O Futuro do Nosso 'Black Gold'
Após adquirir experiência trabalhando no departamento regulador do governo australiano de exploração de óleo e gás em alto mar (NOPTA - National Offshore Petroleum Titles Administrator), não consigo deixar de comparar como as coisas são feitas em um país correto, disciplinado e que pensa sempre no bem estar de sua nação, e como nosso governo esta lidando com nosso óleo e gás.
Hoje pela manha, ao ler a revista Veja desta semana (Edição 4 Fevereiro 2015), resolvi juntar algumas partes de entrevistas e tentar traçar uma linha futura para o nosso petróleo.
Parte 1 - Cenário do petróleo mundial
"...o imperativo deste novo momento na historia da produção de petróleo é o crescimento da competitividade. Quem quer que esteja neste setor sofrera' uma pressão brutal para ser mais eficiente e lucrativo. Todos...só falam em empreender mudanças para adaptar-se a essa nova realidade do petróleo barato. O mundo do barril a US$100mil ficou no passado. E' uma nova era, e a competição vai imperar."
"...mesmo sem levar em conta o possível custo da corrupção...o Brasil produz petróleo a um custo muito alto. Tudo que se diz, hoje, sobre como transitar nesse novo cenário de petróleo barato envolve redução de custos para aumentar a competitividade, revisão de regras fiscais pelos governos, revisão de políticas de conteúdo nacional....O Brasil correra' um grande risco se ficar surdo a essas vozes."
(Daniel Yergin, economista americano, considerado a maior autoridade mundial em energia, em entrevista a Ana Clara Costa, 'A nova era do petróleo começou', revista Veja 4 Fev. 2015)
Parte 2 - Cenário do petróleo brasileiro
"...A soma da corrupção, da incompetência e da ingerência esta' fragilizando o potencial da Petrobras, como mostram os números divulgados na semana passada. As ações da companhia sangraram ainda mais. Os lucros diminuíram, e o endividamento em relação ao seu fluxo de caixa piorou. A Petrobras foi novamente rebaixada pela agencia Moody's de avaliação de risco..."
"...Graça (Foster) anunciou também que haverá' redução nos investimentos e desaceleração no ritmo de projetos por causa não só das perdas com a corrupção, mas pela própria situação financeira da companhia."
(Ana Luiza Daltro, 'O estrago também é nosso', revista Veja 4 Fev. 2015)
Parte 3 - Conclusão
Realmente não tem como apenas considerar as frustrações deste mega escândalo da Petrobras. Não precisa ser nenhum ‘expert’ para perceber que não ha' um futuro próximo favorável em nossa economia, especialmente vindo de nossa provável maior riqueza: óleo e gás. Mas, o mais assustador, é não conseguir enxergar fatores que indicam melhoras em um futuro mais distante. Infelizmente, minha geração não vivera' uma prosperidade vindo deste campo da economia.
Pré-Sal? Virou história.