O futuro do trabalho - parte 1
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O futuro do trabalho - parte 1

Faz alguns anos que pesquiso e trabalho com questões ligadas à transformação digital nas empresas e na sociedade como um todo. Neste contexto, a tecnologia é o direcionador de mudanças mais perceptível em nosso dia a dia. Todavia, cabe entender que as complexas alterações sócio-econômicas, geopolíticas e demográficas contribuem sobremaneira na redefinição dos padrões de consumo, produção e emprego [1] observados neste início de quarta revolução industrial.

Um estudo do World Economic Forum (WEF) sugere que empresas, governos e indivíduos devem adaptar-se às mudanças nos tipos de “ocupação” (palavra mais abrangente que “emprego” ou “trabalho”). Tais mudanças, que nas primeiras revoluções industriais geraram prosperidade, produtividade e novos empregos, impactarão seletivamente os diferentes setores econômicos, as diferentes regiões do planeta e as diferentes áreas de expertise dos trabalhadores.

Num cenário no qual 65% das nossas crianças trabalharão em ocupações que ainda não existem [2], como podemos antecipar as demandas e nos preparar para as competências e habilidades das próximas décadas? Numa ampla pesquisa do WEF, vários direcionadores das mudanças no ecossistema de ocupação laboral foram identificados, conforme imagem abaixo.

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Cabe reforçar que o impacto destes drivers já se faz presente há alguns anos. A partir de 2020, a expectativa é que o efeito individual de cada um deles seja amplificado pela influência dos demais, acelerando a velocidade das mudanças.

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Ainda segundo esta pesquisa, para alguns este processo nos oferece oportunidades históricas, sem limites, para a melhora das condições dos cidadãos de nosso planeta. Para outros, haverá a massificação da substituição dos empregos e intensa eliminação de postos de trabalho.

Estima-se que mais de 6 milhões de empregos deixarão de existir entre 2015-20 nas atividades de escritório (rotinas administrativas) e produção. Em contra-partida, serviços financeiros, atividades em nível gerencial, funções ligadas à computação, arquitetura, engenharia, vendas e educação vão gerar 2 milhões de empregos. Ao contabilizar todos os setores, estima-se a perda (resultado líquido) de 5 milhões de empregos no planeta apenas até 2020.

Os direcionadores de mudança não atuam de maneira uniforme em todos os setores de atuação da força de trabalho. Cada qual (vendas, produção, engenharia, finanças,etc...) tem suas particularidades. Veja três exemplos abaixo.

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Estes direcionadores de mudança também atuarão de forma seletiva em diferentes setores da economia.

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Esta combinação de efeitos desafia as competências naturalmente esperadas em cada indústria. O diagrama ao lado indica que entre 27% e 43% das habilidades existentes em diferentes indústrias não mais serão relevantes no curto prazo. Na média de todos os setores, apenas 65% das habilidades serão relevantes.

Dentre as maiores demandas, encontram-se: habilidades cognitivas, habilidades sistêmicas, resolução de problemas complexos, análise de conteúdos entre outras, conforme ilustrado abaixo.

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Do ponto de vista do preparo (readness) da mão-de-obra qualificada para ocupar a posições disponíveis, espera-se grande dificuldade para os recrutadores. Isto vale para diferentes indústrias, funções e países, como observado a seguir. (obs.: quanto mais negativo, mais difícil encontrar o profissional qualificado).

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Dentre as principais barreiras para conduzir as mudanças necessárias, o estudo cita a falta de conhecimento (entendimento) da natureza das mudanças, falta de recursos (qualificados), pressão de shareholders por resultados de curto-prazo, desalinhamento entre as estratégias de inovação e de gestão de pessoas e a falta de priorização por parte dos níveis gerenciais.

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Por fim, o estudo sugere ações capazes de auxiliar as empresas a lidar e apoiar sua força de trabalho neste momento de transição. A principal iniciativa é investir na requalificação de seus atuais colaboradores.

Em breve postarei a segunda parte de "O futuro do Trabalho".

[1] Source: Future of Jobs Survey, World Economic Forum. [2] McLeod, Scott and Karl Fisch, “Shift Happens”


Rodrigo Dutra

Demand Planning Latam and S&OP Manager @ Envu | Supply Chain E2E | Digital Transformation | Customer Excellence

4 a

O futuro do trabalho passa pela necessidade de uma adaptação individual digital e mudanças de mindset na adequação e aquisição de novas habilidades e competências. Obrigado Alexandre Oliveira pela excelente reflexão e nossa busca contínua por conhecimento e inovação.

André M.

Consultor Técnico de Negócios, especializado em equipamentos Still e Estruturas para Armazenagem Águia Sistemas.

4 a

Zona de conforto é uma expressão incabível no ambiente atual. “Aqueles” que não se adaptarem continuamente serão “extintos” !

Marcello Utiyama

Lean 6-Sigma Master Black Belt Sensei / Professor / Gerente de qualidade e melhoria contínua

4 a

Excelente artigo Alexandre, o estudo do WEF já direciona o que as empresas estão procurando hoje, e realmente teremos grandes mudanças na capacitação dos profissionais a serem formados e para aqueles que já estão no mercado de trabalho. A educação, especialmente no ensino médio e superior terão que passar por uma grande mudança.

GILMAR XAVIER

Supply Chain coordinator (Digital transformation)

4 a

Great tks....

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