A neurociência e a criação de culturas de alto desempenho
Nas últimas décadas, líderes de negócios e profissionais de RH tentam desvendar os segredos da criação de culturas de alto desempenho. O campo da neurociência agora está nos dando respostas para o que acontece dentro de nossos cérebros e corpos em diferentes ambientes e culturas. O conhecimento neurocientífico pode transformar sua cultura, sendo capaz de produzir empresas prósperas, mudando a maneira como nos comportamos.
1. Ambientes com alto nível de testosterona são contagiosos.
Empresas com uma cultura baseada em metas, concorrência, hierarquia e status têm sido tradicionalmente o modelo padrão. Vimos pessoas altamente motivadas, arriscadas, ambiciosas e competitivas subirem ao topo, e muitas salas de diretoria estão cheias de personagens dominantes e seus negócios costumavam dominar os mercados. Mesmo que agora estamos vendo algumas das consequências negativas decorrentes dessas culturas, a meritocracia funciona e sempre trará grandes resultados!!!
O problema é quando se exagera e vemos o esgotamento dos executivos, o estresse e a depressão aumentam. Então, passamos a procurar antídotos - mas agora os neurocientistas estão entendendo as causas. Observando o cérebro, podemos ver o impacto de culturas orientadas para o alto desempenho e por que tem sido tão difícil combater tamanho estresse. A razão é que a testosterona é contagiosa.
Homens e mulheres produzem o hormônio, homens geralmente 10 vezes mais, mas pesquisas mostram que nas culturas com alto nível de testosterona ou "Alpha", os níveis de todos estão aumentados. O nível de motivação, pressão, competição, domínio e comportamentos de “poder sobre” pode aumentar até que a cultura se torne tóxica a todo homem ou mulher por si só!!! É aqui que vemos o desempenho cair à medida que a desconfiança aumenta e grupos começam a concorrer ou até brigar uns contra outros. A política, o medo e o ego se tornam mais incorporados, e assim o ciclo continua.
2. O seqüestro de amígdala encolhe o cérebro
Quando as pessoas têm medo, seus cérebros operam a partir da amígdala e entramos no modo de luta, fuga, congelamento ou apaziguamento. Nossos corpos são inundados com cortisol, que aguça os sentidos para um perigo imediato. Como os hormônios têm uma relação negativa, o cortisol (hormônio do estresse) é essencialmente liberado para reduzir os efeitos negativos da testosterona em excesso.
Como o cortisol domina nossos cérebros, nossos cérebros começam a se desligar e reduzimos a capacidade de pensar logicamente ou a longo prazo, e entramos no modo de proteção e sobrevivência. Se você já foi solicitado a fazer aritmética difícil mentalmente em uma reunião, saberá exatamente do que estou falando. A pesquisa está agora nos mostrando que, quando estamos em ambientes estressantes de longo prazo, nosso QI reduz - estamos diminuindo nosso cérebro. Impulsionar o alto desempenho a qualquer custo pode na verdade reduzir a capacidade de seu pessoal, seu maior patrimônio.
