Quando o mundo não aguenta mais

Quando o mundo não aguenta mais

Os anos 60 que não voltam mais.

Há um pouco mais de 50 anos atrás, inúmeras pessoas de diversas partes do mundo perceberam que tudo estava errado.

Surgiram os protestos, as reinvindicações, o clamor por um mundo melhor.

Vieram os movimentos de contracultura, as sociedades alternativas, as organizações comunitárias e coletivistas.

Contudo, com o passar dos anos, o anseio diminuiu e a força decresceu a alguns espaços isolados.

O Capitalismo, em sua fase pós-industrial, conseguiu superar as suas crises sinalizadoras, saindo de um estado próximo ao terminal para um respirar mais abundante.

50 anos depois, cá estamos novamente, descobrindo contradições já descobertas há décadas atrás.

Sim, a concorrência fria e injusta adoece as pessoas.

Sim, a competição desleal e alienante adoece as pessoas.

Sim, o individualismo que concorre a um egocentrismo criminoso, à concentração de renda, ao enriquecimento de uma minoria em detrimento de uma maioria faminta, adoece as pessoas.

Sim, a produção em larga escala nas periferias dos países de Terceiro Mundo, que destrói o meio ambiente e perturba o ecossistema em sua totalidade, adoece não só as pessoas, mas também a natureza inteira.

O mundo não pode mais ser conduzido abaixo dessas circunstâncias.

A sociedade não pode mais ser regida e orientada por uma ideologia nociva, assim como fatalista, que cruza os braços e afirma friamente que "a vida é dura mesmo, não tem o que fazer".

O verbo "ser" não pode mais ser utilizado para definir as coisas como elas "estão" (e não "são").

O mundo ou a vida não "é" assim. O mundo ou a vida não "será" assim pra sempre.

O mundo ou a vida "está" assim. Dessa forma, falamos de um "estado" (referente ao verbo "estar") e não de uma característica imanente.

A injustiça e a desigualdade não "são" partes imanentes do mundo, mas sim se constituem em "estados".

O estado do mundo atual é injusto e desigual. Sendo estado, é possível mudá-lo e transformá-lo.

De um estado de concorrência e competição, passar para um estado de solidariedade, partilha e compartilha.

De um estado de individualismo ganancioso e criminoso, passar para um estado de cuidado proximal, voltado para o auxílio daqueles que mais necessitam.

De um estado do "para um ganhar, outro tem que perder", para um estado do "quando um ganha, todos ganham".

De um estado da obsessão pelo dinheiro e do consumo exacerbado de coisas materiais, para um estado do consumo da alegria, da liberdade e das demais coisas boas que temos ao nosso redor.

De um estado do privado sem utilidade, para o público utilizado por todos.

O mundo não suporta mais alienação e fetichismo, ansiando pelo levante dos conscientes e utópicos que desejam, fortemente, a transformação social, cultural, econômica, entre outros campos.

Os anos 10 do século XXI já se perderam, mas a segunda década se aproxima, dependendo de nós qual alvorecer será.

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