Nos bastidores de uma Exposição de Arte
Quem visita uma exposição não imagina todo o aparato que aquele trabalho recebeu para chegar aquele ponto. Desenvolvi esse texto como forma de homenagear os profissionais por traz das maravilhosas exposições que se apresentam, principalmente em São Paulo, nestes último anos, valorizando artistas nacionais e internacionais. Embora meu conhecimento ainda seja autodidata, baseado apenas no dia a dia desta última década em que acompanho a arte um pouco mais de perto.
Profissionais de áreas distintas são envolvidos diretamente e indiretamente com o evento da montagem de uma exposição de arte ou mostra. Os museus contam com equipes, pequenas ou grandes, especializadas ou não, que engrandecem cada item do processo, como uma orquestra regida pelo seu maestro: o curador ou os curadores. Que por sua vez, ditam os rituais a serem seguidos de forma perfeita entre cada instrumento, cada partitura, cada nota e seu grau de encantamento aos ouvidos, ou no caso das exposições, aos olhos e ao coração de quem as vê.
Tudo começa com o planejamento para cada período, como um esboço do que será apresentado, que levam em consideração as tendências da arte e da vida. Afinal a arte é a representação do homem no seu tempo, seja no presente, no passado ou o que se imagina para o futuro. A partir deste esboço florescem as ideias da equipe que desenvolve o projeto. Depois do "que queremos" vem o "que podemos", então entra em jogo a equipe que aponta os recursos disponíveis e não disponíveis, e como estes serão conquistados. Essa fase é crucial para que todo o resto seja possível.
Mas os sonhos não esperam, enquanto as boas novas não se concretizam, muitas mentes e mãos já trabalham para adiantar ao máximo todo processo das obras escolhidas, da pesquisa necessária, da logística segura, dos tramites legais, da expografia, da divulgação, das homenagens, dos materiais gráficos, das visitações, das atividades especiais.
Este é apenas um apanhado grosseiro do que acontece nos bastidores de uma exposição, para que seja possível ao visitante não apenas visitar mas levar com ele uma imagem, uma ideia, uma inspiração, que torne-o um ser não apenas mais culto, mas também mais leve, mais atento e até mais humano.
Em cada moldura alinhada, em cada direcionamento de luz, em cada parágrafo de texto, em cada seja bem-vindo e obrigada, em cada educador, em cada recepcionista, em cada técnico de manutenção, em cada técnico de conservação, pesquisador, assistente, serralheiro e tantos outros personagens desse mundo, existem o empenho e a força dos que mostram, e amam a arte, fazendo de cada trabalho apresentado também um pouco seu.
Daí a importância do público para os museus e para os artistas que lá expõem seus trabalhos. Paremos de pensar que o museu apenas guarda o passado ou a historia de um tempo, pois lá encontramos a nossa história, os nossos pecados, os nossos anseios, a imagem do que somos capazes, para o bem e para o mal, do quão somos fortes e inteligentes, quando queremos ser.
O museu é vida, nos enriquece como indivíduos e coletivamente. Então, vá mais vezes aos museus da sua cidade, e lembre-se, que por traz do trabalho que você aprecia existem muitos artistas, além do qua assina a obra.
Aprecie sem moderação!