O Cérebro Maduro

O Cérebro Maduro


“O cérebro maduro da relação é você, não a criança.”

Quem aí é pai, mãe ou exerce uma função parental [pessoas envolvidas nos cuidados primários de crianças e adolescentes, sendo adultos de referências que respondem pela educação destas crianças e adolescentes] já deve ter ouvido essa frase. E apesar de simples, ela carrega conceitos como:

 - O cérebro humano leva um tempo até estar totalmente maduro [com regiões que somente estão completamente formadas por volta dos vinte anos].

- Em alguns momentos de intensa atividade cerebral [algo incontrolável pois faz parte do desenvolvimento], as crianças costumam não saber lidar com as emoções ou com o reflexo desse crescimento [simplesmente dormem e acordam com uma nova habilidade, por exemplo].

- Figuras parentais são esse apoio, portanto, o cérebro maduro da relação pai/mãe - filho.

 

Dito isso, trago aqui um exemplo real de situação onde essa frase fez sentido na minha relação com Angelina [2anos e 9meses e a situação acabou de acontecer, inclusive estou aproveitando que ela está dormindo para escrever].

Angelina acordou mais cedo que o habitual neste sábado [sim gente, nossos filhos fazem isso conosco em finais de semana] e antes do horário previsto para a soneca ela claramente estava com todos os sinais de sono. Chamamos para iniciar a rotina, mas ela estava resistente, pediu lanche, depois quis brincar e por último já estava jogando tudo fora. Claramente ela não conseguia compreender o que se passava em seu corpo e estava usando as ferramentas que conhecia para se expressar.

Por outro lado, nós, como pais, sabíamos o que estava acontecendo e fizemos uma condução acolhedora: pegamos no colo, preparamos o quarto, levamos ela pra escolher a boneca que queria abraçar naquele momento e o sono chegou rapidinho. Eureca! Somos mesmo o cérebro maduro da relação.

 

E quando levamos esse mindset para relações entre líderes e liderados, existe algum match?

Por aqui, acreditamos que sim. Vem junto nessa reflexão!

Queremos acreditar que pessoas em posição de liderança foram e/ou estão minimamente preparadas para tal [aqui não estamos falando de perfeição], então vamos partir dessa premissa.

 

Premissa aceita, lideranças com “cérebro maduro” [vou listar apenas três itens, mas a relação é bem maior]:

-  Atuam diretamente no desenvolvimento integral [hard skills e soft skills] de seus times, sem aquele medo que ainda vemos por aí de que “a criatura fique maior que o criador”.

- Compreendem que o erro faz parte do processo de crescimento e aprendizado, e não adotam estratégias de punição quando estes acontecem.

- Estabelecem relação de conexão genuína com seus liderados.

 

E se a premissa não for verdadeira?

Sinto te avisar que essa pessoa não deveria estar como líder, ou, melhor ainda: a pessoa não é líder, pois liderança não é sobre cargo e sim sobre POSICIONAMENTO.

 

E por aí, como estão os cérebros maduros das relações nas quais você está inserido(a)?

Comenta aqui!

Érika Wilza

Gerente de Compliance, Riscos e Controles Internos | Mãe da Angelina Mentora | Professora | Founder do Liderança e Parentalidade

1 m

🥰🥰🥰

Gabriela Vianna

Governança Corporativa | ESG | Desenvolvimento de negócios | Gestão Estratégica

1 m

Érika, adoro como você faz uma história tão recorrente a todos nós virar um aprendizado para a vida! Digo e repito: você me inspira!

Paula Cerquera Bonanno

Diretora Jurídica, Tributária, Compliance, Riscos e Controles Internos | Conselheira | Palestrante | Mentora

1 m

Excelente reflexão, Érika! Não é simples estar na liderança, mas é completamente possível estar disponível para o aprendizado.

Thaís Cutrim

RIG | Governança | Compliance | ESG | Public Affairs | Advocacy

1 m

Que reflexão! Acrescento aqui algo que invisto muito na relação entre minha filha e meus pares e liderados: diálogo. Seja no acolhimento ou na orientação, busco deixar tudo claro, com os porquês respondidos da forma mais adequada possível. Entendo a perspectiva do outro (ou pelo menos me esforço tentando) e peço feedback! Sim, da minha filha também! "Tá tudo bem? Você entende a mamãe?" E olha... Apesar dos "imaturos" dois aninhos, a resposta quase sempre é "entendo, sim, mamãe".

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