O "Óbvio"
Iniciei recentemente uma pós graduação em gestão de pessoas onde, por surpresa minha, foi capaz de cara superar as minhas expectativas iniciais. A introdução a conceitos de liderança, características vistas como "must´s" e habilidades que líderes devem possuir, cuidar e desenvolver envolvem uma ótica diferente a qual levou a turma rapidamente a discussões extremamente ricas sobre o assunto.
Através dessas discussões foi possível perceber e concluir que de nada adianta investir, alavancar e inovar através de tecnologias que antecedem o futuro se o capital humano das organizações ficar em segundo plano em suas listas de prioridades. Óbvio você diria correto? Eu também pensei da mesma forma, porém, infelizmente quanto mais as discussões em sala progrediam, mais escassos se tornavam os indícios de que as empresas de fato se preocupam com investimentos em líderes de sucesso que possam desenvolver novos líderes e assim por diante.
O momento em que o nosso cenário econômico se encontra não colabora para que as cias criem iniciativas sustentáveis onde frutos serão colhidos às vezes a médio prazo. A necessidade de se acompanhar a alta velocidade do mercado competitivo e o dinamismo com que novas tecnologias surgem como em ondas de Tsunami faz com que muitas vezes as empresas apostem em medidas imediatistas visando ganho de competitividade, deixando muitas vezes o óbvio para trás. Medidas imediatistas como essas podem dar certo sim, mas quando dão errado, o retrabalho, overcost e a perda de credibilidade no mercado colocam essas empresas muitas vezes em posições de desvantagem, gerando o resultado inverso ao esperado.
Infelizmente ainda vemos jovens gestores com pensamentos daqueles da década de 70, onde os colaboradores eram meros recursos limitados a fazer e não pensar com indagação, sendo moldados e enxergar tudo em preto e branco. Não os culpemos de forma alguma, mas sim aos resquícios que ainda persistem em algumas culturas organizacionais que ainda não perceberam que uma nova onda já está presente e permeia uma nova realidade. Por trás de um veículo híbrido de alto desempenho ou um aparelho celular 100% conectado com a sua casa existe um pool de talentos que devem ser liderados com cuidado e estratégia, para que de fato a vantagem competitiva seja sustentável e que traga os resultados que clientes, empresários e acionistas tanto esperam. Óbvio não é? Creio que nem tanto.
Thiago de Sousa