‘Novos Brics’ compram 8% das exportações do agronegócio brasileiro
Produção do mercado islâmico é um dos destaques
As nações anunciadas para ingressar no Brics em 2024 compraram 8,5% das exportações do agronegócio brasileiro em 2022. São seis novos países: Arábia Saudita, Argentina, Egito, Emirados Árabes, Etiópia e Irã.
Os governos de Brasil, Índia, China, Rússia e África do Sul formaram o bloco em 2009 para ajuda mútua e cooperação econômica. Em 2022, os outros países do Brics importaram US$ 56 bilhões em produtos do agronegócio brasileiro. A cifra corresponde a 35% de toda a receita de exportações com o setor no período.
Individualmente, os chineses foram responsáveis por US$ 50 bilhões — figurando assim como o principal mercado para o setor. E a maior fatia desse valor veio a partir do complexo da soja (US$ 32 bilhões). Na segunda posição, figuram as carnes (US$ 11 bilhões), com destaque para as proteínas bovina (US$ 8 bilhões) e de frango (US$ 1,6 bilhão).
Compras do ‘novos Brics’ no agronegócio brasileiro
Os países recém-aprovados para ingressar no bloco, por sua vez, comparam US$ 13,4 bilhões, em 2022 — ou seja, 8,5% dos US$ 156 bilhões em vendas do agro do Brasil ao mercado no período. Nessa lista, o destaque ficou para as exportações de milho (US$ 3,4 bilhões). Na segunda colocação aparecem as carnes, com a proteína de frango como carro-chefe (US$ 2 bilhões).
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Dos seis novos países do Brics, quatro deles são de maioria muçulmana — e o agronegócio brasileiro é o principal exportador global de alimentos permitidos por essa religião. Não por acaso, a carne de frango teve figura entre as principais trocas comerciais.
Mercado islâmico
Na lista de alimentos permitidos aos islâmicos, essa é a proteína animal de menor custo. Os frigoríficos brasileiros são os principais exportadores desse tipo de carne no planeta. Além disso, o país é sede da BRF — empresa referência no setor.
A importância estratégica do agronegócio brasileiro fez, por exemplo, o governo saudita injetar centenas de milhões de dólares para ser sócio de uma joint venture controlada pela BRF para produzir carne de frango na Arábia. No Brasil, a companhia atua em um ciclo que integra criadores locais de todos os tamanhos aos frigoríficos controlados por ela.
Fonte: Revista Oeste