O Estado

O Estado

Todos nós colaboramos com o Estado, uns porque lá trabalham a 100% e outros porque lá entregam +40% do seu trabalho nos impostos que pagam. 


Mas qual deve ser, então, o verdadeiro valor desta relação?

·       Deve dar saúde, segurança, educação? Sim!

·       Deve garantir justiça, liberdade de opinião e expressão? Sim!

·       Deve ser solidário com os verdadeiramente mais frágeis? Sim!

·       Deve criar condições para o bem-estar físico, mental e intelectual? Sim!

·       Deve investir nas infraestruturas para geração de riqueza? Também sim!

·       ……


O problema está em saber até aonde deve ir esta intervenção!


A TAP É ESTRATÉGICA PARA O PAÍS? … Não!

·       Dizer que cria postos de trabalho e gera receitas para o País de milhões é uma falácia, porque é preciso gastar milhares de milhões para garantir a geração de riqueza de apenas centenas de milhões. Quando pronunciam a palavra estratégica todos nós ficamos aflitos… vêm aí mais faturas para todos pagarem com benefícios a distribuir por muito poucos.

·       Se a TAP é estratégica crie-se uma empresa com 3 ou 4 aviões (Air Palops) e sempre que estrategicamente não sejam necessários, fazem voos charter para qualquer um! Até poderiam trabalhar em exclusivo para os operadores turísticos portugueses! Se adicionarmos os serviços de manutenção aeronáutico, podem assim gerar lucros e evitar a repetição cíclica de enormes buracos, o que vem acontecendo há mais de 40 anos. Dizer que tem de ter escala é também um disparate. Nós nunca tivemos, nem teremos, escala, só em colaboração com outros muito maiores que naturalmente querem liderar. 

·       Mesmo no período de crescimento do mercado, a TAP conseguiu a proeza de acumular prejuízos. Não é para qualquer um!!!

·       Um pequeno prejuízo anual seria suficiente para cumprir o serviço estratégico que muitos lhe atribuem...

A CAIXA GERAL DE DEPOSITOS É ESTRATÉGICA PARA O PAÍS? … Sim!

·       De modo geral, o sistema financeiro é irresponsável no credito que oferece, e que sabe que não vai ser cumprido. E quando existem falhas, aqui-d’el-rei que não podem cair, porque são sistémicos para a economia. Quando usam a palavra sistémico todos ficamos aflitos… vêm aí mais faturas para todos pagarem e para distribuir os benefícios por muito poucos.

Nunca pagou pelos seus erros e ainda pratica a caridadezinha aqui e ali.

·       Recordo quando a banca apresentava rentabilidades elevadas e os nossos banqueiros diziam que era por serem muito competitivos, comparativamente com o exterior, pelas pessoas e ferramentas que utilizavam. Foram quase todos vendidos por 1€! Onde estão as mentes brilhantes da financeira? Quase todos carregados de chorudas reformas e indemnizações que utilizam para pagar em apoio judicial par fugirem da cadeia. E atenção que há gente presa por roubar 500€!

·       Mais tarde ou mais cedo vai voltar a acontecer o mesmo. Supervisão e auditoria trabalham milhares de horas com o Excel, mas não descem ao terreno. Creio até que nem sabem aonde fica! Muitas das vezes, uns e outros são companheiros da mesma lide que, provisoriamente, se encontram em campos opostos. Se falassem com as pessoas do balcão rapidamente perceberiam muitas coisas simples, mas importantes! Isto vai sempre acontecer e repetir-se. O que é preciso é que a Justiça funcione para saberem que a culpanão morre solteira.

·       Por estas razões, é importante ter um player que jogue no mesmo campeonato e também sirva o setor. Que não os deixe fazer o que querem e como querem, mesmo que isso traga alguns prejuízos. É que esses eventuais prejuízos nunca seriam tão elevados como são, se os deixarmos em “roda livre”. Ninguém agora questiona a Caixa, porque lá está alguém cuja carreira merece a nossa confiança e a admiração dos seus pares. É uma questão de escolher a pessoa certa para o lugar certo. Tudo é muito mais simples do que sistémico…  


Juntem a TAP e o NOVO BANCO e sonhem um pouco do que poderíamos ter: 

·       SAÚDE, ENSINO, JUSTIÇA e SEGURANÇA, CULTURA, MENOS HORAS DE TRABALHO, etc.

·       Construção e manutenção de INFRAESTRURAS nas áreas da ENERGIA, FERROVIA, AEROPORTUÁRIAS, COMUNICAÇÕES. Poderiam ser entregues a privados. Mas apenas a gestão, nunca a propriedade. Isto nada tem a ver com Independência Nacional, mas muito mais com Inteligência Nacional!

·       Estas infraestruturas, mesmo mal geridas e dando prejuízo, serão sempre sementes que, mais tarde ou mais cedo, serão rentabilizadas. Agora, gastar com bancos e companhias aéreas, desaparecem e reduzem-se a pó e ainda vão sobrecarregar o Estado com processos judiciais intermináveis e muito caros para todos nós. Os grandes escritórios de advogados e de auditoria, agradecem…

Ser decisor público é, em muitos casos, mais difícil do que ser decisor privado. Por isso, deveriam ser muito bem pagos pela responsabilidades e exigências. Pagar bem a estas pessoas não é roubar o Estado. É, isso sim, poupar muito dinheiro. Agora, sempre que em nome do Estado (i.e., em nosso nome), assinam um compromisso financeiro, para o qual não há dinheiro, baseado em cenários do Excel e “pareceres técnicos”, isso é que vai hipotecar o nosso futuro. Estes políticos deveriam ser penalizados como qualquer decisor responsável da sua Empresa. Por que não criar um seguro para estas situações? 

A solução está na escolha de PESSOAS com honestidade, competência e motivação para o serviço público. Elas existem, mas são difíceis de encontrar. Basta ver o que aconteceu agora, quando se tentou que as comissões de inquérito da Assembleia da República fossem constituídas por pessoas independentes vindas da sociedade civil. Todos contra.


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