A Neurociência das Emoções

A Neurociência das Emoções

"Qualquer um pode zangar-se — isso é fácil. Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida exata, no momento apropriado, pelo motivo correto e da maneira adequada — isso não é fácil." Aristóteles, com essa reflexão, destaca a complexidade da gestão emocional, uma competência atemporal que hoje entendemos como Inteligência Emocional (IE).

Mesmo para quem nunca se deparou com esta citação, o nome de Aristóteles não é estranho, assim como é claro que suas palavras não foram proferidas recentemente. Este pensamento do filósofo ressoa profundamente com o conceito de Inteligência Emocional, demonstrando sua relevância milenar.

Antes de adentrarmos a fundo nesse tema, permitam-me compartilhar uma curiosidade pessoal que acendeu minha paixão pelo estudo do comportamento humano e pela prática da IE no cotidiano. Sendo a caçula de sete irmãos, cresci em um lar onde a convivência era intensa e diária, propiciando um ambiente rico para observar, experimentar e, por vezes, errar no aprendizado sobre as emoções e como geri-las.

No âmbito corporativo, a importância da IE é substanciada por inúmeras pesquisas. Uma delas, realizada pela Career Builder, revelou que mais da metade dos gerentes (59%) optariam por não contratar um candidato com baixo quociente emocional, mesmo diante de um currículo impressionante. Isso se deve ao fato de que, por mais que um indivíduo possua vasto conhecimento, a dificuldade em perceber, se relacionar e controlar suas emoções pode ser um impedimento significativo.

É comum enfrentarmos situações onde as emoções afloradas alteram drasticamente o ambiente, seja no trabalho ou em casa. Imagine uma situação recente como exemplo. Percebe-se como o clima pode mudar, afetando a produtividade e a harmonia do grupo. Um ambiente carregado emocionalmente tende a desgastar e causar discordâncias entre as pessoas.

Portanto, a habilidade de reconhecer e gerenciar nosso estado emocional, assim como o dos outros, é crucial para a manutenção de relacionamentos saudáveis.

Mas, afinal, o que são as emoções?

As emoções são, em essência, respostas fisiológicas automáticas a estímulos externos ou internos, que iniciam no cérebro e provocam reações corporais. Somente após essas reações nos tornamos conscientes de nossas emoções, que então nos motivam a agir de certa forma.

As emoções servem para preparar nosso corpo para reagir conforme a natureza julgou apropriado, seja para enfrentar uma ameaça ou para expressar afeto. Veja as principais:

Agora que compreendemos o que são emoções e como surgem, podemos explorar a Inteligência Emocional em seus quatro pilares fundamentais: autoconhecimento, autogestão, empatia e gestão de relacionamentos. O desenvolvimento dessas habilidades é essencial não apenas para o sucesso profissional, mas também para uma vida pessoal plena e satisfatória.


  • Autoconhecimento – como eu me vejo:

É a habilidade de entender qual seu “perfil” afetivo, assim como suas principais características pessoais e consequentemente suas forças e fraquezas. Se conhecer não é tarefa fácil e muitas vezes também não é agradável, é um processo contínuo e inacabado de reflexão sobre como você interage com outras pessoas e consigo mesmo. Você precisa descobrir práticas de como acelerar este processo de reflexão.


  • Autogestão - como lido comigo mesmo:

Gestão das emoções, eu primeiro entendo para depois gerenciar os impulsos e entender o quanto estou pronto para me adaptar a essa situação atual, adversa. Controlar seus sentimentos e expressá-los de maneira apropriada em cada situação é uma habilidade fundamental.


  • Consciência Social - como leio e lido com o outro:

Consciência Social é a habilidade de ser um bom ouvinte, entender as emoções dos outros e perceber como o que você diz é compreendido pelos demais. Pessoas com este pilar desenvolvido, conseguem entender os sentimentos por trás do que os outros dizem e têm facilidade em ajudar as pessoas. Uma boa dica para melhorar nesta habilidade é sempre se perguntar o que está por trás das palavras das pessoas, diminuindo o pré-julgamento.


  • Gestão de Relacionamento - como me conecto e lido com questões sociais:

A forma que lido com outro! O quanto você é influente? Não é só a forma que você fala, mas é sua capacidade de colocar o seu ponto de vista. Pessoas que sabem gerenciar relacionamentos são notadas pelas capacidades de influenciar os outros, gerir conflitos e trabalhar em equipe. A dica é entender que cada pessoa funciona de uma maneira e que é sua responsabilidade aprender o funcionamento de cada uma delas para então moldar como você se comporta.

Dominar a Inteligência Emocional não apenas transforma a forma como nos percebemos e interagimos com os outros, mas também como enfrentamos desafios e aproveitamos oportunidades.

Por Shana Wajntraub


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Mayara Clemonini

Sales Operations @Rocket Software | ongoing Salesforce Admin | MBA, Sales Mgmt

6 m

Utilidade pública esse artigo, obrigada Shana Wajntraub

Gabriela Ehlert

Impulsionando Conhecimento e Oportunidades de Negócios | Mundo do Marketing | CMO Summit | RH Summit | Transformação Digital

6 m

Muito obrigada Shana Wajntraub pela contribuição! Artigo sensacional!

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