Nossa natureza é a imperfeição
Em uma caminhada para aliviar uma companheira indesejada chamada ansiedade, comecei a reparar no céu.
Atrás de mim, uma possível chuva se aproximava e fazia com que ele estivesse bastante cinza. À minha frente, ele ainda estava bem azul, com várias nuvens que pareciam verdadeiros algodões, da mesma maneira que o vi quando acordei naquele dia. Já ao meu lado direito, ele estava incrivelmente bonito em uma mistura perfeita entre amarelo, rosa e laranja, anunciando, como de costume, que o sol estava se pondo e que aquele dia se encaminhava para o seu fim.
Logo me pus a pensar: se o próprio céu pode ser vários em um só, por que eu deveria espremer a minha existência às caixas que sempre tentam nos colocar? Se ele consegue, de uma só vez, ter tantas formas e cores, por que eu deveria me preocupar em ser 100% do tempo decente, perfeita e coerente? Nós somos e não somos tantas coisas ao mesmo tempo.
Essa reflexão, sem dúvidas, ganhou um espaço no meu coração e, sobretudo, na minha mente. Seguirei questionando o fato de querermos ser perfeitos (e do mundo nos cobrar isso) e nomearmos toda e qualquer coisa sobre nós mesmos, quando, na verdade, se nem a natureza pode ser minuciosamente definida e compreendida, por que eu o deveria fazer? Afinal, nós somos parte dela.
Decidi registrar o meu lado preferido daquele céu contraditório, mas sei que cada pedacinho dele naquele momento tinha a sua própria beleza e importância para o todo. Assim também é com a gente: mesmo as partes que nos formam, mas que não gostamos tanto assim, são a união perfeitamente imperfeita de quem somos. Partes bonitas, outras nem tanto, mas todas, sem dúvidas, essenciais para nos fazer ser quem precisamos.
São muitas cores, texturas e camadas, muitas delas inomináveis. Então, que saibamos, sobretudo, aceitar essa condição plural do existir cada dia mais.
Texto originalmente publicado em: www.juliagroppo.com.br
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Júlia Groppo
Formada em Jornalismo pela PUC-Campinas, adora se descrever como uma escritora em busca de histórias que merecem ser contadas. E a verdade é que todas merecem, então, está sempre atenta aos detalhes do cotidiano (sua pauta favorita!) e com um caderninho de bolso a postos.
Divide a vida entre cafés, livros, o trabalho CLT, os freelas como estrategista e redatora de conteúdo e as crônicas que escreve em seu blog. Com experiêcia em áreas como Atendimento ao Cliente, Escrita Criativa e Marketing de Conteúdo, descobriu que tem muitas paixões e decidiu viver cada uma delas, sem se esquecer de registrar cada momento e aprendizado por meio de suas palavras.
Para ler mais textos: www.juliagroppo.com.br
Gestão de Projetos | Impacto Social | Articulação com Stakeholders | Desenvolvimento de Parcerias
2 aPegar um café e me deparar com essa leitura tão gostosa em uma manhã fria, é se sentir abraçada! Aceitar nossa dualidade, nossas incertezas e mutações, inclusive na área profissional, é um caminho em direção oposta a ansiedade! Muito bom Júlia :)
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2 aSempre ótimas reflexões 👏👏
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2 aQue reflexão!