O ativo mais importante de uma Companhia
Amanda Bacchmi

O ativo mais importante de uma Companhia

Há uma mudança de paradigma em curso: o cenário atual cobra uma atuação cada vez mais humanizada e sustentável, por parte das empresas.

Nesse sentido, muito tem se ouvido falar sobre governança corporativa, boas práticas, Compliance, gestão de riscos, responsabilidade social e ambiental, etc.

A questão é, na prática, como você e eu, colaboradores de empresas, ou gestores de grandes companhias, autônomos, funcionários públicos, podemos agir para contribuir e converter esses princípios em atividades objetivas?

A resposta é: por meio da transparência, de uma comunicação honesta e assertiva, agindo com equidade, comprometimento e responsabilidade.

Essas atribuições competem a todos aqueles que movem a ‘máquina’ empresarial, que efetivam dia a dia as estratégias do negócio.

Uma constatação já existente que a pandemia do Covid-19 trouxe à prova, dentre tantas outras (como inovação, funcionalidade do home office, por exemplo), foi a de que o capital humano é o maior bem que uma empresa possui. Nas palavras de Steve Bartel, CEO e cofundador da Gem: “Antes, você podia medir o valor de uma empresa pela quantidade de fábricas, matéria-prima ou produtos. Hoje, as pessoas são o ativo mais importante de uma companhia”.

É inegável que são as pessoas que concretizam tudo aquilo que se detalha no planejamento estratégico empresarial, os colaboradores são parte ativa na estratégia de uma companhia.

Assim, é importante que os objetivos estejam aliados à capacitação dos funcionários e que estes compreendam o quão importante é seu papel na ‘lida diária’. Uma equipe motivada, valorizada, engajada e empenhada, sem dúvida, trará ótimos resultados à companhia, que beneficiará todos os envolvidos na cadeia econômica.

A sensação de pertencimento é um dos ‘combustíveis’ da motivação, por isso, ressalto a importância de que todos estejam sintonizados com os conceitos acima citados (transparência, comunicação assertiva, equidade, comprometimento e responsabilidade).

Uma empresa sadia, sustentável e com longevidade é composta com a atuação de todos, sem exceção, pois se pesa de um lado, vai faltar em outro. Assim, o modelo de trabalho descentralizado colabora para uma atuação conjunta e uniforme.

Do ponto de vista dos investidores, uma empresa sustentável é mais atrativa. Da mesma forma que uma companhia condiciona a contratação de terceiros às boas práticas, os investidores buscam empresas sólidas, sustentáveis e com baixas chances de envolvimento em escândalos para ‘depositar’ seu dinheiro.

Nesse contexto, um investidor de valor sempre estará atento à governança corporativa das companhias. Isso porque, quando ele compra ações de determinada empresa, está, na verdade, virando sócio dela.

Thiago Reis, CEO da casa de análise financeira Suno Research, em um artigo para o jornal O Estado de São Paulo, disse: “Uma empresa não é mais unicamente uma empresa. Soa confuso? Atualmente, as instituições visam construir uma identidade, engajar o seu público e sempre que possível, se alinham às causas sociais com as quais se identificam. Uma das mais populares é a preservação do meio ambiente. Sob holofotes de ONGs, mídia e até mesmo a própria população, as companhias alteram produtos e posicionamentos. Uma mancha na reputação da companhia pode acabar custando caro.”

De outro lado, não nos faltam exemplos de como a ausência de governança, boas práticas e de um efetivo programa de Compliance causam danos irreparáveis à uma companhia.

Além de impactos na imagem da empresa de sanções jurídicas, um deslize ou um escândalo, podem gerar consequências, por vezes irreversíveis, no próprio preço da companhia perante o mercado acionário. Por isso, os investidores buscam empresas que tenham propósito e valores bem definidos, com finalidades que modifiquem positivamente o lugar onde estão inseridas, que beneficiem a sociedade e que tragam conforto e segurança aos seus colaboradores.

Ações sociais e sustentáveis, um Programa de Compliance efetivo, políticas internas bem definidas e uma Governança bem estruturada, trazem resultados positivos e valor de mercado à Companhia.

Portanto, seja aliado de sua atividade, do seu gestor, do seu colega de trabalho, do seu diretor e acionista. Não exerça sua atividade laboral com uma finalidade em si mesmo (vantagem financeira), mas sim como meio a obter diversos valores alheios ao monetário.

Não estou dizendo que dinheiro não é importante, claro que é! Ninguém vive de fotossíntese – além das plantas – o que quero demonstrar e a reflexão que quero gerar é que você, colaborador, gestor, diretor, acionista é parte do negócio e, além da  remuneração (contraprestação), pode obter diversas oportunidades, aprendizados e experiências, e ainda gerar benefício, sustentabilidade e longevidade ao negócio, à sociedade, ao meio ambiente e a toda cadeia econômica envolvida.


Larissa Ross

Advogada | Direito Penal e Processual Penal | Compliance e Governança Corporativa | Arbitragem | Direito Imobiliário

7 m

Parabéns pelo texto Amanda, ótima perspectiva.

Paulo Castro

Disponível para novos desafios

4 a

Excente reflexão Armanda

👏👏👏👏👏 parabéns... Muito bom.

Reflexão incrível! Parabéns pelo artigo Amandaa

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