O desafio da mudança.

Mudar é uma constante, fato. Existem várias possíveis mudanças, mas aqui o foco é contar uma pequena história de alguns efeitos, que mudanças motivadas por transferências profissionais, podem ter em nossa vida.

Não é fácil e nem é para ser. Toda mudança gera desconforto.

Já passei por 3 situações diferentes e cada uma teve o seu aprendizado, alegrias e o preço que se paga por decidir. 

Quando me mudei a primeira vez em 2008 estava solteiro, sem filhos e saindo da casa dos meus pais pela primeira vez. Muitos "cortaram os laços" bem antes de mim porém minha primeira aventura longe das Minas Gerais foi logo após ter completado 30 anos. 

 Fui transferido para a região sul e gostei muito da experiência de morar só. Sentia muitas saudades da vida em Belo Horizonte, amigos e família, mas pude desenvolver o auto-conhecimento, disciplina e organização. Fazia base na cidade de Curitiba porém estava responsável por todo o Sul e Centro-oeste do país. Conheci lugares que nunca imaginei que conheceria. Outras culturas e histórias e iniciei a minha grande aventura... Casar ( com uma curitibana ) e ser pai, duas vezes. 

Após 4 anos, já bem adaptado e com a filha mais nova com apenas 5 meses de idade, fui chamado na matriz da empresa que trabalho e convidado a assumir um desafio no Rio de Janeiro. Não conseguiria descrever fielmente o momento, mas foi uma mistura de satisfação, medo e... Como vou contar isso lá em casa? Após uma longa conversa, decidimos ir todos para o cidade maravilhosa. Com a ajuda de custo da empresa, fomos morar em um bom bairro do Rio e lá veio outra difícil decisão: interromper temporariamente a carreira da minha esposa para ela se dedicar às nossas filhas. Consideramos o mais sensato. Ela pediu demissão. Nossa pequena estava com 7 meses e não tínhamos nenhuma referencia na cidade. 

Mudamos no dia 14 de novembro e um dia depois minha esposa me chama para conversar. Ela olhou seriamente nos meus olhos e disse: Estou arrependida e quero voltar para Curitiba. Fiquei sem ação por alguns instantes, mas nos entendemos e nos demos a oportunidade de experimentar esta nova vida. O mais importante é que faríamos isto juntos. Foi muito agradável nosso tempo no Rio, mesmo já conhecendo o final da história, que seria a nova mudança. 

Até que em maio deste ano outra porta se abriu, uma nova transferência, agora para trabalhar em São Paulo. Algo desejado por mim desde o início da minha carreira. A decisão que tomamos agora foi de a família ficar em Curitiba junto aos demais familiares, esposa voltando para o mercado de trabalho e eu em São Paulo, vivendo e trabalhando de segunda a sexta-feira. 

Este é o momento atual. Uma nova experiência, novos aprendizados e, em contra-partida, uma saudade descomunal da minha família e minhas filhas. Sem dúvida... o Grande Desafio. Sinto-me com mais responsabilidade e vontade em fazer dar certo.

Nestes vários anos de constantes mudanças, percebi que existe uma questão simples, mas essencial, que me acompanha e me fortalece para continuar a minha caminhada.

Movimente-se, mas procure sempre o apoio de quem realmente importa para você.

Esta regra foi muito importante no meu desenvolvimento profissional e pessoal. Quando você está disponível para movimentações e tem esta oportunidade, fica mais evidente que a empresa está investindo em você. E como você aproveita esta oportunidade é que fará total diferença. Os ensinamentos, experiências, conquistas e a diversidade cultural, na qual esteve inserido, ninguém irá tirar de você e serão destaques em seu currículo e apresentação. Com as minhas movimentações vieram também as principais promoções e méritos.

Mesmo assim sabemos que esta ação não funciona com todo mundo. Temos nossos prazos e planos. Por isso, essa movimentação só é validada quando a decisão é tomada com o apoio e participação de quem nos acompanha e sempre está ao nosso lado, no meu caso é a minha família. Lembre-se, manter este equilíbrio é fundamental. 

Já me mudei sozinho, com a família e agora novamente sozinho, porém em situação completamente diferente. Temos nossos altos e baixos e as chances de tudo dar certo aumentam quando não estamos sozinhos em nossa jornada.

O que me motivou a escrever este artigo foi o fato de, nesta semana, ter sido o aniversário da minha filha, ao qual eu não pude estar presente. Como um pai apaixonado enviei flores. Ela sabe que gostaria de estar ao seu lado. O bom é que o final de semana está chegando e estaremos juntos novamente.

Até a próxima sexta-feira...