O Impacto dos Bioestimulantes na Nutrição de Plantas Evidenciados pelos Equipamentos Laquatwin da Horiba


Introdução

A agricultura moderna enfrenta desafios contínuos para garantir a saúde e a produtividade das culturas. Os bioestimulantes agrícolas têm se mostrado uma solução promissora, promovendo o crescimento e a resiliência das plantas. Este artigo revisa a literatura existente sobre os efeitos dos bioestimulantes, com foco nas alterações do pH, da eletrocondutividade, do Brix e das concentrações de macronutrientes na seiva das plantas. Adicionalmente, explora-se o uso de equipamentos da linha LAQUAtwin da Horiba para realizar essas medições, com o intuíto de oferecer resultados em tempo hábil para tomada de decisões quanto a reposição nutricional e hormonal, quanto para a comprovação da eficiencia do bioestimulante na planta.

Bioestimulantes: Conceito e Benefícios

Bioestimulantes são substâncias que, quando aplicados às plantas ou ao solo, melhoram a absorção de nutrientes, o desenvolvimento das plantas e a resistência ao estresse abiótico. Estudos têm demonstrado que os bioestimulantes podem aumentar a eficiência da fotossíntese e a assimilação de nutrientes, resultando em plantas mais saudáveis e produtivas (Calvo et al., 2014). A utilização dos equipamentos da linha Laquatwin da Horiba, corrobora para evidenciar a ação dos bioestimulantes, medindo as variações de PH, E.C., Brix e os principais macrunutrientes, Calcio, Nitrogênio na forma de Nitrato e Potássio.

Alterações no pH

O pH da seiva das plantas pode ser influenciado pela aplicação de bioestimulantes. Um pH equilibrado é crucial para a absorção eficiente de nutrientes. Equipamentos como os da linha LAQUAtwin da Horiba permitem medir o pH diretamente no campo, fornecendo dados precisos para ajustar as práticas de manejo nutricional (Parrado et al., 2008). A alteração do pH na seiva da planta de tomate pode influenciar a suscetibilidade a diferentes tipos de pragas. Quando o pH está baixo (mais ácido), as plantas podem ter dificuldade em controlar ataques por patógenos como fungos e bactérias. Por outro lado, um pH elevado (mais alcalino) pode tornar as plantas mais suscetíveis a ataques de insetos (Oliveira, et al., 2002).

Essas mudanças no pH podem afetar a eficiência dos mecanismos de defesa da planta, alterando a disponibilidade de nutrientes e a atividade de enzimas que participam na resposta imunológica da planta. Portanto, manter um pH equilibrado é crucial para a saúde e a resistência das plantas(Parrado, et al., 2008).

Eletrocondutividade

A eletrocondutividade (EC) da seiva é um indicador da concentração total de sais dissolvidos, refletindo a salinidade e o estado nutricional das plantas. Bioestimulantes podem alterar a EC, melhorando a absorção de nutrientes e a resistência ao estresse salino. Medições com dispositivos Horiba são rápidas e precisas, facilitando a monitoramento contínuo (Rouphael et al., 2018).

A eletrocondutividade (EC) da seiva é um indicador importante da capacidade de uma planta de absorver sais solúveis do solo. Mudanças na EC podem refletir vários fatores que afetam a nutrição da planta:

Indicativos de Alteração da Eletrocondutividade

  1. Capacidade de Absorção de Sais Solúveis: A EC da seiva pode indicar como a planta está absorvendo nutrientes do solo. Em solos bem equilibrados, uma variação significativa na EC pode sinalizar um distúrbio.
  2. Desequilíbrio de Bases: As concentrações relativas de potássio, magnésio e cálcio são cruciais para a nutrição das plantas. Um desequilíbrio entre esses nutrientes pode ser refletido em alterações na EC da seiva, indicando que a planta pode estar tendo problemas na absorção desses elementos.
  3. Deficiência do Sistema Radicular: Problemas na raiz, como uma infecção por patógenos de solo, podem reduzir a capacidade da planta de absorver nutrientes, resultando em uma mudança na EC da seiva. Isso pode ser um sinal precoce de que a planta está sofrendo algum tipo de estresse ou deficiência nutricional.

