O dia em que conheci o Batman
Cesar - Canva

O dia em que conheci o Batman

Você é um super-herói? Esta é uma história sobre os super-heróis do dia-a-dia que conhecemos e muitas vezes não reconhecemos.

Por Cesar Eduardo da Silva - LEARN LTDA

O pequeno Leonardo já estava com um ano e dois meses e precisava ir a uma escolinha, de preferência perto da residência dos pais. Tentaram sem sucesso uma vaga na rede municipal e como a rede estadual oferece apenas ensino fundamental, os pais tiveram que recorrer à rede particular. Foi bom, pois os pais conheceram uma parceria interessante entre o município de Joinville e uma pequena escola no bairro vizinho, em que a prefeitura comprava quase 90% das vagas. E assim o pequeno Leonardo poderia ir para a escolinha, preenchendo aqueles 10% de vagas particulares.

              Porém a vida prega algumas peças e o pequenino teve um sério problema de saúde, que obrigou os pais de o deixarem fora das aulas por algum tempo. No mesmo tempo em que eles receberam um anúncio de Laura, a diretora da escola, de que esta iria fechar.

              Como bom engenheiro, Alberto, o pai do pequeno Leo, decidiu ir à escola entender a situação e os motivos da drástica decisão de Laura. O problema era basicamente o mesmo que aflige a grande maioria das pessoas responsáveis: Financeiro. E o maior deles: O aluguel que estava atrasado há mais de um ano e o dono do prédio estava cobrando. Sim, o prédio da escolinha era alugado! E para piorar, uma falha no contrato com a prefeitura fez com que eles ficassem sem receita todo um mês.

              Alberto decidiu ajudar com o que sabia:

Planilhas em Excel. Criou uma e acompanhou a evolução financeira destas guerreiras se perguntando: “Quantos funcionários de empresas comuns continuariam trabalhando com tanto afinco sabendo que não ganhariam seu salário no final do mês? Não sei, mas aquelas guerreiras o fizeram!”

              Alguns meses se passaram e a equipe da escolinha fez diversas ações para reverter a situação financeira. A evolução era visível a cada mês, porém o aluguel se mostrava como uma dívida impagável, inalcançável, e o dono do prédio, segundo a diretora Laura, estava ficando impaciente, pois sua dívida ainda estava em aberto.

              Um dia Alberto recebe uma ligação de Laura solicitando sua presença na reunião de pais da escolinha para apresentar a planilha financeira que ele havia criado para a gestão, pois naquela reunião o dono do prédio estaria lá. Prontamente Alberto se apresentou pois também queria conhecê-lo.

              A sala da apresentação era o refeitório das crianças e estava lotada de pais e professores para tratarem de diversos assuntos, entre eles, o financeiro.

Não foi fornecido texto alternativo para esta imagem

 Começou sua apresentação falando da evolução nos resultados esperando que o temido dono do prédio questionasse o aluguel. Nada. “Acho que ele não veio. Deve estar tratando de seus negócios milionários e este aqui com certeza não é um deles...” – Pensou Alberto.

              Ao final da reunião ainda com alguns pais de alunos presentes conversando em pequenos grupos dispersos pela sala, Alberto se dirigiu à Laura e perguntou sobre o dono do prédio, e ela surpresa pergunta: “Ah, você ainda não o conheceu? Venha aqui.” Perto da porta de saída estava um senhor com um uniforme de mecânico de automóveis um pouco sujo de graxa conversando com um homem de camisa polo.

“Alberto, este aqui é o senhor Dirceu, o dono do prédio.”

O senhor de uniforme prontamente aperta a mão de Alberto dizendo que gostou do que viu, e disse que estava começando a ficar pesado para ele para pagar as prestações, por isso precisava começar a cobrar o aluguel da escola:

              - Prestações? Que prestações sr Dirceu? – Perguntou Alberto

              - As prestações do financiamento da Caixa. – Respondeu Dirceu

              - Mas o senhor financiou o que?

