O 737 MAX é perigoso?
Vamos por partes e irei dar meu visão , repito , visão e opinião apenas pois não temos ainda nenhum tipo de investigação concluída e nem se houve conexão entre estes dois lamentáveis lamentáveis acidentes , coloco também na receita que não piloto 737 Max , ou seja , não irei ser mãe Dinah e nem vou ser o expert de plantão . Um acidente sempre é lamentável e tirar sentimento da análise de um fato destes se torna uma missão muito difícil ou mesmo impossível. Os dois acidentes com o modelo MAX se parecem? Sem dúvida, são indicativos de perda de controle em voo, ou seja, o avião caiu voando em tempo bom, voos curtos e com peso baixo, as tripulações haviam sido treinadas dentro do SOP das empresas envolvidas. O 737 MAX se trata de um modelo alongado e com motores mais potentes e todo o piloto que já voou avião alongado tem saudades da versão original, no MAX se mantiveram as asas do NG e o foco foi operar o avião em sistema de commonality , ou seja, quem voa 737NG faz um treinamento em terra e sai voando o bicho novo. O MAX não é um modelo fly by wire, onde através de ajustes no software dos comandos de voo se pode replicar o comportamento dos modelos, ou seja, o computador simula para o piloto as mesmas reações sem ter diferença de um modelo para o outro. E o que fez o MAX? Um ajuste tupiniquim (já feito de alguma forma no MD11, um DC 10 esticado), criando um pitch damper , que automaticamente ajusta o pitch em caso de indicações errôneas de ângulo de ataque (e creio eu também se algum valor for excedido), este sistema é automático e funciona sem intervenção, conhecimento ou aviso para os pilotos. Funciona no back ground, como o ABS do seu carro, está lá e funciona e ponto. Aí está o primeiro problema, só contaram que ele existia para a manutenção e não para os pilotos que iriam voar aquele tipo de avião, isto só veio ao público após o acidente da Lion. Ter algo que funciona em situações extremas e não contar para quem está lá na operação e que precisa entender o que está ocorrendo não é no mínimo algo inteligente. Ambos os acidentes parecem que tiveram além do desce e sobe do nariz do avião, uma série de alarmes e que devem e acontecem mesmo numa situação como a descrita. Pilotos treinam este tipo de situação, se desliga tudo e se voa o avião na mão, baseado em potência e atitude e com tabelas (gráficos) para as situações de voo. Ou seja, é aviação raiz mesmo, modelo super básico, com um monte de alarme tocando simultaneamente, aí só por no cenário (do primeiro acidente) o nariz subindo e descendo do nada, fica muito difícil ao meu ver (os pilotos) em tempo hábil entenderem o que está ocorrendo. No caso do segundo acidente, o sistema já era conhecido bem como o procedimento para se retirar o sistema automático da cena.
Então o que ocorreu lá? Se eu soubesse preenchia uma mega acumulada e me mudava para as Maldivas, porém, a pergunta é se deve parar toda a frota de 737 MAX? Depende! O avião e inseguro? Depende! A situação é contornável se os pilotos possuírem : conhecimento e treinamento específico para o problema em questão e se possível treinarem o cenário em um simulador de 737 MAX, e aí que o bicho pega , não são todas as empresas que têm acesso a um simulador destes, tem pilotos disponíveis, tem $ para fazer o investimento / treinamento no modelo mantendo o mesmo viável em termos econômicos. O modelo é perigoso? Permitam discordar: NÃO é, desde que estas duas premissas anteriores sejam cumpridas efetivamente.