Nossos adoráveis garotos
Hoje eu estava assistindo TV quando vi a chamada: “neste domingo, não perca a descida das escadas de Santos. No ano passado quem ganhou foi o garoto Gabriel Giovannini, de 26 anos.” Me lembrei sobre os debates acerca do comportamento do Neymar Jr. e seu “cai cai” durante a Copa do Mundo e as justificativas de vários comentaristas: “gente, ele é só um garoto, só tem 26 anos.”
Fico pensando o que é que deu de errado com o mundo. Não vou entrar no mérito que comecei a trabalhar cedo porque vários aqui também fizeram isso.
Também não vou generalizar que todos aqueles que têm 26 anos são imaturos pois sei muito bem que existem vários jovens preparados, que sabem o que querem, que batalham por uma universidade, trabalho e uma vida madura e dura desde cedo.
O que eu questiono é o que como os pais de hoje têm preparado os filhos para os desafios da vida. Como é que podem existir verdadeiros garotos de 26 anos (e até mais velhos), mimados, mal educados , que entram numa vida corporativa cheios de mania, de vícios, não sabendo o mínimo, que é se comportar diante de outros colegas de profissão.
Os pais deixaram, em princípio, além da formação, a educação para ser responsabilidade das professoras. Elas não têm essa responsabilidade e não estão dando conta. Quando eles crescem, mas ainda continuam garotos, eles entram no mercado de trabalho, cabendo ao gestor trazê-lo para a vida adulta, completar sua formação.
Eu sempre gostei de gente, adoro trabalhar em equipe, com pessoas animadas, dispostas a alcançar um objetivo, m não me coloquem numa ambiente que tenha um colega de trabalho dizendo a toda hora “nó véi, manêro. Que trabalho punk!” além de dizer isso tudo com um fone de ouvido, que o acompanha o dia todo. Tem me dado a sensação que eu estou velho, impaciente, mas eu acho que não é isso.
Estes garotos serão os diretores, os CEOs daqui a alguns anos. Cabe a nós, pais, repensarmos sobre a maneira que estamos criando nossos filhos, quais valores devemos passar para eles poderem não causar estragos no mundo corporativo. Cabe às empresas, terem gestores preparados para lidar com essa realidade, porque não é uma atividade fácil e ela estará, a cada dia, mais presente dentro das empresas.
Aliás, olhe para o lado. Deve ter algum “garoto” te chamando de “véi”, não tem não?