O Competitivo Mercado de Carnes Global

O Competitivo Mercado de Carnes Global

Os produtores brasileiros têm conquistado espaço no mercado de carne, enquanto osexportadores norte-americanos enfrentam um declínio significativo nas vendas para a China, reflexo das crescentes tensões comerciais no último ano.

Com a reunião do G20 ocorrendo em território nacional, o Brasil busca fortalecer seus laços comerciais com a China e aproveitar possíveis aumentos de tarifas entre Estados Unidos e China, especialmente com o início do segundo mandato do presidente eleito Donald Trump em janeiro.

O ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, anunciou na segunda-feira que novos acordos agrícolas com a China serão divulgados na quarta-feira, antes de um encontro bilateral com o presidente chinês Xi Jinping, à margem da cúpula do G20.

Na semana passada, Fávaro afirmou à imprensa que o Brasil pretende explorar as oportunidades caso Trump adote uma postura conflitante com a China, como aconteceu em seu primeiro mandato, o que colocaria os exportadores norte-americanos em uma posição desfavorável. Se as negociações entre Brasil e China forem bem-sucedidas, as exportações brasileiras de proteína animal poderão registrar um avanço expressivo, já que a China é o maior parceiro comercial agrícola do Brasil.

Os acordos em discussão devem envolver produtos como frutas, carne bovina e suína, além deampliar o número de frigoríficos brasileiros autorizados a exportar para a China. No entanto, detalhes adicionais ainda não foram divulgados.

Atualmente, Brasil e Estados Unidos lideram o mercado global de exportação de carnes, com a China figurando como um dos principais destinos. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, até 2025 a China deverá representar 18% das importações globais de carne bovina, suína e de frango, enquanto Brasil e Estados Unidos serão responsáveis por 48% das exportações globais dessas proteínas.

Comércio global de carne projetada para 2025

O Brasil tem fortes motivos para estreitar os laços comerciais com a China, especialmente no setor de carne bovina. Assim como ocorre com a soja, a China é, de longe, o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, enquanto os clientes dos Estados Unidos nesse segmento apresentam um perfil mais diversificado.

Nos primeiros nove meses de 2024, as exportações norte-americanas de carne bovina para a China registraram o menor volume dos últimos quatro anos. Paralelamente, as importações chinesas de carne bovina devem alcançar níveis recordes em 2024, com o Brasil liderando as remessas ao gigante asiático e atingindo máximas históricas no acumulado do ano.

Apesar de a China permanecer um mercado estratégico para a carne bovina e outros produtos dos Estados Unidos, uma redução adicional nas exportações de commodities essenciais, como a soja, representaria um impacto significativo para os norte-americanos.

No mercado de milho, os embarques dos EUA para a China despencaram no último ano, resultado da decisão chinesa de permitir a importação de milho brasileiro há dois anos. Caso a política comercial dos EUA não favoreça a relação com a China, movimentos semelhantes podem se repetir, reforçando a posição do Brasil como parceiro comercial preferencial.




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