O FUTURO DIGITAL BANCÁRIO
Como o texto ficou longo para o compartilhamento de publicação de Murilo Moreno ( https://lnkd.in/dd-kw9s5 ), este artigo o reproduz integralmente.
Resumindo, a Bolsa de Valores, é uma espécie de “BET” (a imagem até parece comercial), onde as pessoas apostam em um resultado, porém, via de regra, a maioria perde e uns poucos ganham. Por isso, aposta é torcida, resultado é jogo.
O Nubank é sem dúvida o mais disruptivo banco atualmente, principalmente por que ele consegue enxergar oportunidade, onde os concorrentes enxergam problema. Além de conseguir antecipar tendências, ou gerá-las, e segundo ouvi de uma grande executiva de um bancão, isso é possível por que, “o mercado tem uma tolerância com as fintechs, que não tem com bancões”, em outras palavras, as fintechs podem apostar e eventualmente errar sem maiores consequências, mas os bancões não.
As inovações também têm que ser muito mais pensadas em grandes estruturas, pois em função da maior oferta de produtos e parcerias, uma inovação pode em última análise, gerar mais prejuízo do que lucro, afetando alguma operação até então rentável. Jet ski consegue dar cavalo de pau, transatlântico não.
Vou dar um exemplo: PIX.
O Nubank já praticava o PIX antes de ele existir, pois já oferecia transferências gratuitas a seus clientes, como um dos argumentos de captação destes. Se os bancões fizessem o mesmo, matariam as suas receitas desses serviços, como veio a acontecer com a implantação do PIX.
Com a implantação do PIX, o Nubank viu uma grande oportunidade de alavancar a sua base de clientes, pois conseguiu enxergar que amplificado, o PIX se tornaria uma nova necessidade do mercado, reduzindo custos e gerando receita aos seus clientes, enquanto os bancões, continuaram enxergando somente as suas perdas de receitas.
O Nubank foi e é extremamente competente em conquistar share, mas tem o desafio de monetizá-lo com produtos “menos garantidos”, e nesse ponto, tem muito a aprender com os bancões (embora todos possam evoluir aí).
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Eu acredito que em algum momento, os bancos digitais terão que se tornar “omnichannel”, assim como o e-commerce já percebeu que esse é o futuro. O mundo está dando sinais de que emergências climáticas/outras extremas, cada vez mais frequentes, podem simplesmente inviabilizar o acesso digital por longos períodos, e o cliente precisará ter acesso a seus recursos/necessidades fisicamente. Além de que, o mercado de grandes metrópoles é diferente dos demais. O Agibank está aí para mostrar que a operação física não vai morrer.
Embora o futuro pareça Nubank, os bancões demoraram, mas acordaram e têm recursos suficientes para “comprar inovação no mercado”, caso não consigam produzi-la internamente, em tempo hábil. Existem muitos inovadores, até para os atuais inovadores, aguardando um “patrocínio”, para dar vida às suas inovações.
Os bancões começaram a se mexer nesse sentido.
O Santander Brasil já lançou o “FREE”, na minha opinião, embora seja muito bom, errou no nome, entrou “vendendo um benefício”, que o cliente já está acostumado a ter, ou pelo menos a mim, não conseguiu chamar a atenção com algo realmente disruptivo, mas já entrega muito mais do que antes, com uma operação muito bacana.
O Itaú Unibanco vai lançar no segundo semestre a sua nova operação digital, vamos ver se vai surpreender mais, que uma eventual contratação de Taylor Swift como embaixadora do seu futuro próximo. O Itaú não costuma decepcionar.
O Bradesco , é quem mais tem que “correr à frente do prejuízo” (para fugir dele), pois é hoje o mais afetado diretamente pelo avanço digital. Este ano, fez uma profunda reformulação na sua cultura, ao permitir buscar profissionais do mercado, quando a norma era promover somente a “prata da casa”; acredite, isso era impensável até aqui, e se o banco permitiu que isso acontecesse, pode esperar qualquer coisa daqui por diante. Está agregando milhares de novos talentos do mercado, para sacudir a estrutura e construir o Bradesco do futuro.
Está reformulando a sua operação digital, e se considerarem as sugestões que lhes apresentei em janeiro, modéstia à parte, vão surpreender. Mas confesso que já estive mais otimista.
Resumindo toda essa sopa de letrinhas aí de cima, o Nubank vai ser um bancão sem dúvida, mas, o Nubank será cada vez mais um bancão, e os bancões serão cada vez mais um Nubank.