3. A ocitocina ativa o cérebro executivo. A boa notícia é que existe um antídoto hormonal ao estresse, mas é preciso uma mudança de comportamento para ativá-lo. A ocitocina é comumente conhecida como hormônio do abraço, porque é produzida quando nos sentimos seguros e protegidos em um relacionamento. Isso nos ajuda a nos relacionarmos a nos sentirmos conectados aos outros, e tem o efeito oposto do cortisol. Enquanto a desconfiança vive na amígdala e é ativada pelo cortisol, as redes de confiança operam no córtex pré-frontal (cérebro executivo), onde criatividade, lógica, raciocínio, pensamento estratégico e conexão são ativados pela ocitocina. No mundo ocidental, a maioria das pessoas trabalha em funções nas quais é necessário que usem suas mentes. Pedimos às pessoas que resolvam problemas, projetem, inovem, criem ou pensem estrategicamente e quando fazemos isso estamos basicamente ativando o córtex pré-frontal. Por esses termos, parece lógico que, como líder, você faria todo o possível para nutrir e desenvolver esse ativo, e isso pode ser alcançado através da criação de um ambiente de confiança, abertura e segurança. O Google queria saber qual era o segredo para criar equipes de sucesso e alto desempenho. O Projeto Aristóteles procurou verificar se havia um QI aumentado nas equipes de sucesso e o que o causou. O que eles descobriram foi o segredo da Segurança Psicológica, a capacidade de criar um espaço seguro, onde os membros da equipe se sentissem seguros o suficiente para serem abertos, transparentes e entrarem em flow, sem medo de serem envergonhados, julgados ou sem retribuição. Sob a ótica da neurociência, o que eles teriam descoberto era que a ocitocina era dominante sobre o cortisol.
4. Sucesso gera sucesso
Quando trabalhamos em equipes confiáveis e de alto desempenho, nos sentimos recompensados e nosso corpo é inundado com dopamina, e é bom. De fato, é tão bom que queremos mais e mais, então, em troca, fazemos mais coisas que nos recompensam. O interessante é que essas “recompensas” vêm mais da interação humana do que de estímulos externos. Um colaborador lembrou-se cerca de 10 anos depois, de um projeto onde ele havia feito um trabalho espetacular . Seu chefe se aproximou dele pessoalmente, apertou sua mão e lhe disse que estava tão satisfeito que o indicaria para um prêmio. Essa interação causou tanto impacto nele que ele ainda sorriu quando se lembrou dela 10 anos depois, e sim, ele queria ter esse sentimento novamente, de modo que continuou a ir além.
5. É simples, mas requer equilíbrio!!!
A realidade é que já sabemos que ser aberto, honesto, autêntico e tratar as pessoas com respeito obtém resultados. Agora, temos a ciência para provar isso e começa no topo. Se os líderes do seu negócio chegaram ao topo por serem autênticos, aposto que a cultura já está abrindo o cérebro das pessoas e está gerando criatividade, inovação e sucesso. Para os líderes que ainda operam nas culturas movidas a testosterona, a mudança pode ser difícil. Toda vez que tentamos mudar, encontramos o seqüestro de amígdala e nossos sabotadores atacam e nos dizem para ficarmos seguros e protegidos. Sair do medo, superar suas próprias barreiras para criar confiança e ser autêntico é a chave. Um passo de cada vez pode ter efeitos transformacionais no desempenho do seu negócio. Mais uma vez o equilíbrio e o bom senso se apresentam como solução. O que se observa então é que uma cultura onde a meritocracia funcione e as pessoas se sintam amadas, respeitadas e sem medo é o melhor caminho para a alta performance.
Diretora Financeira das Américas na FoodChain ID | Planejamento Financeiro | Gestão de Equipes | Expansão
4 aMuito bom artigo! Eu acredito em tudo isso que escreveu e procuro viver assim!
Propagandista Neófito / Representante Farmacêutico / Consultor de Vendas /Executivo de Contas
4 aMuito bom o artigo, realmente empresa que mudaram essa visão, tem um crescimento muito maior e com isso seus colaboradores se sentem mais feliz no seu ambiente de trabalho, abraço.
Head of Research & Innovation Center Gijón
4 aExcelente artigo!
Business Development Leader | MBA in People Management | Driving Client Growth & Building Collaborative Work Environments Across North America
4 aFantástico artigo 👏! Pra cima 🏆.
Comercial | Vendas | Key Account | Desenvolvimento de Negócios | Prospecção de Novos Clientes | Atendimento ao Cliente | Estratégia de Vendas | Experiência do Cliente | Gerenciamento de Contas |
4 aParabéns pelo belo artigo Daniel Kroeff. Pessoas positivas e felizes movem pessoas, companhias e o mundo! Muito bom!