Seja a solução dos seus problemas - José Roberto Marques
Neste livro, José Roberto Marques nos estimula a aprender a mudar a nossa percepção do mundo e se preparar para os obstáculos da vida.
O autor inicia a obra mencionando o nosso hábito de ver problemas e reclamar de tudo, carregando nossas vidas de negativismo e pessimismo. Nos sentimos sempre engolidos por vários problemas (pessoais, profissionais, financeiros, relacionais) e nada parece ter solução. No entanto, é necessário refletir se as dificuldades que vivenciamos são reais ou acontecem somente na nossa mente.
Marques divide os problemas em dois grupos: os reais e os imaginários. Os problemas reais são aqueles que tem materialidade e uma carga negativa, como por exemplo o carro quebrado, uma doença, dificuldade financeira, uma demissão. Esse tipo de problema tem soluções, que se iniciam com a redução da carga negativa que atribuímos a eles.
O mesmo problema é visto de diferentes formas pelas pessoas. Para algumas pessoas aquela dificuldade pode representar inspiração, para outra uma oportunidade de trabalho, para outra uma memória, enquanto que para outra representa um obstáculo difícil de transpor. Ou seja, a carga de significado é dada por cada um de nós.
Por sua vez, os problemas imaginários não possuem materialidade e acontece a partir da nossa percepção, dentro da nossa mente, acarretando sofrimento, dor e desiquilíbrio igual ou maior que um problema real. Estes problemas são frutos das nossas experiências traumatizantes, julgamento, imaturidade, apego a opinião alheia, dentre outras situações. Por ser imagináveis, não possuem soluções.
Há pelo menos dois causadores frequentes de problemas imaginários, a ansiedade e a falta de escuta. A ansiedade nos faz viver constantemente em um futuro incerto e causam medo e frustração antecipada. Já a falta de escuta está ligada ao nosso hábito de não ouvir o que as pessoas estão dizendo e criar as nossas próprias narrativas. Sempre achamos que há algo por trás do que as pessoas dizem e, consequentemente, desconfiamos dos outros e sofremos.
Para o autor, se alterarmos a percepção sobre os problemas e passar a separá-los entre reais e imaginários, passaremos a enxergar melhor as situações que temos e, com isso, passamos a ter alternativas melhores e tomaremos decisões mais assertivas. Não significa que o problema irá diminuir, mas o impacto negativo que associamos a ele diminui, visto que alteramos o padrão mental de negatividade para possibilidade e deste para a positividade.
Marques considera que todo ser humano possui dois estados internos possíveis: o de sofrimento e o de equilíbrio. No primeiro, nos conectamos, predominantemente com nossas energias mais negativas e pessimistas, com fatos e lembranças ruins, fracassos e rejeições. Neste estado alimentamos uma autoimagem depreciativa, de não merecimento e passamos a acreditar que nossa vida será marcada por uma nuvem negra sobre a nossa cabeça. Já o estado de equilíbrio, é um estado de beleza interna, de positividade, amor e alegria. Nesse estado nos sentimos conectados e exercitamos a empatia em plenitude, além de conseguirmos ver o potencial que temos para resolver os nossos problemas por nós mesmos. Em estado de equilíbrio crescemos interiormente e escolhemos aprender e aproveitar cada circunstância.
Normalmente desperdiçamos muito tempo da nossa vida no estado de sofrimento.
Em um segundo momento, o autor nos faz refletir sobre a história que contamos sobre a nossa própria história. Considera que somos exatamente o que contamos sobre nós mesmos. Podemos narrar a nossa história esperando que o ouvinte tenha pena pelo sofrimento por que passamos e se compadeça de nós ou podemos demonstrar que, mesmo diante de situações adversas, conseguimos ser inteligentes e nos reinventar para superar todos aqueles obstáculos. A posição que nos colocamos diante da nossa própria história influência totalmente a imagem que geramos nos outros e também em nós mesmos. Ao enfatizar, na nossa história pessoal, o que aprendemos e conquistamos, as pessoas que conhecemos, as que chegaram, os sorrisos que demos e as risadas que provocamos, trazemos uma leveza à vida e restauramos nossas forças paras os desafios que estão por vir.
Marques também discorre sobre a necessidade de nos libertarmos do medo, da ansiedade e da culpa. Destaca ainda a importância do auto perdão e de reduzir a criticidade com nós mesmos. Ao racionalizar e enfrentar o medo, controlar a ansiedade e aceitar nosso direito de errar, estamos aptos para a ajudar o mundo a ser melhor, sendo agentes da mudança e buscando soluções em vez de cultivar problemas.
Posteriormente, o autor menciona que a medida que amadurecemos como seres humanos, desenvolvemos sete traços que definem o estágio da maturidade (espontaneidade, senso de merecimento, capacidade de doar e receber, dualidade, autorresponsabilidade, adaptabilidade e habilidade de recomeçar). A maturidade nos dá condições para lidar com os problemas, visto que muitos não precisam de solução, mas de serem compreendidos.
As pessoas que se portam como solucionadoras de problemas se envolvem, não possuem medo da responsabilidade, não recuam diante de uma dificuldade e também não culpam o outro para fugir da própria responsabilidade, mesmo sendo a solução mais fácil.
Quanto as relações, sejam elas amorosas, fraternal ou profissional, sempre há a necessidade de ambas as partes serem ouvidas, ou seja, o diálogo é a ferramenta funcional de qualquer forma de relacionamento. Ouvir requer o movimento de sairmos de nós e ir ao encontro do outro, sem a necessidade de julgar ou criticar. É importante entender que cada um evolui e amadurece no seu tempo e, nesse movimento, as relações vão ganhando mais qualidade e profundidade.
Ao final do livro, o autor descreve sobre a gratidão. Praticar a gratidão produz frutos em nós, na nossa saúde mental e física, gerando harmonia e felicidade em todos os sistemas a que pertencemos. Os efeitos da gratidão permitem:
- Melhorar os relacionamentos;
- Gerar vulnerabilidade;
- Melhorar a saúde do corpo;
- Criar senso sistêmico;
- Produzir felicidade e bem-estar mental;
- Mudar nosso mindset;
- Atrair prosperidade e abundância.
É necessário aceitarmos os problemas como eles são, os compreendermos. Depois, ou sofremos ou nos paralisamos, ou agimos, mesmo sofrendo. Agir diminui a carga de dor, mantendo a mente ocupada demais pensando em como prosseguir. Leveza é sinal de que agimos no sentido certo e não nos omitimos.
E você, como tem lidado com os desafios da sua vida? Como tem contado sua história? Que tal mudar a perspectiva e escolher as boas lembranças e os momentos de superação que já viveu?
Esse livro trouxe os seguintes aprendizados:
- Saber e não aplicar é, na verdade, não saber.
- A vida não é boa nem má. É simplesmente vida.
- Avaliar os problemas sob a perspectiva: são problemas reais ou frutos da minha imaginação?
- Não conseguimos ver solução quando só enxergamos o problema.
- Nós temos escolha e podemos mudar.
- Somos criadores de nós mesmos.
- A transformação social vem da transformação pessoal.
- Mudar os padrões mentais é a chave para toda mudança.
- As relações humanas são as grandes riquezas da vida.
- Ser uma pessoa de foco na resolução nos ajuda a viver melhor... viver mais leve.
Abraços.