O Futuro do Trabalho: um quarto dos empregos devem mudar nos próximos cinco anos
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O Futuro do Trabalho: um quarto dos empregos devem mudar nos próximos cinco anos

Carlos Arruda e Miguel Costa

O relatório O Futuro do Trabalho, realizado pelo Fórum Econômico Mundial aponta que quase um quarto dos empregos devem mudar até 2027.  A 4ª edição do relatório analisa 45 economias por meio de dados estatísticos, a exemplo de alguns fornecidos pelo LinkedIn - plataforma de mídia social focada em negócios e emprego – e Coursera, além da pesquisa de opinião executiva. O objetivo do estudo é acompanhar o impacto da 4ª Revolução Industrial no mercado de trabalho, identificando a escala potencial de rupturas ocupacionais e estratégias para capacitar ocupações em declínio para assumir papéis emergentes.

Com aproximadamente 69 milhões de novos postos de trabalho criados e 83 milhões eliminados dos 673 milhões analisados pela pesquisa, espera-se que haja uma mudança em 23% dos empregos no mundo. No Brasil, 21% das ocupações no mercado de trabalho devem se modificar nos próximos cinco anos.

O crescimento na adoção de novas tecnologias de fronteira é um dos principais fatores que fomentam as transformações no mercado de trabalho de acordo com 86,2% das empresas respondentes. A ampliação do acesso digital (86,1%) e uma maior implementação de práticas ESG (80,6%), que incluem compromissos nas áreas social, ambiental e de governança corporativa, seguem na sequência de macrotendências que impactam na transformação das empresas. Cada um dos fatores listados gera mudanças que estimulam o surgimento de novas ocupações e/ou o desaparecimento de empregos.

Uma grande oportunidade para o Brasil reside em seu potencial de atração de investimentos verdes, especialmente na produção de energia limpa. Os investimentos que facilitam a transição verde dos negócios tendem a gerar novos postos de trabalho, liderando a criação líquida de empregos (total de postos de trabalho criados menos empregos eliminados por esse fator). O cargo de Especialista em sustentabilidade é o segundo na lista em termos de postos de trabalho gerados, atrás apenas de Especialista em inteligência artificial (IA) e aprendizagem de máquina. As novas tecnologias, apesar de criarem vagas, especialmente de alta qualificação, tendem a automatizar funções anteriormente exercidas por trabalhadores, gerando um saldo menor se comparado ao setor de sustentabilidade.

Apesar disso, o saldo das tecnologias na geração de empregos é positivo. Big data lidera o ranking de tecnologias vistas como criadoras de empregos no Brasil e no mundo, com 51% dos entrevistados brasileiros esperando o crescimento do emprego em papéis relacionados. O emprego de profissionais na área de tecnologia deve crescer, em média, 30% até 2027 no mundo.

Outros setores em expansão são o de educação e agricultura. Nesse último, o destaque é a demanda por uma mão-de-obra capacitada para operar máquinas e demais tecnologias agrícolas. Na área da educação, a oferta de empregos, em especial professores universitários e de cursos profissionalizantes, deve crescer em torno de 10%. Em contrapartida, papéis administrativos e funções tradicionais de segurança e comércio são setores com expressivos declínios de postos de trabalho, que devem atingir uma perda de 26 milhões de empregos nos próximos cinco anos.

Entre os principais postos de trabalho que devem desaparecer, ou reduzir drasticamente, todos estão associados a atividades de secretariado e escriturais. Caixas de banco, caixas e bilheteiros, cobradores e escriturários de contabilidade estão na lista das profissões com potenciais de extinção nos próximos cinco anos.

Afinal, quais são as habilidades priorizadas pelos empregadores?

Os empregadores estimam que 44% das habilidades dos trabalhadores serão alteradas nos próximos cinco anos e que 60% da atual força de trabalho irá demandar treinamento antes de 2027. Contudo, as expectativas é de que apenas metade terão acesso a um treinamento adequado.

No Brasil, executivos esperam que 53% das habilidades exigidas pela força de trabalho permaneçam as mesmas. As Habilidades mais priorizadas para requalificação e qualificação nos próximos cinco anos no país serão Inteligência artificial (IA) e Big Data; Pensamento criativo; Resiliência, Flexibilidade e agilidade e Pensamento analítico. A visão dos executivos brasileiros difere parcialmente da resposta média global, que aponta o Pensamento analítico e criativo como principais competências buscadas no mercado de trabalho.

Dessa forma, apesar do grande impacto das novas tecnologias na geração de empregos, fatores e habilidades cognitivas predominam entre as competências demandadas. Ainda assim, a alfabetização tecnológica tende a ser importante para aproveitar as novas oportunidades em setores com maiores potenciais de crescimento nos próximos anos.

Evans Filgueiras 🇧🇷🇵🇹

C-Level | Liderança Executiva | Gestão | Estratégia | Negócios | Finanças | Operações

1 a

👏👏👏

Denise Baumgratz

Sustentabilidade | Estratégia | ESG | Capitalismo Consciente

1 a

Muito bom! Li o relatório de 2020 e iniciando o de 2023. Pelo visto, além da tecnologia, a sustentabilidade ganhou mais espaço 🙌🏼

Anna Luiza Tararam 刘小葳

Graduanda em Ciências Econômicas | Economia Asiática | Economia da China

1 a

Conteúdo muito interessante! Parabéns.

Verônica Manguinho de Souza

Transformação Organizacional | Gestão da Mudança | Atração e Desenvolvimento de Líderes | Liderança Regenerativa | Impacto Sócio Ambiental | Mestranda em Sustentabilidade

1 a

Muito bom, obrigada por compartilhar

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