Novo Ensino Médio! Revogação ou reformulação?
Camilo Santana (PT), atual #ministro da educação, em reunião com o presidente Lula, assinou uma portaria suspendendo, pelo prazo de 60 dias, o Cronograma Nacional de Implementação do #NovoEnsinoMédio (NEM).
Nesse meio tempo, criou-se um grupo de trabalho para avaliar a necessidade de reestruturação do NEM. Em princípio, Camilo Santana declarou que não pretende revogar o NEM, mas abrir o diálogo com a comunidade estudantil para reavaliar essa política.
Entre revogar e reformular, um debate se faz necessário. Qual modelo de Ensino Médio queremos para os nossos jovens? Como combater a evasão escolar e inserir os jovens no mercado de trabalho? De fato o Novo Ensino Médio (NEM) implementado pelo então ministro da educação, Mendonça Filho, no governo Michel Temer (Lei nº 13.415/2017), não é satisfatória. Mas, o que colocar no lugar?
O Ensino Médio é uma etapa essencial não só para a inserção no mercado de trabalho, ainda que precarizado, mas principalmente para os jovens que almejam entrar na universidade através do ENEM ou se matricular em um curso pós-médio técnico. O Ensino Médio, por si só, não proporciona ascensão social no mundo do trabalho, mas se é ruim com ele, pior sem ele!
"De acordo com o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2020, apenas 65,1% dos brasileiros concluíram o Ensino Médio na idade esperada, até os 19 anos – percentual que chega a 51,2% entre os mais pobres. E 12% dos brasileiros com idades entre 15 e 17 anos estão fora das salas de aula." (Portal da Indústria)
Diferenças entre o NEM e o antigo EM
O NEM alterou o antigo modelo da seguinte maneira:
aumento da carga horária: ao longo dos três anos, o Ensino Médio vai passar de 2400 horas para 3 mil horas. Sendo 1800 horas destinadas as disciplinas obrigatórias da BNCC e 1200 horas para os itinerários formativos.
Poder de escolha do aluno: em tese, o NEM sugere que os estudantes poderão escolher seguir seus estudos em um dos 5 itinerários formativos, a saber:
Notório saber: nessa nova modelagem do EM, no caso do itinerário Formação Profissional e Técnica, é permitida a atuação de profissionais com notório saber, reconhecidos pelos respectivos sistemas de ensino para ministrar conteúdos relacionados a sua experiência profissional.
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Neste sentido, engenheiro poderá dar aula no curso técnico de Edificações, por exemplo.
Problemas do NEM
As principais críticas a esse novo modelo é a flexibilização e diluição de disciplinas obrigatórias como História e Geografia no bojo dos itinerários formativos. somente Língua Portuguesa e Matemática vão ser obrigatórias nos três anos de ensino médio.
A incapacidade das escolas brasileiras oferecerem ao aluno todos os itinerários formativos o que acaba limitando a suposta liberdade e escolha do aluno.
Possíveis caminhos a seguir
No atual cenário de disputa sobre a revogação ou reformulação do Novo Ensino Médio penso ser necessário saber:
Enfim, é fundamental o debate e a construção de um Ensino Médio que atenda os anseios da nossa juventude. Seja pela revogação ou reformulação, temos a chance de discutirmos e mobilizarmos a sociedade sobre a educação que queremos para o Brasil.
E você, o que pensa sobre o Novo Ensino Médio?