Nossa dependência das redes sociais ...

Hoje, 07-out-2021, O Estadão (A2) trouxe um artigo interessante, intitulado ‘Regular as big techs’. O artigo comenta a pane tecnológica ocorrida na última segunda-feira, dia 4, quando saíram do ar três redes sociais (Facebook, WhatsApp e Instagram). Comenta também a busca das autoridades americanas para regular as redes sociais, entre outros temas.

Como professor de finanças, chamou minha atenção a seguinte menção: “... As cinco big techs dos Estados Unidos – Amazon, Facebook, Apple, Microsoft e Google – alcançaram, juntas, no final de julho, o preço de US$ 9,3 trilhões. O faturamento anual líquido das cinco ultrapassa US$ 200 bilhões. São cifras assombrosas, inéditas na história do capitalismo, que não param de subir.”

Tomando como base esses números, gostaria de chamar o leitor à reflexão, sobre uma possível irracionalidade financeira, ou uma provável confusão nos números. Entendo que, se o faturamento das cinco empresas (em 2020) fosse da ordem de US$ 200 bilhões, o valor de mercado desse conjunto de empresas não atingiria US$ 9,3 trilhões. Nesse caso, o faturamento estaria correspondendo a 1,5% do valor das cinco empresas. Para um valor de mercado de US$ 9,3 trilhões, o valor de US$ 200 bilhões fará algum sentido se se referir ao lucro líquido do conjunto de empresas. Para quem não é especialista em finanças, informo que o lucro líquido é o faturamento, menos os custos, despesas e impostos. Gostaria de destacar que apenas o faturamento consolidado da Amazon em 2020 foi de US$ 321,2 bilhões.

Especificamente quanto à possível regulamentação dessas redes sociais, também entendo como necessária. A questão é como e o que regulamentar. Os transtornos trazidos pela pane tecnológica ocorrida na última segunda-feira mostram a dependência e a importância das redes sociais para a população e para os negócios de uma forma geral. Por outro lado, essas ferramentas tecnológicas disponibilizadas ao público, tem o seu preço social. O filme “O dilema das redes”, de 2020, mostrou o lado perverso das redes sociais.

Boa reflexão sobre a utilidade das redes ...

José Pereira da Silva