Esses indicadores são extremamente úteis para o manejo nutricional das plantas e podem ser monitorados com precisão usando equipamentos como os da linha LAQUAtwin da Horiba. Isso permite uma resposta rápida e eficiente a qualquer problema nutricional ou patogênico que possa surgir.

Brix

O índice Brix mede a concentração de açúcares solúveis na seiva, um indicativo da eficiência fotossintética e do metabolismo energético da planta. Bioestimulantes têm demonstrado aumentar o índice Brix, refletindo uma melhor saúde e vigor das plantas (du Jardin, 2015).

A medição do índice Brix da seiva da planta de tomate pode fornecer informações valiosas sobre a capacidade fotossintética da planta e seu estado metabólico. Podemos avaliar as seguintes situações:

Medição do Índice Brix e Capacidade Fotossintética

  • Índice Brix: O índice Brix mede a concentração de açúcares solúveis na seiva, o que está diretamente relacionado à eficiência fotossintética da planta. Um valor adequado de Brix indica que a planta está convertendo eficientemente a luz solar em energia (açúcares).

Interpretação do Brix em Conjunto com a Eletrocondutividade (EC)

  • Armazenamento de Açúcares: A combinação da medição do Brix com a eletrocondutividade (EC) pode ajudar a determinar se a planta está armazenando açúcares. Valores elevados de Brix (acima de 14 pontos) podem indicar que a planta está acumulando açúcares em vez de metabolizá-los.

Indicações de Deficiência Metabólica e Distúrbios Hormonais

  • Deficiência Metabólica: Se os açúcares acumulados não são devidamente metabolizados, isso pode ser um sinal de deficiência metabólica. A planta pode estar enfrentando problemas em converter esses açúcares em outros compostos necessários para o crescimento e desenvolvimento vegetal.
  • Distúrbio Hormonal: O acúmulo excessivo de açúcares pode causar desequilíbrios hormonais na planta, afetando processos de crescimento, desenvolvimento e defesa contra patógenos e insetos.

Uso de Equipamentos Horiba

  • Medições Precisas: Equipamentos como os da linha LAQUAtwin da Horiba permitem medições precisas de Brix, EC e outros parâmetros nutricionais diretamente no campo. Essas ferramentas são essenciais para monitorar a saúde das plantas e ajustar práticas de manejo conforme necessário.

O monitoramento do índice Brix em conjunto com a EC da seiva oferece uma visão abrangente da capacidade fotossintética e do estado metabólico das plantas de tomate. Valores anormais podem sinalizar problemas metabólicos ou hormonais, permitindo intervenções rápidas e eficazes para garantir a saúde e a produtividade das plantas.

Concentração de Macronutrientes: Potássio, Nitrato e Cálcio

Os macronutrientes são essenciais para o crescimento e desenvolvimento das plantas. Bioestimulantes podem aumentar a eficiência de absorção de potássio, nitrato e cálcio, melhorando a nutrição e a resistência ao estresse (Halpern et al., 2015). Medições precisas com dispositivos Horiba permitem avaliar essas alterações, fornecendo dados críticos para a gestão nutricional.

Curva de absorção nutricional

Podemos usar todas essas medições para construir uma curva de absorção nutricional que ilustre a eficiência da planta durante as fases de desenvolvimento vegetativo e generativo.

