O despertar da mudança
Sempre fui uma pessoa muito observadora e sem grande talento para falar de mim, minha vida e minhas conquistas pessoais e profissionais. Minha caminhada sempre foi - por opção pessoal - retratada pelos olhos dos bastidores.
Por um tempo eu até tentei mudar esse cenário, buscando me adaptar ao modelo que me rodeava, onde todos falam e postam suas vidas, seus interesses e assuntos tão inteligentes. Me esforçava para encontrar um ângulo legal, um assunto relevante, um passatempo que merecesse o compartilhamento, e diga-se de passagem, sempre encontrava. Essa é a verdade, eu sempre tive acesso a muita coisa bacana e diferenciada, que merecia sim ser vista por outras pessoas, mas ainda assim, na incerteza de saber o quão interessante aquilo seria para elas, preferia incluir nas minhas imensas listas de favoritos, organizar referências nos meus boards do Trello e consultar assuntos relevantes, tempos depois, salvos no Pocket.
Depois veio a vida de mãe e mais uma avalanche de conteúdos sobre maternidade, pilhas e pilhas de receitas prontas para ser a mãe ideal, para fazer a comida ideal, para ser uma profissional multitarefas exemplar, para manter a casa organizada, modelos perfeitos para educar uma criança e mais um monte de idealismos sem fim, que me deixaram bem louca e com medo de, mais uma vez, não me encaixar no que esperavam que eu fosse.
Quer saber? Cansei. Não gosto de receitas prontas e gurus com fórmulas incríveis de sucesso. Quero exercer meu direito de explanar minhas opiniões e aprendizados, para que no futuro, eu possa manter registros de uma mente pensante em busca do melhor de si mesma.
Sem pretensão nenhuma, sem promessas de maravilhosidades (talvez esse termo nem exista) e sem conselhos engavetados, volto aqui pra falar de aprendizados, reflexões e pensamentos, apenas isso. Esse será, sem dúvida, um dos meus grandes desafios pessoais, tanto no tange a uma quebra de um paradigma que habita em mim, quanto para a construção de uma nova jornada em busca da minha melhor versão.
Sempre fui uma pessoa muito observadora. Ainda sou. E provavelmente continuarei preferindo atuar nos bastidores, dando vida aos espetáculos e comemorando minhas vitórias, mas agora, com uma certeza, estou quebrando uma grande barreira, me livrando de crenças limitantes e colocando mais tijolos à minha nova jornada.
Que comece a mudança!