O esporte como minha paixão...

Em um momento anterior, disse que descobri o esporte como um ótimo caminho para a minha vida pessoal e profissional. Isso foi em 2012, quando escrevi no papel as coisas que eu faço e o que eu gostaria (recomendo que todos façam isso também). Por isso, quero compartilhar com todos sobre o motivo pelo qual eu sou apaixonado pelo esporte.

E essa resposta está na ponta da minha língua: porque eu vejo o esporte como um agente transformador na vida de uma pessoa. E isso ficou bem claro na minha vida após iniciar meus estudos na área esportiva em 2013 e atuar 5 anos como educador informal dentro do Movimento Escoteiro.

Atuar dentro do escotismo me fez entender o lado lúdico das atividades. Afinal de contas, um dos grandes segredos deste movimento é proporcionar atividades atrativas e variadas aos jovens para que estes possam aprender através de brincadeira e diversão. E são aprendizados que auxiliam e ajudam a moldar seus caracteres.

Tá, mas e o esporte? Particularmente, vejo da mesma maneira. Os esportes são jogos variados que podem ser atrativos de acordo com a preferência das pessoas. E dentro da prática, existe sim o lado lúdico. Por exemplo, artes marciais (de uma maneira geral) auxiliam as pessoas a terem mais concentração, foco, disciplina, respeito ao outro e às orientações dadas. Já o handebol ajuda em liderança (na figura do "capitão"), trabalho em equipe, improvisação, respeito às orientações dadas e diversas outras "lições".

Visto isso, fico espantado com o rumo que o futebol brasileiro está tomando, não só com a parte esportiva, como também (e principalmente) com a formação de um cidadão. O Brasil é emocionalmente envolvido pelo futebol. Sua popularidade é impressionante a ponto de ofuscar o crescimento e um trabalho digno de qualquer outra modalidade. E talvez esse seja um dos maiores problemas do Brasil: girar em torno do futebol.

Eu falo pra todo mundo que a pior coisa que aconteceu nos jogos do Rio foi a seleção brasileira de futebol ter ganhado o ouro. E não porque não são merecedores disso, mas porque isso fez com que os resultados de Izaquias Queiroz, Thiago Braz, Poliana Okimoto, Felipe Wu, Fernando Reis, Maicon Siqueira, Robson Conceição, Diego Hypólito, Rafaela Silva (estes dois últimos, um belo exemplo de superação e persistência), entre outros, fossem deixados como segundo plano. E, convenhamos, quem acompanha o mínimo de esporte, saberia que estes resultados não foram por acaso. Foi muita dedicação no trabalho. Todos esses atletas têm lições muito maiores que a maioria dos jogadores de futebol. Estes sim são heróis. Estes sim são bons exemplos para a sociedade, para a formação... E consigo entender perfeitamente que o esporte foi uma solução na vida dessas pessoas.

E o futebol? Bom... Este oferece entretenimento, polêmica, dinheiro, audiência, conversas na mesa de boteco e discussões duradouras sobre a postura de Rodrigo Caio por conta de uma atitude Fair Play. Na verdade, muito me assusta as pessoas aplaudirem a atitude do zagueiro, sendo que isso deveria ser completamente natural para os nossos olhos. Ou, então, porque repudia(ra)m a atitude do jogador. Logo, penso que nós estamos vivendo uma seríssima crise relacionada à ética, onde as coisas certas estão erradas e vice-versa. O pior é que as pessoas não estão conseguindo distinguir o que está correto e o que não está.

Ok, mas... E o esporte como paixão? Pois é... Eu acredito que o esporte, como um todo, pode ser um ótimo caminho para inverter toda essa crise. E um dos meus sonhos é esse: fazer com que as pessoas tenham a oportunidade de conhecer e praticar outros esportes. É democratizar o esporte nacional e fazer do Brasil uma verdadeira potência, mas não com objetivo de ganhar medalhas, mas sim para formar cidadãos do bem, exemplos para uma nação. Sei que vou ter que nadar contra a maré, porque o trabalho é árduo... Mas se eu conseguir plantar uma sementinha, talvez eu tenha esperança de ver as próximas gerações colhendo frutos...

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