              - O prédio da escola. Eu falei para Laura que iria construir uma escola para elas, e o fiz, mas, agora as prestações do financiamento que tive que fazer para erguer este prédio estão pesando demais no meu orçamento. Nem sempre temos meses muito bons de movimento na oficina mecânica do bairro, então, realmente estou precisando.

             - Deixa eu ver se entendi direito: Você pegou um financiamento em um banco para construir essa escola? Então todos seus filhos estão estudando aqui?              

- Meus filhos já têm mais de vinte anos. Construí esta escola, porque nosso bairro estava precisando dela e acho que essas mulheres têm a competência e dedicação para tocá-la.

              - Sabe sr Dirceu, meu filho, o pequeno Leo, que frequentou esta escolinha, está começando a gostar de super heróis como o Batman e outros. Ainda hoje falei para ele que estes existem apenas nos desenhos e filmes, entretanto o senhor me fez ver que na verdade, não.

              - Como assim Alberto?

              - Na verdade o senhor é um deles. Um desses caras que faz algo aparentemente inalcançável às pessoas comuns que se limitariam a reclamar do presidente ou do prefeito, ou até pior, apenas lamentar. Isso, a maioria apenas lamentaria: “o que será do futuro das crianças...” ou “Ainda bem que os meus já estão crescidos...”

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               Talvez seja isso que diferencie os super heróis do dia a dia das pessoas comuns. Os super heróis fazem o que precisa ser feito, só isso. Parece simples, mas a maioria prefere reclamar do governo nas redes sociais; culpar esse ou aquele fato; praguejar contra a sua genética, ou o azar, ou ao stress... Seja qual for existem motivos de sobra para as pessoas comuns se agarrarem e encontrar o motivo ideal para continuarem não fazendo nada. Este não é o sr Dirceu! Ele fez o que precisava ser feito! E FEZ!

              Se você é um super herói, me sinto honrado por você ter lido este texto até aqui.

Se você é uma pessoa comum, continuo me sentirei ainda mais honrado se você tiver uma atitude de super herói ainda este mês. Mas não precisa tanto quanto o sr Dirceu. Este está em outro patamar. Pode ser como a Laura, ou a equipe de professoras que trabalhou sem salário no mês. Ou pode ser ainda mais simples como o Alberto

              Por favor pare perder tempo brigando e fazendo inimizades nos Facebooks e Twiters da vida por causa de políticos A ou B. Políticos sempre serão a mesma coisa. Passarão mais de 80% de seu tempo trabalhando para se manterem ou conquistarem mais poder e influência. Pare de brigar por eles e invista este tempo em algo como o Alberto fez. E FAÇA ALGO!

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Se ao menos tivéssemos alguns políticos que lutassem um décimo do que estes super heróis fizeram e fazem por nossas crianças, este país seria outro.

Nós da LEARN LTDA ouvimos algumas histórias como estas no programa CIENTISTA DO BEM₢ . Se puder, divida alguma história como esta comigo?

Muito obrigado por sua leitura!!


Márcia Borré

Gerente de Projetos e Marketing na Learn Ltda

3 a

Realmente, super-heróis existem! E sabe o que mais foi falado? Por que esse menino não vai para uma escola particular sem estes problemas financeiros, um parquinho maravilhoso?? E a mãe respondeu: meus filhos precisam de valores, de bons exemplos, e isso tudo eu encontro aqui!!!

Afrânio Chinchilha

Engenheiro Mecânico / MBA em Gestão de Projetos / Green Belt 6 Sigma / Projetista Mecânico / Técnico Mecânico / Técnico Automação Industrial / Solid Works / Creo Param. / Pro-E / Catia / NX / Cetol / Creo Live Simulation

3 a

Ótima Historia, concordo plenamente Jager!

Sergio Jager

Senior Specialist Drafting at WHIRLPOOL ELECTRODOMESTICOS SA

3 a

Gostei muito da história, conheço algumas pessoas (heróis) como descrito, essas merecem todo meu respeito.

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