O Impacto das Expectativas Sociais na Saúde Mental da Mulher Contemporânea
As expectativas sociais e culturais impostas sobre as mulheres têm sido uma questão central no estudo da saúde mental feminina. No cenário contemporâneo, as mulheres enfrentam o desafio de conciliar múltiplos papéis — profissionais, mães, cuidadoras — sem uma rede de apoio adequada. Essa sobrecarga tem gerado um aumento de transtornos como ansiedade, depressão e burnout.
Clarissa Pinkola Estés, em "Mulheres que Correm com os Lobos" (2018), sugere que a desconexão das mulheres com sua essência instintiva e natural, muitas vezes sufocada pelas normas sociais, pode ser uma das causas dessa crise. A reconexão com a intuição e o autoconhecimento é fundamental para restaurar a saúde mental e emocional. Viola Davis, em "Em Busca de Mim" (2022), reforça essa ideia ao afirmar que o autocuidado é uma forma de resistência e de amor-próprio, essencial para que as mulheres possam enfrentar as demandas cotidianas.
A violência de gênero e a ausência de suporte institucional também intensificam o problema, como apontam Silva e Almeida (2021). A falta de políticas públicas eficazes agrava a vulnerabilidade das mulheres, e, sem redes de apoio robustas, o peso das responsabilidades se torna ainda mais insuportável.
Assim, é crucial que a sociedade compreenda a importância do autocuidado e promova uma cultura de empatia e solidariedade, onde a saúde mental das mulheres seja uma prioridade, não uma responsabilidade individual. A psicologia tem um papel central nesse processo, oferecendo intervenções que promovam o bem-estar e ajudem a desconstruir os padrões que perpetuam a sobrecarga feminina.
Promover uma discussão ampla sobre esses temas é necessário para transformar a realidade de tantas mulheres que enfrentam a pressão de "serem perfeitas" em um mundo que pouco oferece suporte.