O cavaleiro preso na armadura: Uma fábula para quem busca a trilha da verdade (Robert Fisher)

Meta 02/24 Concluída!

A obra em questão escrita por Robert Fisher e publicada em 1987. No entanto, se encaixa perfeitamente na forma que vivemos atualmente e, principalmente, em como queremos ser vistos e admirados pelos outros.

 O autor conta a história de um cavaleiro que pensava ser bondoso, gentil e amoroso, e que dedicou sua vida em batalhas do reino, para matar dragões e resgatar donzelas. Quando não estava dedicando-se a estas ações, passava o dia cuidando da tão amada armadura ou mesmo narrando seus atos heroicos. Para sua a família, não havia tempo.

Com o passar dos anos o cavaleiro não retirava mais a armadura. Sua esposa, farta pela situação e por ver seu filho sofrendo por não recordar do rosto do pai, ameaçou abandoná-lo. O cavaleiro então iniciou sua maior batalha: retirar a armadura emperrada.

Antes de partir em busca de alguém para retirá-la, foi se despedir do rei. Ao falar com o bobo da corte sobre o que estava acontecendo, o bobo afirmou, sabiamente, que “estamos todos presos em algum tipo de armadura”! Disse ainda ao cavaleiro que Merlin poderia ajudar, porém encontrá-lo podia ser demorado.

Durante a busca, o cavaleiro foi percebendo suas fragilidades, ficando cada vez mais fraco até o dia que encontrou Merlin. Ansioso para retirar a armadura, não ficou contente quando o mago disse que não é possível fugir e aprender ao mesmo tempo e que quando aprendesse isso não precisaria sair por todas as direções.

Merlin deu ao cavaleiro, através da viseira da armadura, uma bebida, que no início parecia amarga e, depois, enquanto provava mais, se tornava agradável, deliciosa, chamando-a de vida.

O mago começou a ensinar ao cavaleiro, apontando como a sua própria mente o aprisionava, bem como seus medos e a necessidade de aprovação. Ao passar do tempo o cavaleiro desejou voltar para casa, mas não sabia se a esposa e filho o aceitaria de volta. Então, enviou uma carta ao filho e ficou aguardando ansiosamente a resposta. No entanto, ela veio em branco, demonstrando que seu filho não recordava nada sobre o pai. O cavaleiro jogou-se ao chão, chorou copiosamente.

Merlin disse que aquela reação foi o primeiro passo para sair daquela armadura e que ele devia partir. O cavaleiro não via motivo ir, nem o amor do filho possuía. Porém, o mago o motivou a fazer o caminho da verdade, uma trilha estreita e íngreme, por ele mesmo.

Durante o caminho da verdade, o cavaleiro passou por três castelos:

 1)   No Castelo do Silêncio entendeu que passou sua vida toda falando o que tinha feito e o que ia fazer e não viveu o presente. Percebeu ainda que nunca havia ouvido alguém ou alguma coisa, nem mesmo seu verdadeiro eu.

2)   No Castelo do Conhecimento aprendeu que somente quando nos amamos (autoconhecimento) podemos amar o outro. E também que a ambição de sua mente permitiu que ele se tornasse um competidor e alguém que não se importava de ferir o outro.

3)   No Castelo da Vontade e da Ousadia enfrentou o dragão do medo e da dúvida, percebendo que o combustível para esse monstro era criado pela própria mente.

Ao chegar ao cume do caminho da verdade encontrou uma pedra, da qual devia se desprender e cair no abismo do desconhecido. O cavaleiro aprendeu que é necessário confiar na vida, na força, no universo ou em Deus. Enquanto se lançava pelo abismo aceitou a plena responsabilidade por sua vida. De repente percebeu que estava em pé, no topo da montanha, sem se prender a nada e livre daquela armadura.

A leitura trouxe os seguintes ensinamentos:

1. Nós humanos somos movidos por expectativas. Quando aceitamos as situações, a vida se torna boa.
2. O autoconhecimento permite que ouçamos a voz do verdadeiro eu e também a nos colocar no lugar do outro.
3. Necessidade é diferente de amor.
4. O medo e a dúvida não podem ser empecilhos para a luta.
5. E preciso desapegar de coisas e vaidades para se tornar livre.
6. O caminho da verdade deve ser percorrido durante toda a vida.

E você, qual armadura quem usado?

 Abraços!