O AR É DE GRAÇA, MAS E O AR COMPRIMIDO ? Vazamentos e Eficiência Energética
A busca por eficiência energética nas indústrias vem ganhando cada vez mais atenção, porém grande parte das empresas não tem a cultura de gerenciar os gastos em energia elétrica, isso representa em muitos dos casos, desperdício de dinheiro e falta de consciência ambiental, pois uma das pautas mais relevantes dos líderes mundiais é a das mudanças climáticas.
Vale lembrar que Brasil assumiu junto à Organização das Nações Unidas (ONU), o compromisso de economizar 10% de energia até 2030, conforme o Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf). Mas como a indústria pode fazer isso? Segundo uma pesquisa da Agência Internacional de Energia (AIE - International Energy Agency), ainda há, no mundo mais de 50% de potencial de melhoria de eficiência energética na indústria.
Talvez a principal barreira para a falta de engajamento seja a falta de profissionais especialistas em energia nas indústrias, a falta de comprometimento dos líderes com o tema vem em seguida. Mas por que isso? Afinal os ganhos econômicos são muito significativos quando se consegue excelência em eficiência energética.
Deixaremos o “porquê” de lado por enquanto e falaremos de como/onde nesse momento. Falaremos sobre a eficiência energética em Sistemas Pneumáticos.
Um sistema essencial hoje no ramo industrial é o Sistema Pneumático. Suas vantagens e infinidade de opções de uso nem precisam ser ditas. Uma informação interessante é que todos os sistemas de ar comprimido estão sujeitos a vazamentos e são comuns perdas de até 40% de todo o ar comprimido produzido. O ar apresenta baixa viscosidade, dessa forma ele pode escoar por pequenos orifícios e, portanto, a chance de ocorrer vazamentos é muito grande. Assim, vazamentos de ar em linhas pneumáticas são muito comuns.
Mas quanto custa o vazamento de ar comprimido?
Para cada unidade perdida de ar comprimido, estão sendo perdidas 6 a 8 unidades de energia elétrica. Para um motor pneumático render 1 hp, ele precisa de 6 a 8 hp de energia elétrica de compressão.
Quer outro exemplo?
Um orifício de 3 mm de diâmetro durante 3 turnos de 8 horas e 365 dias no ano. Enquanto o vazamento persistir isso pode representar cerca de R$ 10.000,00 por ano de gasto inútil.
Mas será que eliminando os vazamentos iremos economizar somente energia elétrica?
A resposta é não. Além da conta elétrica alta, podemos ter problemas operacionais, como:
- Perdas de pressão e consequentemente ineficiência nos equipamentos que utilizam ar comprimido, comprometendo a qualidade dos processos.
- Exigência de mais trabalho do compressor.
- Redução da vida útil e aumento da manutenção de todo o sistema pneumático.
Portanto, identificar, eliminar e reduzir os vazamentos de ar comprimido é uma das maneiras mais simples e eficientes de economizar energia.
Um método simples para estabelecer a grandeza dessas perdas é interromper o consumo de todo o ar comprimido do sistema, mantendo os compressores em operação. Com isso, a pressão na rede chegará ao seu limite máximo. Dependendo do tipo de controle de cada compressor, eles deverão desligar-se ou entrar em alívio, pois não haverá consumo de ar. Se existirem vazamentos, a pressão na rede cairá e os compressores (total ou parcialmente) voltarão a comprimir. Medindo-se os tempos carga/alívio dos mesmos e sabendo-se sua vazão efetiva, pode-se deduzir a magnitude total dos vazamentos e dessa forma traçar um plano de ação para controlar esses vazamentos.
Rhunder Macedo
Referências: S.A. Air Solutions
Engenheiro Mecânico || Gestão de Manutenção Industrial || Gestão de Projetos || Manutenção Mecânica || PCM
6 aDiversos equipamentos necessitam de uma pressão mínima para trabalhar, se não atingida, há deficiência na operação e não realizará o trabalho!
Gerente de Manutenção
7 aAndré Santana de Mesquita