Construção de Curva de Absorção Nutricional

Dados Necessários

  1. pH da Seiva
  2. Eletrocondutividade (EC) da Seiva
  3. Índice Brix da Seiva
  4. Concentração de Íons:

Etapas para Construção da Curva

  1. Coleta de Dados:
  2. Análise dos Dados:
  3. Construção da Curva:

Gráficos

  1. Gráfico de pH e EC:
  2. Gráfico de Brix e Concentração de Íons:

Interpretação e Intervenção

  • pH Baixo: Se o pH da seiva for consistentemente baixo, isso pode indicar problemas na absorção de nutrientes e maior suscetibilidade a patógenos.
  • EC Alta: Valores elevados de EC podem indicar acúmulo excessivo de sais, o que pode afetar negativamente a planta.
  • Brix Alto: Valores altos de Brix podem sugerir acumulação de açúcares sem adequada metabolização, possivelmente devido a distúrbios hormonais.
  • Concentrações de Íons: Desequilíbrios nos íons de cálcio, nitrato e potássio podem indicar necessidade de ajustes na fertilização.

Intervenções Sugeridas

  • Ajustar pH: Utilizar agentes capazes de corrigem o pH da seiva.
  • Controlar EC: Monitorar a aplicação de fertilizantes para evitar salinidade excessiva e ou baixa concentração de sais na seiva.
  • Equilibrar Nutrição: Ajustar a fertilização com base nas concentrações de íons medidas.


A construção de uma curva de absorção nutricional utilizando medições de pH, EC, Brix e íons de cálcio, nitrato e potássio é uma ferramenta poderosa para monitorar a saúde e eficiência nutricional das plantas de tomate. Isso permite intervenções em tempo hábil, garantindo o desenvolvimento ideal e maximizando a produtividade.

Conclusão

A utilização de bioestimulantes agrícolas mostra-se uma estratégia eficaz para melhorar a nutrição das plantas, refletida nas alterações do pH, eletrocondutividade, Brix e concentrações de macronutrientes na seiva. Equipamentos da linha LAQUAtwin da Horiba oferecem uma solução prática e precisa para realizar essas medições, promovendo uma agricultura mais eficiente e sustentável. Estudos futuros devem continuar explorando essas interações, fornecendo uma base sólida para práticas agrícolas avançadas.

Referências

  • Calvo, P., Nelson, L., & Kloepper, J. W. (2014). Agricultural uses of plant biostimulants. Plant and Soil, 383(1-2), 3-41.
  • Parrado, J., Bautista, J., Romero, E. J., García-Martínez, A. M., Friaza, V., & Tejada, M. (2008). Production of a carob enzymatic extract: Potential use as a biofertilizer. Bioresource Technology, 99(6), 2312-2318.
  • Rouphael, Y., & Colla, G. (2018). Synergistic biostimulatory action: Designing the next generation of plant biostimulants for sustainable agriculture. Frontiers in Plant Science, 9, 1655.
  • du Jardin, P. (2015). Plant biostimulants: Definition, concept, main categories and regulation. Scientia Horticulturae, 196, 3-14.
  • Halpern, M., Bar-Tal, A., Ofek, M., Minz, D., Muller, T., & Yermiyahu, U. (2015). The use of biostimulants for enhancing nutrient uptake. Advances in Agronomy, 130, 141-174.
  • Oliveira, M. N. S. de ., Oliva, M. A., Martínez, C. A., Mercier, H., & Silva, M. A. P. e .. (2002). Sensibilidade estomática ao ABA em função do pH e de níveis de Ca2+, NO3- e PO4(3-) na seiva do xilema. Brazilian Journal of Plant Physiology, 14(2), 117–123.
  • Parrado, J., Bautista, J., Romero, E. J., García-Martínez, A. M., Friaza, V., & Tejada, M. (2008). Production of a carob enzymatic extract: Potential use as a biofertilizer. Bioresource Technology, 99(6), 2312-2318.

Roberto Durão

Diretor de vendas e desenvolvimento de negócios na ECOFORMARE | Novas tecnologias de análises em tempo real

1 m

Obrigado Andressa 😊

Andressa Barbosa

Engenheira Agrônoma / Pós-Graduada em Biotecnologia

1 m

Muito bom e essencial , parabéns meu amigo 👏🏻

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