O igualitarismo ameaça a natureza humana

Os invejosos estão mais preocupados em criar uma sociedade igualmente pobre, do que permitir a desigual criação de riqueza. No entanto, esses mesmos invejosos que vivem expelindo falsas virtudes estão, na verdade, lutando contra a natureza humana.

Sempre que um esquerdista disser que quer combater as desigualdades, ele quer dizer, em outras palavras, que ele quer lutar contra a natureza humana. Somos naturalmente desiguais, não só em desejos, sonhos, talentos e planos, como também economicamente. Ninguém tem as mesmas oportunidades ou nasce em famílias com a mesma condição financeira. Até mesmo para o Neymar ter tido a oportunidade de jogar no Santos, ele precisou nascer em tal lugar, em determinada família e ter alguma condição que o possibilitou de jogar futebol – condição essa tanto física quanto econômica -, portanto, nenhuma pessoa tem as mesmas situações e experiências de vida. É claro que é mais difícil para uma pessoa que nasceu num país pobre e numa família pobre ascender socialmente, já que sua situação de vida a dificulta fazer determinados cursos de capacitação ou mudar de cidade para buscar seus sonhos. Mas para a questão da pobreza, precisamos focar em políticas que permitem a livre e rápida criação de riqueza, ao invés de tentar punir o rico e produtivo em nome de uma igualdade forçada utópica, como a esquerda política gosta de propagar como solução mágica para todos os problemas sociais.

O grande objetivo dos globalistas, ou seja, dos comunistas atuais e suas instituições chaves como o Fórum Econômico Mundial, é o de "supostamente" acabar com desigualdades e injustiças sociais, vistas como o maior problema do momento. Para tanto, o papel do governo precisa ser aumentado para que seja possível a prestação universal de assistência social para se criar uma maior igualdade econômica entre as pessoas. O Chefe do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, escreveu em seu livro "The Great Narrative", que é preciso abandonar os medidores econômicos como o produto interno bruto e priorizar algumas políticas como: ação climática, sustentabilidade, inclusão, cooperação global, saúde e bem-estar. Ele ainda promete um futuro melhor, ao escrever: “poderemos até descobrir que conseguiremos viver em tal cenário de maneira bastante feliz!”. Esse é o homem que diz com certa frequência que no novo arranjo mundial “você não terá nada e será feliz”, afinal, no tão sonhado comunismo, tudo é do estado e nada está fora do estado, uma ideia bem fascista, por assim dizer. Esse cenário, na verdade, seria o paraíso dos totalitários, e não do indivíduo que quer ser livre e viver em prosperidade com sua família.

Quando o estado controla suas finanças e sua propriedade, é fácil para ele criar novas restrições quando você não segue religiosamente a cartilha do governo que está no poder, como também é fácil criar políticas segregacionistas para oprimir determinados grupos que resistirão às novas políticas. E esse controle dos governos sobre nossa vida e a formação de um império comunista mundial será possibilitada, caso eles consigam criar uma moeda única mundial, por meio de um banco mundial. Por enquanto isso é apenas uma possibilidade, mas os socialistas e globalistas trabalham para isso. O fim é a igualdade forçada de resultados entre as pessoas comuns, o igualitarismo imposto pelas mãos de ferro do estado, a total supressão da natureza humana e maior concentração de riqueza e poder num seleto grupo de corporações, políticos e burocratas.

Umas das ideias defendidas pelos progressistas e socialistas é a da nacionalização de toda a riqueza do país e da sua posterior redistribuição per capita entre a população. Para que isso seja possível, seria necessário, novamente, a total ruptura dos direitos à propriedade, o que iria erradicar com os incentivos de inovação. Isso porque para existir uma constante criação de riqueza por meio da inovação, é preciso que exista os prêmios de lucros aos empreendedores bem-sucedidos que tem boas ideias. A consequência dessa política nefasta de redistribuição da riqueza seria a estagnação e o colapso da economia.

