O DESAFIO DA LIDERANÇA DA MULHER: TETO DE VIDRO OU LABIRINTO
Como diretor de Recursos Humanos e hoje consultor em Gestão em Pessoas, tive oportunidades de trabalhar com muitas mulheres na minha equipe, como colegas de trabalho e hoje como Coach de várias executivas mulheres. Quando participei do Comitê Latino Americano do Desenvolvimento de Liderança Feminina na Bristol Myers Squibb, o principal objetivo era acelerar o desenvolvimento da liderança feminina na empresa.
É notório a evolução profissional das mulheres nos últimos 30 a 40 anos. Ao longo desse tempo as mulheres se desenvolveram tanto no campo acadêmico como profissional para cada vez mais assumirem posições mais relevantes nas Organizações. Por outro lado, as empresas também buscaram no perfil das mulheres, as profissionais que fazem hoje mais sentido para a sua cultura, e para o seu negócio. Por exemplo: a mulher, por característica, é mais detalhistas e gosta de trabalhar em grupo. Essa natureza hoje é fundamental para o sucesso das Organizações.
Ao longo do tempo, além das mulheres se prepararem para assumirem mais responsabilidades nas organizações, encontravam uma dificuldade adicional que ficou caracterizado como o “Glass Ceiling” ou o “Teto de Vidro”. O que vem a ser isso? Como o mundo dos negócios sempre foi mais “machista”, as mulheres começaram a ter dificuldades de quebrar este “Teto de Vidro”, para assumir posições de maior nível nas Organizações. Elas tinham que se esforçar e se dedicar mais do que os homens para provarem que estavam preparadas para essas funções mais relevantes de Liderança nas empresas. Essa situação perdurou por muitas décadas e certamente ainda deve perdurar em algumas empresas ou mesmo em muitos Países.
Hoje muitas mulheres já conseguiram “quebrar” este teto de vidro, embora com certeza, ainda muito longe do nível ideal. Quer uma prova? É só avaliar a Liderança sênior das Organizações e verificar a quantidade de mulheres versus homens. Com raras exceções vamos encontrar ainda muito mais homens nessas posições do que mulheres. Outro sinal é ver o número de CEOs mulheres no mundo versus homens. Portanto, existe um longo caminho a seguir para haver um equilíbrio entre os gêneros masculino e feminino em posições de Liderança nas empresas. Especialmente se consideramos que 50% da população é feminina, e na maioria das Universidades do mundo, existe mais proporção de mulheres do que homens estudando.
Se abordarmos o aspecto remuneratório, é um outro capítulo à parte nesta questão. Apesar da evolução ao longo dos anos, as mulheres estão se deparando com um outro desafio que é o chamado “Labirinto Feminino”. O que vem a ser isso?
Apesar das mulheres terem uma natureza “multitask” ou multitarefa, que as diferenciam dos homens, elas vivem hoje num verdadeiro “Labirinto” para cuidar da sua vida pessoal e profissional. A várias funções, como ser mãe, profissional, esposa, filha, cuidar da casa, etc., está criando uma sobrecarga enorme sobre as mulheres. É verdade que os homens hoje ajudam muito em várias tarefas familiares, mas ainda tem muita coisa no colo delas.
Conheço várias profissionais mulheres que são excelentes líderes, mas que não querem assumir responsabilidades maiores por conta deste “Labirinto”. O nível de stress para elas torna-se insuportável, pondo em risco uma coisa que as mulheres mais prezam que é a “família”. As executivas top das Organizações precisam viajar muito, se ausentar da casa, dos familiares, e isso muitas vezes se transforma num pesadelo para elas. O risco é alto de acabarem os casamentos e a família ficar em segundo plano. O desafio deste “Labirinto” ainda é uma grande etapa a ser superada. As empresas, se quiserem ter mais mulheres nas posições top, vão ter que ajudar a encontrar o equilíbrio e as condições para que este balanço de vida profissional e pessoal seja adequado. Na minha opinião, é importantíssimo que as Organizações ajudem as mulheres a encontrarem a saída deste “Labirinto”.
Algumas sugestões para as empresas que certamente poderia ajudar as Executivas Mulheres:
- Horário Flexível
- Home Office uma ou duas vezes por semana, especialmente para aquelas com filhos pequenos até a idade escolar
- Convênios com creches ou reembolso de pagamentos de babás, e empregadas doméstica
- Licença de 1 ano após parto, podendo neste período trabalhar de casa. Após este período poderia trabalhar em casa 2 vezes por semana, até o filho completar 3 anos.
- Minimizar viagens, através de uso intensivo de comunicação via tecnologia
- Infraestrutura de cuidado feminino na empresa (Salão de Beleza, massagem, lavanderia, etc)
- Convênios com Supermercados, e afins para atendimento via internet
- Outros serviços que possam facilitar a vida de uma Executiva mulher
Certamente o resultado será pessoas mais felizes e maior retorno para o negócio.
Executiva de Gestão & Pessoas | Recursos Humanos | HR Business Partner | Desenvolvimento Organizacional | Relações Trabalhistas & Sindicais
8 aExcelente este texto. Há muita reflexão com tantas mudanças organizacionais que as empresas vem passando.
HR Manager | Sr HRBP | Talent Management | DE&I Champion
8 aAinda é um grande desafio, que envolve escolhas difíceis e renúncias. Excelente texto, Felipe!
Engenheira Mecânica da área de desenvolvimento de produto/qualidade.
8 aFantástica sua abordagem! Parabéns pelo belo texto!
Headhunter da Carreira® | Especialista em Marca Pessoal, Transição de Carreira (Plano B) e Networking para Gerentes e Executivos | Sucessão Familiar | Psicóloga| Fundadora da Starosky Consultoria | +18 anos experiência.
8 aOlá Felipe, como vai? Fantástico seu texto e contribuição. Irei compartilhar. Grande abraço e sucesso em sua carreira como consultor.