar na contratação de talentos para o escritório ou a empresa.
Por sua vez, Maria Carmo desmistifica o vocábulo “networking”. Trata-se, com razão, de uma palavra estrangeira, que remete à imagem de “homens bebendo uísque na mesa de bar, para fazer negócios”. Ou ainda, de “mulheres trajando terninhos, enquanto negociam”.
Recomendados pelo LinkedIn
Para Carmo, é preciso desconstruir essas imagens. Trata-se, segundo ela, de um exercício relevante desconstruir esses conceitos. Para isso, propõe que nos imaginemos num café à vontade, com alguém que admiramos, tendo boas ideias novas, formando uma boa imagem, que é, em síntese, nada mais que networking.
Carmo diz que networking não é dever! Trata-se de uma construção de relacionamentos. Não se trata de uma palavra fria e distante! Por isso, importa desconstruir a palavra. Networking facilita a atuação para expandir a rede de contato por um horizonte.
A headhunter, então, explica um pouco de sua trajetória.
Lembra que se formou pela USP, em direito. Escolheu o curso, porque gostava das ciências humanas e de argumentação, tendo sido incentivada pela família. Retorna aos tempos das arcadas e diz que vestia uma camiseta de banda (“Foo Fighters”), com um walkman roxo, e sentava-se ao fundo da sala.
Depois, trabalhou no contencioso cível de um escritório de um professor. A seguir, trabalhou com o professor Gustavo Junqueira, da PUC/SP. Tirou a OAB. E estudou para a defensoria pública. Porém, descobriu sua paixão pela área de Gestão Estratégica de Pessoas. Então, estudou administração da FGV e se especializou em RH. Estudou também em Barcelona e voltou perdida. Fez um currículo voltado para RH e distribui, sem sucesso, pelo LinkedIn. Até que, após fazer um mapeamento pela rede profissional eletrônica, fez a transição de carreira e passou a trabalhar em um escritório de advocacia, como headhunter.
Propõe, assim, um exercício. Olhar para si mesmo. Perguntar o que faz sentido para mim. Pois não faz o mesmo para o outro. E buscar ações para alcançarmos o que queremos. Explica que estudar RH, pressupõe “escuta!”. Isto para aprender com os outros, fazer uma autorreflexão. Diz que para uma mudança profissional, é preciso humildade. Lembra que não começamos de onde queremos. Hoje, trabalha como consultora de RH, focada no jurídico, busca atrair bons profissionais. Ouve histórias de muitas pessoas, em transição de carreira. Fortalece, portanto, redes de contatos, faz networking, tudo para atingir bons resultados.
Juliana, então, informa que currículos sem indicação geram menos chances. Destaca, com isso, a relevância de fazer networking, a importância da indicação. Ilustra que, em seu escritório, realizou contratações por indicações.
Para reter talentos, Juliana afirma a necessidade de incentivar os desenvolvimentos pessoal e profissional. Recorda que o networking gera oportunidades, trocas, parcerias, que permite o apoio de colegas (rede), a construção de sua confiança profissional, gerando ainda novas perspectivas, por meio da diversidade.
Daí o destaque para as relações pessoais recíprocas, uma rede de trocas. Para tanto, o networking como uma visão de futuro, de manter e cultivar relações. Daí também o olhar para o benchmark, ou seja, a atenção para as melhores práticas no mercado.
A advogada realça o desenvolvimento de parcerias, a troca de ideias sobre casos, sem identificar os clientes. E, a seguir, questiona: “E o que a mulher advogada tem a ver com networking?”. E a resposta bate pronta: “Tudo!”, “é fundamental para se desenvolver, para desenvolver relações!”. Para ainda, “romper barreiras e dificuldades, dificuldades encontradas no mercado”.
