News #24: Zona de conforto ou de comodidade?
Para viver um propósito, sonho, objetivo ou qualquer que seja o nome que você queira dar, vai ser preciso passar pelo processo, algo que muitas vezes envolve desconforto. Atualmente, estou justamente neste ponto, no processo, do ponto de vista pessoal e profissional.
Profissionalmente, ainda não posso contar as novidades, mas vem mudança no fim de abril. Coming soon...
Pessoalmente, já compartilhei por aqui que meu filho mais velho tem TOD (Transtorno Desafiador Opositor) e TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), condições que o deixa hiperativo, esquecido, desorganizado, respondão, desobediente, barulhento… os adjetivos são muitos.
Há um tempo eu vinha odiando a mãe que me tornei. A que sempre está na posição de correção, de “não faz isso”, a carrasca, a estraga prazer, a mãe cansada… os adjetivos que posso me dar também são muitos.
E nem é que eu seja uma mãe que exige nota 10 em tudo. Pelo contrário, gosto de pensar em viver na média e focar no que realmente me destaco (ou meu filho). Já abordei isso na news #6.
Nitidamente, não estava dando certo para ninguém. Começamos terapia familiar. Quando digo "começamos", literalmente todos estão envolvidos: eu, o padrasto, meu filho e até a bebê que vai a tira colo hehehe.
É um processo desconfortável, admito. Algumas coisas que são faladas no divã fogem do que eu acredito e penso. Eu poderia seguir na “zona de conforto” de colocar uma lista de regras e punições para ele, mas não estava funcionando. É uma pressão constante de apagar incêndios, o que me deixa esgotada e também me faz esquecer dos momentos bons.
Pensando bem, a "zona de conforto" nem é tão reconfortante assim. Pelo contrário, é bem desconfortante. Você sabe que algo incomoda, que não está dando certo, mas segue ali pelo medo de mudar ou simplesmente por nem saber como começar. Finge estar confortável quando na verdade está mais em uma zona de comodidade.
Mudar incomoda porque você precisa enfrentar esse desconforto.
Quantas vezes estamos desconfortáveis com as relações que cultivamos, com o trabalho, com a organização financeira, com tudo, mas continuamos nessa zona de comodidade?
Não é fácil mudar, mas se você quer mudança precisa ser o agente transformador, não tem jeito. A coisa não se resolve sozinha.
Recomendados pelo LinkedIn
Você pode ter fé no futuro e torcer para ganhar bem um dia, mas se não tomar a atitude de se inscrever na vaga de emprego, ela não vai cair no seu colo. O mais provável é que o emprego dos sonhos nunca nem descubra que você existe.
Você pode desejar com toda a força atingir sua liberdade financeira, mas se não poupar e investir os primeiros R$ 100 que sejam, ela sempre ficará no campo dos sonhos.
Você pode querer ter boas relações conjugais e familiares, mas se continuar a agir no automático, acho difícil mudar algo. Era o meu caso.
Eu tenho medo das mudanças, não sou de ferro. Ao mesmo tempo, nunca deixei de fazer transformações quando foram necessárias. Depois do jornalismo fiz uma segunda faculdade de economia, sai de uma das maiores redações do Brasil para ir para uma startup, empreendi com conteúdos na internet, dei aula em faculdade, adotei, me separei, enfrentei (ou ainda enfrento) o luto do meu ex-marido, estou empreendendo como consultora financeira e tenho certeza que a mudança é uma constante, não a exceção. Sempre haverá coisas novas.
Eu tenho medo, sempre. Mas ao mesmo tempo quando a mudança acaba me sinto mais autoconfiante.
No campo pessoal, profissional ou financeiro, você não precisa se acostumar com o desconfortável. Se te incomoda, já é um grande sinal amarelo de que algo precisa mudar.
P.S.
Tirei cinco dias de folga com os filhotes para ficar na praia e foi ótimo para me lembrar da mãe que quero ser: a que coloca limites, mas que também curte o processo de aprendizagem.