O calcanhar de Aquiles do Pix
A morte de Aquiles. Peter Paul Rubens (1577-1640)

O calcanhar de Aquiles do Pix

Finalmente o Brasil avança para um sistema de pagamentos eficiente, barato e disponível 24x7. O Pix entra no ar em 16 de novembro e vai mudar bastante a maneira como lidamos com pagamentos.

Em um belo de um resumo a história é a seguinte. Você vai tomar o seu café da manhã na padaria e na hora de pagar o caixa vai gerar um QR code com o valor da compra. Você vai abrir seu aplicativo de pagamento preferido, ler o QR code e em questão de segundos o sistema da padaria detecta o pagamento e finaliza a compra. O dinheiro sai direto da sua conta para a conta corrente do dono da padoca. Simples, sem intermediários e provavelmente sem taxas. Lindo né?

Porém, existe um ponto fraco em todo este processo. Este ponto é a conectividade. Todo o meio de pagamento vai depender de conectividade. O comércio precisa tem acesso a internet para o PDV poder conversar com o sistema do banco e o cliente precisa de ter acesso à internet para poder fazer o pagamento. Num país onde estamos pensando em lançar o 5G mas nem mesmo o 4G funciona corretamente, a conectividade vai ser crucial para o sucesso do Pix.

Imagine que todos vão começar a migrar para o Pix. Até o vendedor de caldinho de feijão na praia vai usar o Pix. E se na hora de pagar não tiver sinal 3G/4G? Pior ainda, e se nem sinal de celular tiver? Vocês podem dizer: "Nossa, mas este exemplo da praia é mais complicado mesmo!" Sim é, mas mesmo em grandes cidades temos problemas. Outro dia estava fazendo compras em um grande supermercado aqui na cidade onde moro. Loja nova, super moderna com self-checkout e tudo mais que uma boa loja pode ter. Tentei falar com um cliente enquanto fazia as compras e não consegui porque o sinal de celular dentro da loja era horrível. Procurei uma rede Wi-Fi pública dentro da loja e não achei. Imagina que eu estivesse na frente de caixa para fazer o pagamento e além de não ter acesso ao 4G, ainda não tivesse acesso ao Wi-Fi público. Ninguém quer perder vendas porque o cliente ficou sem dados no plano pré-pago né? Ou porque não tem sinal bom da rede móvel dentro da loja.

Dados os exemplos e o cenários acima, eu vejo que existe uma grana oportunidade não só para as operadoras melhorarem sua cobertura de rede móvel como também para os lojistas investirem em conectividade dentro das lojas. Os fabricantes de equipamentos Wi-Fi com certeza verão um aumento nas vendas dada a demanda de conectividade que virá nos próximos meses em decorrência do Pix.

É imprescindível oferecer Wi-Fi dentro dos estabelecimentos em uma rede segura, com sinal de qualidade e que também respeite a legislação do Marco Civil da Internet e também ao LGPD. Não basta oferecer sinal de Wi-Fi aberto como se fosse em casa. Isso pode acarretar em sérios problemas legais por se tratar de um serviço oferecido ao público. No Wi-Fi público todos os acessos precisam ser registrados e guardados por no mínimo 12 meses.

Nós da Skyfii já notamos um aumento na demanda de serviços de controle de acesso para visitantes e analítico no Wi-Fi em decorrência da LGPD. Também estamos notando uma preocupação não só com a legislação como também com a melhoria ou a disponibilidade do Wi-Fi nos pontos de venda.

Cá entre nós, não oferecer Wi-Fi aos seus visitantes não faz nenhum sentido hoje em dia. Contudo, se for oferecer Wi-Fi público, ofereça direito. Qualidade, segurança e transparência são importantes.



João Moreno ...---... .

Product Owner | Gestão de Projetos | Kanban | Observability | Infrastructure | Cloud Computing | Monitoring | [ AWS ; OCI ] Certified | 🇧🇷 🇪🇸

4 a

Muito bom, obrigado por compartilhar

Entre para ver ou adicionar um comentário

Outros artigos de Demis Cunha

Outras pessoas também visualizaram

Conferir tópicos