O caminho digital

O caminho digital

Seguimos o ano de 2023 com as polêmicas envolvendo tecnologia e inovação a todo vapor. Em um país onde a inclusão digital ainda não atinge a imensa maioria da população por dificuldades de conexão ou de acesso a equipamentos como celulares, tablets e computadores, e pela própria cultura em que por muitos tempo, além da assinatura, precisamos de papel, carimbos e selos para reconhecermos algo como legítimo, o avanço digital encontra naturalmente muitas resistências.

 

Há duas semanas o Governo do Estado de São Paulo anunciou (e depois de muitas críticas voltou atrás) que a partir de 2024 todo o material didático das escolas públicas deixaria de ser distribuído em papel, sob o argumento de que avançou muito na produção de conteúdo digital de material didático e que a experiência do aluno com uma apostila ou livro em papel impresso é limitada em relação ao potencial digital. Sem entrar no mérito das vantagens e desvantagens de cada formato, a proposta envolvia aprendizagem sem o papel como intermediário. Ganhou o caminho do meio: o material digital vem, mas com a opção da apostila para quem quiser.

 

Recentemente o Banco Central do Brasil (Bacen) também anunciou a criação do Real Digital, o DREX. Enquanto o modelo bancário tradicional precisa de uma moeda física (o Real) e de um operador financeiro para estas reservas (as instituições financeiras), em sua versão digital a moeda brasileira poderia ser transacionada livremente em diversas outras maneiras.

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Imagem: Banco Central/Divulgação


Na assinatura de um contrato de compra e venda de um carro ou um imóvel, por exemplo, o próprio sistema identificaria a assinatura digital das partes em uma transação e transferiria no mesmo ato o valor acordado de uma carteira digital do comprador ao vendedor. Não existiria, portanto, a necessidade de se fazer um PIX ou transferência bancária, sendo o próprio contrato o instrumento de transferência do DREX entre as partes. Isso significa que o dinheiro circulando sem banco estará disponível em breve, mas aposto que muitos brasileiros ainda vão preferir o bom e velho sistema bancário como o local de depósito de suas economias.


Há também diversos anúncios de empresas e entidades, dos mais diversos setores da economia, em dois sentidos bastante distintos: enquanto alguns determinam a proibição ou regras rígidas de uso da tecnologia e ferramentas de inteligência artificial, por exemplo, outros não só incentivam como promovem treinamentos e estimulam seus funcionários e colaboradores a utilizarem o que há de mais moderno em tecnologia no mundo.

Temos, portanto, entidades que resistem à incorporação de novas tecnologias em seu ambiente de trabalho e outras que avançam fortemente na vanguarda do uso tecnológico.

 

Estamos realmente diante de um ponto de inflexão do uso de tecnologia no trabalho pela humanidade, onde as novas tecnologias digitais podem se tornar uma vantagem competitiva para muitos que as adotam na dose certa e de maneira mais segura. Mas também é verdade que a vida digital e a analógica ainda coexistirão por muito tempo, pois o ser humano adora saber que existe uma novidade, mas na hora de fazer suas escolhas pessoais sempre coloca a segurança e a familiaridade com o que já conhecem em primeiro lugar.

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Olá!

Sou Gustavo de Oliveira, um entusiasta dos temas relacionados a economia, negócios e inovação.

Atuo como comentarista de cenários econômicos na rádio CBN Cuiabá (afiliada à CBN Nacional) e escrevo artigos de opinião para sites e jornais de Mato Grosso. Também faço palestras com o objetivo de compartilhar conhecimentos e trocar experiências com aqueles que desejam aprofundar-se em tendências econômicas e futuro do trabalho.

Tenho mais de 25 anos de experiência como empresário no setor de mineração em Mato Grosso e na liderança em instituições públicas e do terceiro setor, com foco na indústria, que me permitiram aprimorar minhas habilidades de comunicação, negociação e relacionamento interpessoal.

Faço parte da diretoria da CNI - Confederação Nacional da Indústria e sou conselheiro em duas empresas privadas. Tenho disponibilidade para compor Conselhos Consultivos ou de Administração Empresarial.

Nesta newsletter semanal quero trocar ideias sobre economia, inovação, tecnologia e futuro do trabalho.

Se você, assim como eu, é apaixonado (a) por aprender e compartilhar informações, vamos conversar e trocar ideias!

Seja bem-vindo (a)!  

 

Leticia Pires

Analista de Inovação | Ecossistema de Inovação | Engenheira de Alimentos | Doscente | Gestão da Qualidade | Logística

1 a

Excelente contribuição, parabéns. Esse assunto é de extrema importância e deveria ser mais debatido.

Odair Dias

Gerente Executivo Regional | SENAI Mato Grosso.

1 a

Muito boa a reflexão, Gustavo de Oliveira! Traduz a realidade de uma grande parte do nosso país!

Marcelo Fernandes de Azevedo

Diretor Comercial - Lascito Urbanismo | Desenvolvimento de Novos Negócios | Real State | Inovação | Agronegócio

1 a

Excelente artigo, Gustavo de Oliveira

Bruno Nogueira

Coordenador de Serviços l Coordenador de Projetos l Coordenador de Planejamento l Gestor de Contratos l Coordenador de Operações | Project Manager | Assistência Técnica | Coordenador Comercial| Customer Service

1 a

Muito bom Gustavo de Oliveira . Obrigado por compartilhar. Abraço.

Rodrigo Hogera

Conselheiro Consultivo | Consultor & Mentor Empresarial | Diretor Comercial no ramo Imobiliário | Liderança | Maratonista 42Km | Especialista em Vendas, Riscos, Contratos | Produtor de Conteúdos | +177mil Seguidores

1 a

Grato pelo artigo Gustavo de Oliveira Faça uma ótima semana

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