A redatora do The Atlantic, Jerusalem Demsas, que gosta de escrever sobre falhas institucionais, sobretudo no que se refere à questão da habitação e infraestrutura em cidades americanas, fez um pedido aos norte-americanos para repensarem se realmente precisam do sonho da casa própria, quando argumentou que: “Pressionar mais e mais pessoas para terem casa própria na verdade prejudica nossa habilidade de melhorar as condições de moradia para todos”. Ou seja, para esses progressistas, o cidadão comum deve se abster de seus sonhos e planos de enriquecimento pessoal, para que seja possível a implementação de políticas públicas igualitárias. Demsas ainda escreve em defesa de investimentos governamentais em moradias de qualidade para aluguel, além de políticas de estabilização de aluguel pelo governo. É engraçado como os igualitaristas tão bem-intencionados não se preocupam em entender os meandros da economia política, mas apenas em defender ideias fáceis e simplistas de como gostariam que a vida fosse, algo bastante juvenil para adultos.

E essa visão de que o governo precisa combater a desigualdade e intervir mais na economia. Tentam criar um falso verniz de justiça por trás dessas políticas, devido ao fato de elas clamarem por um ideal de igualdade. Claro, não há justa igualdade de direitos perante a lei, mas apenas a utópica igualdade de resultados. E isso, como sabemos, e como todo bom economista deve saber, acaba destruindo qualquer incentivo para se criar mais riqueza, ser mais eficiente e produtivo. Se todos terão o mesmo resultado, independentemente do quanto trabalham e de quais ideias adotam em seus negócios, a sociedade perecerá numa miséria sem fim – ninguém irá querer se esforçar e inovar mais, já que terá o mesmo resultado do mais medíocre dos homens. É o decreto final para o bom uso da criatividade humana, da autorresponsabilidade, dos aproveitamentos dos dons e talentos em benefício da civilização.

Mas além da desigualdade fazer parte da natureza humana, quer aceitemos isso ou não, ela não é tão ruim assim como é propagado pelos intelectuais das ciências humanas. O ataque à desigualdade econômica é o maior ataque ao capitalismo de livre mercado e aos direitos de propriedade privada. Além disso, o sonho igualitarista nega toda a complexidade do que é ser humano, já que temos todos diferentes desejos, objetivos e necessidades. Mesmo que existam desejos e necessidades gerais semelhantes entre as pessoas, a forma de se alcançar esses objetivos e de satisfazê-los é complexa e diferente. Um exemplo é que todos querem ter sua casa própria e com certeza todos almejam casas grandes, confortáveis e seguras. No entanto, poucos querem casas idênticas e isso também vai influenciar nos preços dos imóveis, além disso, nem todos querem a casa no mesmo local, o que também irá refletir no preço final do imóvel e na vida que a pessoa levará nessa casa. Os gostos sobre a estética e arquitetura da casa também serão diferentes, já que o senso de beleza pode mudar de uns para outros, e isso também irá afetar o preço dos imóveis, já que alguns tipos de arquitetura e aparência atrairão mais compradores.

Da mesma forma, as pessoas querem roupas, carros, computadores e smartphones com características e funcionalidades diferentes, o que nos revela como é difícil agradar ao comprador. E esse é o grande benefício do mercado, já que ele entende essa complexidade de gostos e desejos e sempre busca suprir essas enormes demandas vindas de uma população tão heterogênea. Assim, o mercado vai recompensar enormemente aqueles que conseguirem satisfazer essas diferentes necessidades e demandas, e os empreendedores mais bem-sucedidos serão os que alcançarem esse objetivo. Empresas que há 1 década produziam um tipo de celular com certas funcionalidades e aparência, não necessariamente conquistariam o mercado dos dias de hoje, que já tem novas demandas por novas tecnologias. Portanto, existirá sempre um desnível entre os empresários que são bons em inovar e satisfazer as necessidades do público em comparação com aqueles que não o fazem.

Agora vem a pergunta: qual o incentivo que o governo tem para se preocupar com as diferentes demandas e necessidades das pessoas, sendo o governo um monopólio que é financiado compulsoriamente independente da qualidade do serviço que presta? Nenhum!

Este incentivo não existe no estado, apenas num mercado livre e competitivo. Então por que a esquerda vê o estado como solução mágica para todos os problemas?

De onde vêm esse culto ao estado intervencionista e onipotente, tão adorado pelos comunistas e progressistas modernos?

Esse amor vem da inveja, já que só o monopólio da violência tem o poder de criar igualdade forçada, ou seja, tornar todos pobres enquanto beneficia uma pequena elite privilegiada, já que é exatamente isso que sempre acontece nos países socialistas como Cuba e Venezuela. A Argentina também caminha para esse triste cenário e se não defendermos a liberdade individual e econômica aqui no Brasil, seremos os próximos.