Juliana, então, demonstra como o mercado jurídico é árduo, excludente. Daí mais uma vez a relevância do networking. Ilustra que há aproximadamente 620 mil advogadas no Brasil. Um mercado, pois, altamente competitivo. O networking, assim, é uma ferramenta imprescindível para sobreviver e se destacar nesse cenário. Segundo ela, não existe receita pronta, cada um encontra o seu processo.
A advogada, depois, aponta a dificuldade de se falar em público, o que é preciso superar. Diz ser necessário ativar “a chavinha” do profissional, já que as pessoas precisam saber o que o você faz.
Destaca o olhar para as relações pessoais, também com intenção profissional. Aponta que quanto antes começar, melhor, mas sempre é tempo. Assim, sugere que se mantenha relações com seus colegas de faculdade. Conheça colegas de pós-graduações, de cursos. E visite sua lista de conhecidos.
Lembra que a própria OAB se trata de um potente meio para fazer networking. E que não adianta só participar, é preciso mostrar por que faz diferença, realizando trocas.
Passam, a seguir, a falar sobre redes sociais. Informam que a principal rede de contatos virtual se trata do LinkedIn. Nele é possível conhecer pessoas de todo o país. Ressaltam a importância de gerar conteúdo relevante e organizar eventos.
Adiante, projetam a dificuldade de se fazer networking, como uma questão social. Para isso, novamente, lembram a relevância dos homens como aliados, para transformar a sociedade (#HomensPodemSerAliados).
Daí a importância de fomentar networking com colegas mulheres, convidá-las para atividades e eventos. Não promover eventos profissionais excludentes. Destacar colegas mulheres. Chamar colegas mulheres para parcerias. Falar como você faz networking para uma amiga.
Carmo, com isso, reflete: “se você quer navegar, levante a sua vela!”. E que: “networking pavimenta o caminho”. É, assim: “para todo mundo!”. A importância “do que faz sentido profissionalmente para a gente!”. É preciso superar a resistência emocional e lembrar que “fazemos networking sem saber!”. Lembrando que networking começa na escola, na faculdade. Na época, não éramos incentivados. Outros locais também são propícios, como aniversários. As relações pessoais são “sementinhas”, que podem gerar “coisas maiores na frente”. Sugere ainda que comece no online e depois passe para o pessoal, combinando os dois mundos.
Juliana, por fim, sugere que nos aproximemos das pessoas que fazem sentido, combinar os dois mundos gera maior potência. E a importância de ser autêntico, genuíno. Ilustra que soube pelo LinkedIn que um colega mudou de emprego, então marcou um café para possíveis oportunidades.
Finalmente, Carmo destaca a relevância de entrar em contato com headhunters profissionais. Sugere procurar no Google e no próprio LinkedIn. Mapear e descobrir pessoas, com “trabalho de formiguinha”. E Juliana põe a cereja no bolo, lembrando a relevância da “pesquisa de mercado”.
Esse foi assim o primeiro dia do evento sobre networking promovido pela Comissão da Mulher Advogada (CMA) da OAB/SP, em que a Dra. Juliana Maggi Lima colaborou com a organização.
Falou ela e Maria Clara Carmo com a condução dos trabalhos feita pela Conselheira Estadual e Vice-Presidenta da CMA, Ana Carolina Lourenço.
“Foi uma conversa que fluiu com complementações de todas e com muitos exemplos de por que e como fazer networking” (“espero ter conseguido tirar o ranço de muitas!”) – Juliana -> via LinkedIn.
“Eu estava com altas expectativas, mas foi ainda mais incrível do que eu imaginava. Teve participação das pessoas que foram presencialmente e também de quem estava online, o que tornou o evento mais completo”. – Juliana -> via LinkedIn.
“Já tive retorno de uma colega que resolveu colocar em prática imediatamente o que conversamos e já tem dois cafés com pessoas do interesse dela engatilhados!” – Juliana -> via LinkedIn.
“Sexta-feira – mais com a Carol e com a Mônica Lima e teremos muitos exemplos práticos sobre o tema!”. “Aguardamos todas e todos!” – Juliana -> via LinkedIn.