A Capacidade de se reinventar
Todos nós vivemos a experiência da renovação. Nossa essência e nossas escolhas já se transformaram em cada etapa do desenvolvimento: do nascimento à infância, da adolescência à fase adulta. Mas não é porque alguém "já cresceu" que a sua identidade está fixada. Do corte de cabelo ao círculo de amigos, você já mudou e mudará muitas vezes. Sem falar nas mudanças que não escolhemos, como a morte de alguém querido. "É preciso passar por uma adaptação e nem sempre há tempo para assimilar o que foi embora e o que ficou na sua vida". A questão, então, é saber lidar com a transição.
É por isso que é tão essencial reservar um tempo para sonhar, capacidade de se visualizar em situações, lugares, tempos e histórias desejados. É o hábito de pensar em coisas positivas para si mesmo e para os que se ama. Este treino é superválido, funciona como um test-drive ou um estágio para a realização posterior do sonho. Sonhar só atrapalha quando consiste em puro devaneio, sem qualquer possibilidade de realização.
Essa vocação para sonhar conta pontos no seu DNA emocional, na capacidade de ser feliz e se reinventar, mas por que é preciso se reinventar? Porque a flexibilidade é uma das características mais importantes nos dias de hoje. Em plena era da informação, com o mundo em movimentação frenética e constante, é essencial que a pessoa tenha uma atitude aberta para a vida: de aprendizado, conhecimento e mudança, se for preciso. Claro, sem abrir mão de valores (integridade, generosidade, respeito por si mesmo e pelo outro), mas com uma postura de aprendiz.
Isso vale para todos os campos da vida: pessoal, afetivo, profissional. Este último, especialmente, demanda boas doses desse "jogo de cintura". O motivo é que, nos últimos anos, aconteceu uma verdadeira revolução no mercado de trabalho. Aqui e lá fora. Empresas se fundiram, outras faliram, outras tantas mudaram de ramo. Boa parte cortou maciçamente seus times, enquanto terceirizava os serviços e convocava um exército de colaboradores independentes. Não é o melhor dos mundos, convenhamos, mas é a realidade atual, acentuada nesse último ano pela crise econômica internacional.
Mas este cenário, que pode parecer cinza e sombrio para muita gente, também é um horizonte colorido e cheio de esperança para outras pessoas. São aquelas que querem se reinventar, que não acreditam nas estatísticas e não arquivam seus sonhos só porque ouvem o tempo todo que as coisas vão mal.
Nesses tempos em que a demissão virou pizza e a palavra "emprego" vem gradativamente perdendo o significado e o valor - os futurólogos creditam que o modelo atual, com salários fixos e escritórios, será substituído por um panorama mais elástico, no qual a maior parte das pessoas irá trabalhar em sua própria estrutura; em geral, em casa - a necessidade de se reciclar e se reinventar fica ainda mais urgente.
Os que dependem de um crachá no peito para existir (ou, em outras palavras, se sentem perdidos quando não são o "Pedro da empresa tal ou a Mariana da companhia X") vão precisar rever suas ideias e convicções. Por isso, sonhar (e realizar) é preciso.
Não arquive seus sonhos. Invista na sua flexibilidade profissional.
Por fim, lembre-se: o Empire State Building foi o prédio mais alto do mundo entre 1931 e 1972 e a Inglaterra já foi a maior potência econômica e bélica do nosso mundo. É que ser o primeiro e o melhor não é tão difícil assim… Difícil mesmo, é continuar sendo.
Técnico em Eletrotécnica
8 aBelo texto