O Único Caminho
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Aproximadamente em seis meses estaremos decidindo quem será o nosso próximo presidente da república, além de outros políticos que nos representarão entre 2019 e 2022.
O fato é que nas últimas décadas, ou talvez mesmo em toda a nossa história republicana, os representantes que elegemos foram – em seu agregado – incapazes de transformar o Brasil em um país estruturalmente próspero.
A verdade é que o nosso país apenas se beneficia de pequenos surtos de crescimento entre crises, sendo que não raramente estes citados surtos – construídos sem bases reais – são o estopim da próxima crise.
E mesmo que no atual momento estejamos emergindo da pior recessão vivenciada pelo país, parece que a maioria dos candidatos ainda não aprendeu a falar o que realmente interessa.
Estamos ansiosos por eliminar do Brasil os bandidos da corrupção e os da violência. E quem nos fala sobre isto acaba angariando simpatias. Mas temos que entender que a exigência de boa fé e combate sem tréguas à criminalidade não é nada mais do que o óbvio; o básico para a existência de uma sociedade.
Ao nos limitarmos apenas a apoiar um discurso restrito à moralidade, estaremos caindo novamente no conto de malandros. Questões objetivas tem que ser enfrentadas com política pública, sob pena de continuarmos isolados em um mundo que prospera.
Números reais são incontestáveis, porém, frequentemente esquecidos ou colocados para debaixo do tapete: desde os anos 80 – praticamente nas últimas 4 décadas – o PIB brasileiro cresceu 121%, o que corresponde a menos da metade do resultado mundial de 259%.
Quanto mais aproximamos esta comparação dos dias atuais, mais distante vai ficando o desempenho de nosso país do resto do globo. Entre 2011 e 2017, a riqueza nacional caiu 1,38% enquanto o mundo prosperou 22,7%.
Qualquer análise ou DISCURSO que despreze esta verdade básica, direta, objetiva e inquestionável sobre o Brasil, não pode merecer consideração.
O nosso problema chama-se GESTÃO PÚBLICA.
Somos o povo que mais paga impostos dentre as nações emergentes e o que menos cresce e mais morre assassinado.
É muito recurso sendo arrecadado e “muito mais” sendo jogado fora, por conta da má gestão.
Muito mais porque não basta o que pagamos em impostos; os governos brasileiros insistem em superar os limites da receita e acumulam déficits.
O Brasil é o país onde o setor público mais gasta, tem maior déficit, menor investimento e menor crescimento econômico.
Um gestor preparado sabe que o sucesso em um negócio é o resultado de investimento bem feito em um contexto financeiro saudável. O resto – crescimento e dinheiro – vem naturalmente.
Só falar não adianta. Temos que fazer! Não há outro caminho.
Isto significa reformar de verdade a administração pública brasileira: mudar a previdência (especialmente a do setor público); cortar despesas para acabar com o déficit público; demitir servidores; auditar despesas de maneira competente e com foco gerencial; investir em atividades de Estado que gerem retorno econômico via iniciativa privada; e muita austeridade, especialmente nas atividades meio.
Grande parte destas missões se choca com a Constituição Federal. Isto, nos leva a reflexão: será que uma Constituição que carrega dentro de si o vírus da falência do Estado também não deve passar por profundas reformas?
Há muito trabalho pela frente. Entretanto, se tivermos coragem para mudar, firmeza de propósito e dedicação, chegaremos certamente a um futuro melhor.
Vitor Augusto Koch
Presidente FCDL-RS
Desenvolvimento de Equipes e Pessoas | Atleta Olímpico | Facilitador de Grupos | Palestrante | Analista Comportamental PDA
6 aO curto caminho longo que acredita em resultados imediatos já se mostrou ultrapassado. Precisamos líderes pelo exemplo e gestores por competência. Ótimo texto!