O efeito "uauuu" e a relação zero com a boa propaganda, quiça com o bom marketing, no Brasil.
Tem coisas muito loucas que as vezes, como empresário, técnico ou simplesmente como pensador, tenho que ouvir com frequência. Uma dessas é esse tal de efeito "uauu".
Você pergunta pro gestor de marketing: qual é o objetivo da comunicação, ação ou whatever, e lá vem ele: precisamos do efeito "uauu". Normalmente olho para a pessoa, como se tivesse algum problema auditivo. Afinal, nem sempre somos obrigados a engolir o tal ditado popular que diz: "mais vale ouvir certas coisas que ser surdo". OK, pensar que o tal efeito aconteça como consequência de um resultado é uma coisa; agora pensar nisso como o objetivo principal é de lascar o côco.
Esse efeito aí, vem sendo copiado dos americanos. "Só" daqueles caras que dominam o mundo. Aqueles que pensam em detalhes, e mais detalhes. Ahh os detalhes. Quando esses caras estão em busca do efeito "wow" (original), deles, de fato eles querem que o conteúdo, estudado em profundidade e o produto/serviço feito de maneira bem pensada - ou seja algo minimamente bom - seja vendido com um toque criativo que as pessoas se surpreendam. Logo o efeito não é o objetivo primário, mas sim a consequência de vários objetivos ao longo do processo e da execução realizada com muito esforço (chegando perto da perfeição).
No Brasil mais afastado dos grandes centros, essa expressão adaptada ao "uauu", em nada tem haver com ter ou fazer e construir bons produtos/serviços, propósitos ou pesquisas realmente fodásticas, que dão suporte para ações que as vendam a sua altura. Esse efeito, na verdade, é um "defeito", pois vem normalmente ancorado em falta de tudo o que tem relação com bom. O produto é ruim; a embalagem é ruim; a usabilidade é péssima; o atendimento não existe. Enfim, logo percebe-se que para vender o engodo, só será possível com o tal "uauu". Mas se você acha que não vende, não se decepcione se eu disser que vende. É, acontece. Contudo o sucesso deste tipo de operação nunca é duradouro e na grande maioria das vezes não atende as necessidades de resultado do cliente. E ainda mata de raiva quem comprou, usou, etc.