Ninguém se importa com você (e isso é libertador) Por Leonardo Filomeno
Ninguém realmente se preocupa com você e com as coisas que acontecem em sua vida.
Você pode até pensar agora que estou errado, que você tem uma família muito próxima, alguns grandes amigos, uma companheira que te ama bastante. Cada um deles vai ser especial enquanto alguns interesses estiverem convergindo com os seus. Eles te ajudarão a se levantar, assim que necessário. Mesmo assim, eles não se preocupam com você tanto quanto você se preocupa consigo mesmo (ou pelo menos deveria).
A partir do momento em que você entende que não é especial para ninguém e somente para si mesmo, você de fato deixa de ser uma criança mimada, egocêntrica e superprotegida. A partir daí, está a um passo de uma verdade libertadora e valiosa para sua vida.
Assim como você, todo mundo está com problemas, todo mundo tem um dia ruim, todo mundo se sente desvalorizado várias vezes na vida, todo mundo sente o que você está sentindo e, todo mundo já passou e se sentiu muito pior do que você, neste exato minuto.
Enquanto você reclama a sua não promoção no emprego, milhares estão desempregados; enquanto você se chateia por não ter trocado seu carro velho, alguns milhares só têm o péssimo transporte público para recorrer; enquanto você reclama da mesma comida que comeu no almoço, alguém reza para ter o que comer no jantar.
Seus problemas não definem você. Seu diagnóstico clínico não te torna especial. Sua mágoa não faz de você um cara único. Sua incapacidade de se levantar bem da cama por ser uma segunda-feira de trabalho não o torna especial e imune as expectativas que o mundo e a sociedade colocaram nas suas costas para este começo de semana.
O mundo está aí para reforçar a minha convicção diária de que não dá a mínima para o que acontecer contigo. Agradeço a Deus todos os dias que meus problemas não são especiais. Por eles não serem especiais que meus problemas são reais desafios e oportunidades para crescimento e evolução como pessoa.
Parta do pressuposto que ninguém dá a mínima para os seus problemas e, se você não resolver, ninguém o fará. Assim como as pessoas não se preocupam com você, você deveria se preocupar menos com a opinião dos outros, principalmente na hora de resolver seus conflitos.
Não arranje falsas desculpas para seus problemas. O que as pessoas vão pensar? Será que eu terei uma segunda chance se falhar? Se eu falhar, como poderia passar a culpa para outra pessoa? Se não, eu poderia culpar as circunstâncias?
Você acaba tomando decisões não em cima das coisas que você quer, mas em como as pessoas pensariam sobre isso. Com este pensamento de agradar a todos, você não vai agradar a ninguém, muito menos a si mesmo. Deixe de lado esta preocupação e tenha liberdade para tentar, falhar e aprender sozinho.
Da próxima vez que sua namorada o deixar, use o pé na bunda como oportunidade para realmente encontrar alguém que goste e dê valor a você. Ou use o tempo sabático para explorar a possibilidade de ser feliz sozinho.
Algumas pessoas podem até se solidarizar com problemas e dificuldades que você esteja passando, mas se você está procurando por piedade, quer se colocar no centro das atenções delas enquanto derrama lágrimas e declama o quanto sua vida é cheia de provações, esqueça.
Quando um problema chegar, encare a situação não como um beco sem saída, mas uma oportunidade para mostrar sua perseverança, luta e criatividade.
Use seus problemas não como muletas, mas como oportunidades que o mundo lhe dá para crescer e mudar. É claro, sempre para melhor.