O equilibrista

A vida é cheia de reveses. Ao longo do tempo vamos aprendendo o que machuca e o que nos traz prazer. Nunca deixaremos de sofrer e sentir dor como também amar e ser feliz. Estes sentimentos são necessários para nosso amadurecimento. Vejo que o mais difícil é o equilíbrio. Não sofrer demasiadamente com algo que não requer tanto sofrimento e nem ser feliz euforicamente. Sabe os rompantes? Aqueles que nos confundem, nos tiram do caminho? Sabe aquela dor imensurável ou aquele amor que chega doer no peito? O que fazer com tudo isso? 

Aqui a palavra-chave é equilíbrio. Precisamos dele para tudo na nossa vida, e, puxa como é difícil... 

Não comer demais, não beber demais, não fumar demais, não amar demais, não sofrer demais, não trabalhar demais, não fazer exercícios demais, redes sociais demais, agressividade demais, ser inteligente demais, ter sucesso demais, falar demais ... Ufa.... Nunca, na história da humanidade tomamos tantos remédios como agora. Isso me faz pensar que estamos vivendo em desequilíbrio. Conclusão: Todos os excessos são ruins para nossa saúde física e emocional, e sim, estamos nos excedendo em muitas coisas. 

Como manter o equilíbrio? Como manter a sanidade e a lucidez em tempos de constantes transformações? Como acalmar a mente e o coração? Bem, isso não é fácil, mas com uma boa dose de autoconhecimento melhoramos muito a forma de encarar nossa vida, de pensar no futuro e lembrar do passado, sem excessos. 

E não pense você que promover o autoconhecimento é fácil, porque não é. Não gostamos de tocar em nossas vulnerabilidades e fraquezas, como também não gostamos de nos "gabar" de nosso sucesso (parece que dá um ar de superioridade, arrogância, de que estamos nos “achando”). 

Não queremos muito ouvir o que as pessoas pensam a nosso respeito, porque se quiséssemos mesmo, pediríamos mais feedbacks das pessoas e levaríamos mais em consideração suas informações. Verificaríamos com mais frequência como está nossa reputação. Não quero dizer que você tem que se importar com tudo o que os outros dizem, mais sim, o que as pessoas falam sobre nós é importante. Por dois motivos: a) para você perceber o que precisa parar de fazer e (b) para você perceber o que precisa continuar fazendo. Em ambas as decisões você sai ganhando. Aqui entra uma boa dose de equilíbrio para que possamos saber mensurar o que serve e não serve para nossa vida. Equilíbrio para promovermos as mudanças necessárias e duradouras, não sem dor, porque sim, ela existirá. Como demostra a autora Elisabeth Kübler-Ross, na sua teoria da curva do luto ou da mudança, como queiram chamar, todos passaremos pelos estágios da negação, dor, resistência, o que muda é o tempo que cada pessoa leva para sair deste estágio e seguir adiante para a aceitação. 

Ao final do seu processo de mudança a dor, a negação e a resistência não podem pesar mais do que a própria aceitação e a ação para a mudança. Isso é equilíbrio. Imagine um equilibrista que tem como tarefa atravessar de um lado para o outro (seu destino) caminhando por uma corda fina e bamba. Sim ele sente medo, frio na barriga e ainda tem os gritos e aplausos da multidão atenta a seus movimentos podendo-lhes tirar a atenção. Caso lhe falte equilíbrio poderá cair em queda livre rumo ao seu fim. Imagino que este desafio requer muita concentração e esforço. O que não é muito diferente da nossa vida real. Com pessoas ( querendo nós ou não) dando suas opiniões e emitindo seus julgamento, aplaudindo ou torcendo pela nossa queda, expondo nossos medos e inseguranças, requer de nós muita concentração e equilíbrio para superarmos com êxito nossos desafios.

O mundo do autoconhecimento é gigante, as descobertas são fantásticas assim como nossa transformação. Não há outro caminho para seguirmos uma vida com mais equilíbrio, que não este. Só precisamos trilhá-lo com mais consciência. 

E então, você tem praticado o autoconhecimento? Com que frequência? 

Tuly Rocha

Executive Coaching MGSCC