Essa igualdade na miséria consola o coração dominado pela inveja dos esquerdistas, já que, para eles, só isso já basta. Ninguém poderá se destacar na utopia igualitária. A natureza humana será suprimida, seremos tratados como números e o vendedor ambicioso ganhará o mesmo salário que o professor de filosofia que ensina marxismo aos seus alunos.

Como Friedrich Hayek já mostrou em sua obra, O Caminho da Servidão, o início do governo totalitário começa com a supressão de um mercado livre e a adoção do planejamento econômico centralizado. E por trás dessa ânsia de controlar a economia e a vida das pessoas, existe um julgamento moral de que certos indivíduos ou grupos são mais merecedores que outros. Da mesma forma, os socialistas julgam os proletários - os trabalhadores assalariados - como mais merecedores dos ganhos em lucros do que os donos das empresas, vistos como exploradores. Assim, independentemente de quem foi inteligente em poupar capital para investir e teve ideias inovadoras que estão satisfazendo as necessidades populares, os esquerdistas querem que determinado indivíduo ou empresa ganhe mais por vê-los como merecedor de acordo com seus julgamentos pessoais.

Realmente, os socialistas são tão arrogantes que deixam de lado as leis imutáveis da economia e a própria natureza humana para se colocarem num pedestal superior de planejadores centrais – eles decidem como deve ser feito e ainda rotulam de fascista quem faz oposição a suas ideias autoritárias. Portanto, a receita usada para chegar na utopia igualitária é basicamente roubar daqueles que criam riqueza de forma pacífica por serem bons em satisfazer as necessidades de outros, para redistribuir àqueles que não o fazem, que são ineficientes e improdutivos, ou então ao criar leis que impeçam o indivíduo X de poder participar do mercado, o que torna toda a sociedade mais pobre.

A verdade é que a disparidade de riqueza e desigualdade social não são os problemas reais, mas apenas consequência de uma sociedade que ainda tem alguma liberdade e direitos à propriedade. Os que conseguem produzir muitos bens e serviços que são demandados pelo público, naturalmente irão enriquecer. O problema real é o inverso, quando não existe essa disparidade de riqueza, alguma coisa está errada, já que a crescente satisfação de desejos e necessidades das massas e o surgimento de novos milionários beneficiam a todos, sobretudo aos mais pobres. Assim, no capitalismo, a desigualdade vai continuar existindo, mas o padrão de vida dos mais pobres irá aumentar drasticamente, tornando essas pessoas cada vez mais ricas. É o aumento da oferta de produtos e serviços que permite o barateamento dos preços finais, e, para tanto, é necessária uma economia em crescente expansão com aumento de produtividade. Com uma moeda sólida e segura graças ao não controle governamental, ela irá aumentar de forma contínua seu poder de compra à medida que a economia se tornar mais produtiva. Uma evidência cabal de como o capitalismo beneficia os mais pobres, é que a qualidade de vida do pobre que vive na Suíça é muito maior do que a qualidade de vida do pobre brasileiro, por existir nesse pequeno país europeu uma maior liberdade econômica e maior segurança jurídica aos investidores.

Como bem sabemos, coisas que antigamente eram luxo de alguns, hoje são bens acessíveis aos mais pobres. Um exemplo não tão distante assim, é que quando existia uma empresa estatal que monopolizava o serviço de telecomunicação em Portugal, os telefones eram caros e objetos de luxo de poucos. Com uma abertura no mercado, mesmo que imperfeita, os celulares foram adotados pelas massas já que os preços se tornaram acessíveis. E essa é a consequência natural do capitalismo, tornar novos tecnologias e serviços abundantes para o consumo das massas. Era por isso que Henry Ford queria que seus funcionários comprassem seus carros, pois isso seria benéfico para ele também, e consequentemente, ao próprio funcionário – todo mundo sai ganhando, isso é inegável. Essa é a beleza da economia de mercado, na qual, com base nos direitos de propriedade, as pessoas trabalhavam, poupam e criavam seus produtos ou serviços para fazerem trocas – tudo isso em harmonia com a natureza humana que exige liberdade para a expressão da singularidade individual e seus talentos. A melhor receita para o enriquecimento justo e pacífico continua simples e sendo negada pela esquerda; tanto pelos artistas e intelectuais de esquerda, estudantes militantes e políticos aos comunistas mais dogmáticos que se possa encontrar.

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