A NOVA ECONOMIA E SUA TEORIA ROMANTIZADA

A Nova economia é uma expressão criada nos Estados Unidos no final da década de 1990, associada ao auge da bolha das empresas ponto.com, representando a transição da economia tradicional baseada na indústria para uma economia pautada na tecnologia e internet. 

Atualmente também é relacionada ao conceito da economia digital, onde as necessidades humanas do cliente são o centro das estratégias dos negócios e a tecnologia é o acelerador de todo o processo. Mas o que de fato tem de ¨novo¨ nessa tal ¨nova economia¨?

O objetivo é atender as necessidades dos clientes e também dos colaboradores das empresas, com isso, algumas mudanças de pensamentos e comportamentos começam a se fundamentar no ambiente corporativo que definem a teoria da nova economia como:

• Transição de produtos para serviços; 
• Tecnologias;
• Conceito de colaboração;  
• Pensamento centrado no usuário (ou consumidor); 
• Velocidade de escala; 
• Economia circular;
• Sustentabilidade;
• Carreira com significado (Propósito);
• Diversidade;
• Representatividade; 
• Profissionais multidisciplinares;
• Cultura da empresa;
• Novas profissões;

Quem saiu na frente na corrida do mercado aplicando o novo conceito, foram as startups com os seus modelos de negócios ousados, disruptivos e de alto impacto como: Google, Amazon, Facebook, Uber, Ifood, Nubank, entre outras. Mas será que a nova economia veio para trazer esperança para uma sociedade mais humanizada e solucionar os problemas da velha economia ou é apenas mais uma teoria romantizada com uma nova roupagem de palavras bonitas? 

Vivenciamos o processo de transição, a velha e nova economia ainda convivem entre si, a COVID - 19 acabou acelerando a evolução da nova economia, onde está trazendo reflexões para compreendermos todos os impactos dos padrões da velha economia como a valorização do consumo excessivo, status financeiro, alta produtividade, competição e a exploração do meio ambiente.

Passamos até agora sem olhar e discutir o impacto que tudo isso nos causou, como resultado, atualmente vivemos um alto grau de poluição do ar, uma crise hídrica em grandes cidades do Brasil, extinção de vários de seus habitantes inclusive nós humanos, o esgotamento dos recursos naturais, entre outros danos emocionais e estruturais.

A nova economia é pautada no DNA da colaboração, sustentabilidade, economia circular e o pensamento centrado no humano. Com a pandemia muitas startups/empresas tiveram várias iniciativas para ajudar os pequenos empreendedores a não fechar seus negócios, outras se juntaram para ajudar instituições e comunidades, outras disponibilizam conteúdos e cursos gratuitos, todas essas boas ações são muito legais e sem dúvida ajudou muitas pessoas, mas, por que não fizeram isso antes?

As facilidades que a nova economia digital trouxe, foi sempre voltada apenas para um determinado grupo de privilegiados da nossa sociedade. Um aplicativo X que soluciona um problema Y, pode ser incrível, disruptivo e exponencial, porém se não pensar no impacto que isso trás, sem olhar realmente para diversidade e pluralidade da humanidade, não vai adiantar nada, pois sua startup ou empresa ainda estarão vivendo nos velhos padrões da nova economia. 

O mundo já tá cheio de gurus discursando palavras e conceitos bonitos, temos que colocar em prática, nos responsabilizarmos pelos nossos atos, cuidar de verdade do mundo no qual desejamos continuar vivendo e que a nova economia funcione de fato para TODAS AS PESSOAS olhando para diversidade, acabando com racismo estrutural, patriarcado e outros sistemas de opressão, caso contrário é apenas mais uma teoria romantizada, na qual veio para continuar incentivando o consumo excessivo mais assertivamente, sem pensar no humano com suas humanidades.

Ainda estamos nos velhos padrões, dos quais nos trouxe um colapso ambiental, emocional e estrutural. O que adianta falar do ¨novo normal pós pandemia¨, se ainda não conseguimos colocar em prática os conceitos da ¨nova economia¨?!  

As empresas e startups precisam assumir o seu lugar de fala diante das responsabilidades que tem com a nova economia, já que são elas que ditam muitos dos comportamentos de consumo da sociedade e influenciam novas formas de pensar. Sem dúvida, chegou a hora de parar com teorias romantizadas e todos nós aprendermos a ser uma nova economia, colocando a tecnologia para criar uma nova consciência humana em escala mental, trazendo uma nova forma de viver em uma sociedade mais sustentável e consciente das responsabilidades dos seus atos.  

 Texto originalmente publicado no BLOG: isaquartarolli.com.br

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Sou uma comunicadora, empreendedora, impulsionadora de propósito de vida para incentivar as pessoas a fazerem o que amam e se tornarem líderes da sua própria vida. O meu propósito é dar voz às lideranças femininas para que mais mulheres se enxerguem como protagonistas de suas histórias, por isso criei a Women Leadership, para fomentar o protagonismo feminino através da liderança. Amo conhecer pessoas, me relacionar e observar o comportamento humano. Por meio das palavras organizo os meus pensamentos, externalizo sentimentos e me compreendo como ser humano. 

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