" O Homem das Pirâmides - Furtos arqueológicos no Egito "... RELEMBRANDO... Parte .. III .. de ... IV
Com a conquista árabe ( 640 d. C ), o saque dos túmulos rupestres recomeçou de forma organizada,compilaram-se manuais que indicavam a localização dos túmulos célebres e redigiram -se as fórmulas de esconjuro para exorcizar os espíritos malignos que imaginavam estar ali em sua guarda. Em 1.743, o viajante inglês Richard Pocoke forneceu o primeiro depoimento moderno sobre o Vale dos Reis , escrevendo sobre os ladrões que tornavam perigoso o acesso ao lugar. Quando em 1.799, a Comissão Egípcia de Napoleão chegou ao Vale dos Reis para "observar" os túmulos,foi recebida a tiros por ladrões tebanos. Durante os séculos XVIII e XIX, fizeram-se escavações quase sempre com o objetivo de furtar,para enriquecer as coleções de milionários europeus. O italiano Giovanni Battista Belzoni ( 1.778- 1.823 ),pesquisador de antiguidades por conta do British Museum, conseguiu penetrar na pirâmide de Quefren, mas descobriu que alguém mais hábil que ele já tinha levado a múmia e os tesouros. Quem sentiu uma decepção parecida foi o mais genial egiptólogo dos últimos cem anos, o inglês Flinders Petrie,quando, ao penetrar no túmulo de Amenenhet I por um buraco,iluminou com o archote dois grandes sarcófagos vazios.O mistério sobre o desaparecimento das múmias não havia sido ainda decifrado,quando,em fins de 1.800,um funcionário do Museu do Cairo ,revirando os bazares de luxor,com o objetivo de descobrir quem, há anos,fornecia raros tesouros ao mercado negro de antiguidades,ficou sabendo que o autor dos furtos era um árabe de nome Abd-El Rasul, chefe de uma dinastia de ladrões que, há séculos,liderava uma série ininterrupta e sistemática de saques,transmitindo o segrêdo de pai para filho.Pouco antes,Abd-El Rasul havia descoberto uma abertura escondida no maçiço rochoso que separa o Vale dos Reis da Bacia de Deir-El-Bahri. Transpondo esta passagem , o profanador deparou com uma enorme camara sepulcral,repleta de múmias e objetos preciosos, e informou a descoberta aos membros mais importantes da família,que juntos,decidiram deixar o tesouro, onde permanecera por 3.000 anos e transporta-lo pouco a pouco,para não levantarem suspeitas.