O BRASIL DA INFRAESTRUTURA EM 2025
Em meus 35 anos de atuação no setor de infraestrutura, é a primeira vez que testemunho um cenário promissor e relativamente dissociado das limitações impostas pelas contas públicas.
Enquanto questões como a valorização do dólar, taxas de juros elevadas, déficit fiscal, endividamento de estatais e a relação dívida pública/PIB permanecem no centro das discussões, paralelamente, observamos um crescimento expressivo nos investimentos em infraestrutura, alavancados por concessões, privatizações e Parcerias Público-Privadas (PPPs).
Somente em 2024, mais de 60 leilões realizados na B3 resultaram na contratação de mais de R$ 70 bilhões em novos investimentos. Quando somados aos contratos em processo de repactuação e contratos vigentes de rodovias, aeroportos, portos ferrovias, hidrovias, energia, mobilidade urbana (principalmente em SP), saneamento e PPPs sociais, os valores a serem executados superam R$ 250 bilhões. Este volume representa um marco significativo para o setor e reflete uma trajetória acertada no fortalecimento da infraestrutura brasileira.
Até pouco tempo, esse descolamento entre as contas públicas e os investimentos privados parecia inalcançável para muitos. Contudo, os profissionais que acompanham o setor há mais tempo puderam observar essa transição iniciada em 2014, com a saída de grandes construtoras nacionais e a entrada de investidores setoriais e fundos de investimento.
Essa mudança trouxe maior previsibilidade e segurança para a execução dos projetos, uma vez que os novos players operam com maior distanciamento do setor público e possuem ampla capacidade de aporte financeiro.
Ainda que o ambiente macroeconômico possa apresentar desafios, o Brasil dispõe de mecanismos legais eficazes, como os dispositivos de reequilíbrio contratual, que garantem a continuidade dos empreendimentos em caso de variações inesperadas no cenário econômico.
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Porém, é imperativo consolidar e fortalecer as estruturas técnicas das agências reguladoras, para que desempenhem seu papel de forma eficiente e consistente, sem suscitar dúvidas sobre sua capacidade de suporte e gestão dos programas de investimento.
Adicionalmente, cabe aos governos federal, estaduais e municipais intensificar os esforços na recuperação e manutenção de ativos não delegados ao setor privado, como pontes e viadutos, cuja deterioração compromete a segurança e a funcionalidade do sistema de transporte nacional. Um programa abrangente de recuperação dessas estruturas é urgente e indispensável.
Diante desse panorama, não há dúvidas: a infraestrutura no Brasil está avançando em direção a um novo patamar. Contra fatos não há argumentos que possam desqualificar o progresso observado.
O BRASIL CONTINUA COM PRESSA DE OBRAS PRONTAS.
Que venha 2025!