O futuro (presente) das agências
Você saberia prever o futuro das agências?
Essa pergunta martela na cabeça de muitos profissionais e futuros integrantes deste ramo. A rotina das agências de propaganda, passam por uma transformação para se adequar aos tempos modernos e aos consumidores millenials. Os tempos andam complicados e este setor também sofreu um chacoalhão. Desde seu nascimento no século XIX, o ramo publicitário manteve-se seguro e com seus dogmas imutáveis...até a chegada da revolução digital capitaneada pela popularização em massa da internet. Os meios clássicos de comunicação ainda existem, mas com a inclusão digital e diversidade de gadgets, a propaganda teve que evoluir para espalhar-se, não basta uma bela campanha e um anúncio caprichado, precisa aparecer nas redes sociais, tornar-se viral, virar meme, ser lembrado além do comercial na TV, YouTube ou na aba daquele site suspeito que você navega diariamente.
Uma mudança no modus operandi das agências foi necessária para manter o legado e segurar suas raízes no competitivo mercado brasileiro. Com a crise vieram cortes, automatização de setores, mas também o crescimento e criação de novas funções. Alguns serviços implantados e oferecidos são: Consultoria de Negócios e de Posicionamento Estratégico, Consultoria de Brand e Branding, e-commerce, inovação e startups dentro da agência, realidade aumentada, etc. Um leque que se abre num universo que antes parecia tão fechado.
O boom do marketing digital também está presente nesta realidade, mas se for analisar friamente, ainda está em crescimento. Todos têm seu community manager e analista de mídias que checam diariamente o engajamento de campanhas, horários mais assertivos para postagem e aspectos positivos e negativos de cada negócio. Na teoria parece um ramo sólido dentro da publicidade, mas não se engane, tudo está em constante mutação e o profissional da área deve se atualizar para não perder novas oportunidades.
Vale lembrar que papéis clássicos estão em adaptação e outros personagens da área ficaram mais importantes devido ao surgimento de novas agências que apostam em profissionais liberais e horários mais flexíveis em sua rotina visando a entrega e não ao banco de horas.
É interessante citar o caso do mercado freelance. O freelancer, por muito tempo, era visto como um “apagador de incêndios”, ou usando uma analogia mais pop; como o Robin do Batman. Era a figura que encontrava soluções em curto prazo e não precisava ter o vínculo com o cotidiano do escritório...na maior parte das vezes. Seu papel tornou-se importante e com a expansão do home office a gama de profissionais dessa área cresceu. Um grande benefício é a desenvoltura de recrutar equipes diferentes para cada perfil de cliente para atendê-los. Dessa maneira, somando com o staff fixo de uma agência. Trazendo mais diversidade e um olhar menos engessado.
O conteúdo é mais um ponto importante a ser citado; nunca foi gerada tanta informação online como nesta década. Novas e antigas, grandes e pequenas, as empresas do ramo investem no conteúdo para gerar lead e fidelizar sua clientela ainda mais. Isso também gera investidores e parcerias para produção de textos, notícias e publieditoriais. Mesmo que o público mais jovem seja viciado em memes, gifs e afins, tem uma parcela que clica além da chamada num post e consome os mais variados textos. Novamente vem a importância do freela neste cenário.
O futuro aponta por um fim de boa parte dos escritórios e agências seguem em espaços colaborativos ou virtualmente , com sua equipe espalhada em diversos pontos do país, ou do globo, com colaboradores de outras localidades que possibilitam o fechamento de negócios em terras internacionais. O velho modelo tende a ceder e transmutar-se em algo maior, sem necessiariamente, precisar de escritórios luxuosos em grandes centros urbanos e ter funcionários fixos batendo cartão e fazendo horas extras aos finais de semana.
Alexandre Bezzi